Rua
Em cada rua solitária, não consigo encontrar meu caminho, O silêncio é tão alto, como um espaço vazio, O tempo simplesmente passa, como um rio lento, E velhas memórias desaparecem, como se nunca tivessem existido. espelho, eu vejo um futuro que está desaparecendo nas nuvens, inseguro. Memórias são apenas sombras tristes agora, e a vida é toda quebrada em pedaços. O tempo apenas deixou marcas, Sonhos que nunca se tornaram realidade, E eu estou andando sozinho, através do destroços, De uma história que a memória esconde. No silêncio da noite, descubro o verdadeiro negócio, Que o que procuro não é apenas um monte de coisas falsas no caminho, Mas no espaço vazio da minha própria alma , Onde os pensamentos mais loucos estão escondidos.
Maldade
A maldade dança rua afora
rodopia cada vez mais malvada,
coberta com seu manto rubro,
transbordante de alegria;
escarra à minha porta,
beija a boca da vizinha,
faz-lhe filhos deformados
e rodopia, rodopia invencível,
entre cacos de agonia.
Apenas seus pés choram
o sangue ciclo da menina morta: Esperança.
Morta entre um riso e um grito de bom dia.
Atravesso a rua e me pergunto: porque todas as escolhas que eu tomo parece que me levam ao lugar errado… todos esses pensamentos são medo do futuro ou saudades do passado?
E se talvez se eu tivesse dobrado uma antes e fosse atropelado, não estaria aqui levando uma simples ida ao mercado em consideração, ou talvez se eu atravessasse sem olhar para o lado tudo terminaria simples, então.
Fazemos coisas que levam a outras e tudo sempre termina no mesmo lugar, e o que a gente não sabe é até onde isso vai dar…
Em São Luís, o tempo dança
Versos são notas, em uma sinfonia de esperança
Cada rua, um poema a desvendar
Na cadência do passado, a cidade a respirar
O sol pinta o céu com tintas douradas
Ruínas e histórias nas pedras deixadas
Cada verso, uma janela no coração antigo
A poesia visual de São Luís, um abrigo
Tecendo memórias com luz e sombra
O pin-hole, artista da cena nobre
Sua câmera, uma pincelada suave
A cidade, uma tela onde o tempo se trama
Assim, cada imagem, um eco no vento
São Luís, em versos, em cada momento
A narrativa visual, poesia em movimento
Na sinfonia temporal, a cidade como um lamento.
São Luís, oh, São Luís, cidade de paixão,
Em cada rua, em cada canção,
Vejo a promessa de um novo amanhecer,
E sei que, um dia, irei te reaver.
Oh, São Luís, pérola do Maranhão,
Tua beleza é como uma canção.
Teus casarões, tua cultura, teu povo,
Em meu coração, teu amor renovo.
em uma rua escura,
aguardo com um olhar vazio,
não espero mais luz,
apenas o fim;
no fundo de tudo, vejo apenas a lua...
finalmente paz.
"arrivederci e non aspettarmi"
Flagelo
Nascer sozinha no túmulo de uma rua fria.
sem colo, sem beijo, sem leite;
flácida, pálida e enrugada;
grata por ter um chão a quem lamber.
Sem pássaro no ar,
sem cão na terra,
nem ventre para voltar.
Nascer sozinha no fim da vida não dói, apenas cansa.
T
Sabe quando você vê aqueles casais irritantes na rua tomando sorvete e fica com vontade de matar? A gente era esse casal.
Os dias tem sido escuros, caminhei de rua em rua e voltei para o mesmo lugar. Tentei ir direcao contraria caminhei depressa e te encontrei em tudo que habitava ali, é fracassei!
Querido amado eu estou percorrendo essa correnteza de incertezas procurando resposta para nossa historia e tudo leva para o mesmo lugar, o fim.
Eu nao quero ter que seguir esse caminho ao te lado, caminho de dor, eu aceito esse fracasso que me venceu.
Querido amado eu ja nem sei mais, quem eu sou! Os dias tem sido tao longos para nos dois estamos indo em direcao contraria e se encontrando, continuar doi em mim como nunca doeu antes, o ar ao te lado me sufoca mais aceito esse fracasso nosso fim.
Voce nao sabe o que ficou pelo meu caminho para que eu chegasse ate aqui por nos dois, e de mim hoje nao resta mais nada voce ja sabe eu aceito esse fracasso.
Na rua Garay, a criada me disse que tivesse a bondade de esperar. O menino estava, como sempre, no porão, revelando fotografias. Junto ao vaso sem flor, no piano inútil, sorria (mais intemporal que anacrônico) o grande retrato de Beatriz, em pesadas cores. Ninguém nos podia ver; num desespero de ternura, aproximei-me do retrato e disse-lhe:
– Beatriz, Beatriz Elena, Beatriz Elena Viterbo, Beatriz querida, Beatriz perdida para sempre, sou eu, sou Borges.
Carlos entrou pouco depois.
Existem moradores de rua extremamente dignos e pessoas extremamente poderosas sem nenhuma dignidade. Os primeiros normalmente te tratam bem sem esperar nada em troca. Os segundos gastam tempo e recursos para fazer você acreditar que tem menos dignidade que eles.
“…Quando ando na rua e sempre de cabeça erguida
Mais meus olhos realmente fixado pra baixo
Pra não ver a corrupção do meu povo alienado
Eu ando sempre sozinho
Encima da minha calçada
Distantes das pessoas
Que fala o inverso da verdade…”
hoje eu encontrei um estranho na rua...e sabe o que é engraçado?
ele nem precisou se apresentar.
eu sabia a sua cor predileta, o seu nome completo, a sua idade, o seu endereço, seus maiores sonhos, seus medos, o nome dos seus cachorros, o seu sabor favorito de sorvete...
eu sabia tudo sobre ele!
e sabe o mais engraçado?
ele também sabia tudo sobre mim.
mas nós não trocamos se quer uma palavra, apenas olhares, e esse olhar me soou como um olhar de saudade.
mas eu ignorei, até porque, ele era apenas um estranho...
Superação em Versos
Era uma vez uma menina jogada na rua,
Desamparada, sentia a fria lua.
Sem abrigo, sem um lar,
Nas noites escuras, aprendeu a sonhar.
Enfrentou o mundo, frio e cruel,
Descobrindo em si uma força sem par.
Medos se tornaram degraus,
Para a valente menina, não havia muros.
Do passado, as dores se desfizeram em aço,
Pavimentando o caminho para um forte abraço.
Com coração audaz e olhar reluzente,
Superou tempestades, cresceu resiliente.
Triunfou sobre sombras, em luz se banhou,
E ao mundo mostrou o que a esperança gerou.
a rua em silêncio!
a anestesia da dor
que não existe.
a lembrança que não volta
a saudade apertando
coração-solidão.
Selvagens
Na rua, tanta gente
a procurar a gente sua
nada fácil
nas metrópoles
selvagens
sonhos enfileirados
na distância
saudade de casa
gritando solitária
juntar as mãos
manter a fé
quem sabe amanhã,
se Deus quiser!
Engrandecer o encontro, o olhar, a vida
Enegrecer a rua, a cidade, o mundo
Enriquecer de abraços, de histórias, de afetos
Enlouquecer os donos do poder, os padrões, as regras
Fortalecer as mulheres, as crianças, o outro
Florescer os dias, os meses, as periferias
Crescer com as lutas, com os erros, com as perdas
Reconhecer os meus, os nós, a ancestralidade
Renascer a força, os sonhos, a esperança
O Mendigo
Na calçada fria, ele se estende,
navegante só, sem porto, sem cais,
veste a rua como manto e abrigo,
sem nome, sem rumo, sem nunca ter paz.
Olhos perdidos, sem brilho, sem cor,
mãos que tremem na busca de pão,
a vida escorre como chuva no rosto,
levando esperanças ao chão.
Um passado, quem sabe, o levou até lá,
talvez sonhos partidos, talvez um amor,
mas hoje é silêncio, poeira, e as horas
passando, sem rastro, sem calor.
E ele segue, invisível à cidade,
nas sombras, no frio, no vão do alvorecer,
como folha caída que o vento desfolha,
esperando apenas o nada acontecer.