Rotina
Não seja massificado pela rotina da vida; a formiguinha se contenta com a sombra da folha que tenta carregar, mas não, o homo sapiens, que tem a imensidão da floresta ao seu dispor. Não permita que o sono da morte te atrofie, num entorpecimento sem fim.
Ampulheta na Horizontal
Me assustei ao pensar o quanto nos afogamos na rotina e no
cansaço. Lentamente nos encaminhamos, passos constantes para uma satisfação miserável de dormir e acordar no automático. Satisfação em vegetar em alguma estação antiga de rádio, com as mesmas músicas e uma locução sobriamente futura. Nos satisfazemos com o somatório dos dias e o assustar dos anos. Vivemos essa ampulheta na horizontal, num tempo parado, estagnado que passa sem sentirmos, mas que simplesmente passa...
Ame, entes que o tempo desgaste e vire rotina,
Leve flores, antes que o sol queime e fique apenas as lembranças do seu perfume,
Sorria, o tempo é injusto, o tempo poderás desgastar o brilho do seu sorrio,
Estenda sua mão, o amanhã é incerto,
Faça caridades, não sabemos como e quando vamos precisar,
Brinque, o mundo é doido e não temos como prever o fim,
Mas se não encontrou a mágica do viver... apenas olhe para o entardecer e lembre-se que o dia morre para que um novo dia possa surgir e tudo se renova.
Sonha com você se tornou rotina, fez dos meus pesadelos o paraíso. Só que sonhar não basta, tem que virar realidade. Mas um dia há de virar.
Sempre esperamos alguma mudança… Seja do tempo, da rotina ou de alguém. Qualquer coisa que seja, mas sempre ficamos ali sentado no degrau da escada esperando algo mudar. Só que esquecemos que a maior mudança de nossas vidas cabe a nós, somente a nós e mais ninguém. A mudança que você tanto deseja, está nada mais, nada menos que em suas mãos.
Onde?
Estava confusa
Perdida em um sim e um basta!
Minha rotina irremediável que me leva a você
Enquanto me expulsa de você
Me marca...
Em que parte disse que ficaria?
E onde foi que me perdi?
Aperto que seca minhas lagrimas e endurece meu coração
É você...e não somos nós.
Me pergunto as mesmas perguntas
Procuro novas respostas...novos por quês...
Onde está você...meu sonho de outrora?
Me guia...não me afogue no semblante de tuas mesmas desculpas
Tarde de chuvas, de sol, de garoas...
Metrópole que me engole e me engasga
De anseios, de falsas esperanças
E a noite traz você...e tudo que de nós, não quero mais.
Hoje mais uma vez me encontro perdido nos meus pensamentos. Você, para não sair da rotina, está presente em todos eles. Acaba me fazendo sorrir ao lembrar de momentos bobos, e fico apreensivo ao me fazer uma simples pergunta: “Quando vou poder te ter por perto?” Bom, eu ainda não sei responder, talvez eu não possa. Gostaria de poder dizer que esse tempo longe não é nada, mas não posso. A distância é cruel, machuca e algumas vezes destrói… Sempre gostei de coisas simples, entende? Entretanto eu não tive escolha ao me apaixonar por você, simplesmente aconteceu. Até porque eu não iria desejar amar tanto, alguém que eu não posso tocar. Mas aconteceu, não é? E enquanto continuo perdido em pensamentos, uma parte de mim te espera pacientemente, e quer acreditar que tudo vai dar certo no final.
E que a normalidade não se torne ambígua,
Trazendo à tona toda rotina triste e faminta,
Sedenta por outros mares, outros sonhos
E outras portas escancaradas para o desconhecido
Atinei na rotina à simplicidade e encontrei nela uma fábula de amor. Entretanto tenho me revirado em meus anseios, porque a fantasia não me bastava, não espero uma dramaturgia com composições e pré-representações de um final o qual pode-se imaginar (...), afeiçoo uma história sem sim.
“O amor acompanha de longe. A paixão não suporta a distância. O amor preserva a rotina. A paixão quer mais é inovar. O amor precisa de um tempo. A paixão quer o tempo todo. O amor respira. A paixão suspira.”
Teu sorriso é tão cativante que me desatina e fico pensando em você a todo o momento;
Minha rotina se transformou e você no escuro me assistindo para chamar a minha atenção;
E assim fingindo tanto o meu coração já não mais aguenta pagar tal preço para te amar;
ROTINAS
Todos os dias ela segue a mesma rotina
o despertador está programado para tocar três vezes
mas ela sempre levanta na primeira.
vai ao banheiro, se olha no espelho
tenta identificar o porquê das olheiras
lava o rosto, se veste e lava o rosto novamente.
Tudo parece uma tentativa de tirar a máscara,
de tirar aquilo que parece não lhe pertencer.
Ao sair na rua, observa o céu deslumbrada
as 5 horas da manhã a lua ainda está acordada
mas ela não, ela continua sonhando,
ela preferia nem ter acordado.
depois de trabalhar o dia todo,
rodeada de pessoas que vagam de um lugar para o outro,
vivendo a mesma rotina, infelizes
ela decai em melancolia pois percebe que isso é previsível
e ela sempre faz o que é previsível.
De noite, vai a escola, mesmo sem saber a razão
ela tem sonhos e isso soa como um muro na frente destes sonhos.
Para ela, as pessoas parecem tão vazias, tão mesmas
tão comuns.
Ela conquista os amores sem nem fazer nada,
eles a querem, mas ela não os quer
porque, eles todos parecem parte desta rotina,
e ela chora, por não ter vontade de ter vontade.
Ela vive, ela não ama, ela faz amigos,
mas ela odeia rotinas, e por pior que seja
acaba se tornando alguém comum, como seu maior medo,
ser como todos os outros,
rotineira.
Sala de espera
Na sala de espera, uma grande rotina
Quem são eles para sair da linha?
Fazem tudo certo, como o figurino
Sabem explicar o que é um alcino
Seu maior prazer é seguir as regras
Mas que raio de vida é essa?
Como robôs facilmente manipuláveis
Estão se tornando seres imprestáveis
De nada adianta entender a ciência
Se o mundo lá fora exige mais além
Corpos expostos na calçada, bala perdida
Um pobre infeliz é feito de refém
Compreendendo a razão de estar aqui
Concluo que posso estar sendo cético
Talvez meramente mais um crítico
Porém agradeço, pois sim, eu vivi!