Rotina
"Rotina é fruto de nossas ações"...
Quando se dá tudo, não tem mais o que se conquistar. Parcelar as qualidades, instiga a pessoa a buscar mais de você.
MALDITO TEMPO
Chega o tempo em que os ponteiros nos bastam!
A rotina nos amofina numa rede de mesmices
É um abrir os olhos sem despertar
A ausência do novo estagna
Não há promessas de beijos
Nem preâmbulos de orgasmos
Tudo é nada senão repouso...
Repouso forçado de um corpo ainda vivo
Vivo?___ Quem disse?!
( belíssima ironia, se me permitem)...
Sucumbindo ante a morte prematura
O mar não é mais tão azul
O céu cinza derrama cortina de fumaça sobre a cabeça
Estrelas? Quais estrelas?
Afogaram-se numa abóboda sem luar!
___ O que fazer das horas meu Deus!
E Deus, dos confins sabe-se de onde
nada responde!
Confinamento dos sonhos
Quimeras de histórias cruas
Sem lendas
Sem magia
Sem beleza...
Até a poesia tomou ares de vazia
O que antes era utopia
agora jaz numa lápide mal caiada
...Esquecida de flores
Sem memoriais...
Sem Epitáfios
Sem saudades
Sepulcros cujas carnes ainda deambulam
Alheias aos versos
Isentas de vida
Desgraçados
(Tão arrependidos de terem sido gerados)!!
.... Malditos momentos esses!
Oxalá que o vento os varressem!
Apagasse já a memória
de tais zumbis.
Que esmorecem ao tempo.
E onde foram os dias repletos de paixão a amor?
Meu Deus...
Onde foram?
Não.
Um milhão de vezes não!
Assassinem o ser antes deste tempo.
Porque já é tarde
E não há porque adormecer
Muito menos despertar!
Quero passar a vida nessa doce rotina
A cada amanhecer ao meu lado
Teu cheiro no meu travesseiro
Teu beijo ao amanhecer e esse sorriso
Me convidando a mais um dia no paraíso ao teu lado
Seu corpo aguçando meu desejo
Quero todas as noites ninar seu sono
Ser o teu refúgio nas horas de angústia
Ser sempre o primeiro motivo do teu sorriso
Quero fazer moradia no seu coração
Simplesmente te amar até a última batida do meu coração .”
Um caso real da literatura brasileira
Seguindo a sua rotina, a de sempre ir ao supermercado no final da tarde, para fazer compras para o jantar, o Antônio não tinha muita pressa, vivia sossegado. Era metódico e organizado, sempre saia na mesma hora de casa, seguia seu ritual diário. Entrava em seu carro, um 4x4 esportivo, dava a partida, ligava o som, para ouvir as notícias do final do dia, seu carro não era exatamente um carro de playboy, mas era um carro bonito e possante, que chamava a atenção das pessoas, pelo seu tamanho e potência.
Eram seis e meia da tarde, ou da noite para alguns, o fato é que era noite para o Antônio, pois em sua região o sol se punha mais cedo. Neste dia, porém, em que relato os fatos ocorridos, fatos dignos de atenção do leitor desta coluna, o Antônio achava que seria apenas mais um dia como os demais, que iria ao mercado, voltaria em paz e segurança, e que faria sua costumeira comidinha caseira para agradar a sua esposa. Antônio era jornalista aposentado, na verdade vivia de renda, tinha lá um pouco de dinheiro aplicado, dinheiro que recebera por uma aposentadoria voluntária, que o governo brasileiro havia promovido e incentivado antigos servidores federais a se aposentar antes da hora.
Antônio estava na melhor fase de sua vida, tinha casado já seus dois filhos, vivia com esposa a sua terceira lua de mel. Era um casal ainda jovem para os padrões atuais, ambos com sessenta anos, fortes e saudáveis, tinha uma vida sexualmente ativa e muito satisfatória, não tinha muito com o que se preocupar, vida financeira equilibrada sem nenhuma grande causa para lutar, queriam apenas viver e aproveitar seus melhores dias.
Antônio, neste dia em questão, foi ao mercado, como sempre fez, comprou seus ingredientes para o jantar, verificou que havia chegado o seu vinho favorito, vinho que ele tomava sozinho, uma garrafa por semana, especialmente na hora de cozinhar. Conversou com a moça do caixa, falou da família e dos netos, incentivou a atendente do caixa a estudar, pois segundo ele, a vida tinha muito mais para oferecer do que um emprego simples de caixa de supermercado. A moça agradeceu, como sempre fazia, era solista, mas não tinha lá grandes chances de subir na vida, pensava o Antônio, que ela apesar de ouvir seus conselhos nunca deixaria de ser caixa, estava na verdade contente com seu trabalho.
Antônio pagou sua conta e se despediu de todos, entrou em seu carro e seguiu para sua casa, que ficava a duas quadras do supermercado. Antônio morava em um condomínio de classe média, tinha seus privilégios quanto ao luxo de morar bem, morava em numa cobertura, seu prédio tinha área de lazer e segurança 24 e horas por dia. A garagem era como sua sala, não tinha a menor chance de ser abordado por estranhos.
Mas para tudo na vida sempre há, como dizem os mais velhos, sua vez. E este dia era a vez do ineditismo acontecer com Antônio. Ao sair do carro, foi surpreendido por um homem bem vestido, que lhe apontou uma arma e disse:
-Entre no carro, vamos dar uma volta.
Antônio calmamente lhe respondeu:
-Não vou a lugar nenhum. Se quiser me roubar, me roube aqui mesmo, e se por acaso deseja me matar, faça aqui, pois não costumo andar com estranhos, muito menos na hora sagrada de fazer o jantar para minha esposa.
O homem bem vestido, que ainda não sabemos ser um ladrão comum, balançou a cabeça e disse:
-Mas você é mesmo louco, não está entendendo o que lhe digo, ou está tirando onda com a minha cara? Estou lhe dando uma ordem, entre no carro e dirija para fora da cidade.
Antônio olha para o lado, não vê ninguém, está sozinho, apenas ele e o ladrão, ou o lunático que desejava dar uma voltinha de carro com ele. Antônio pensou, que seria mais um pervertido, pois o homem bem vestido não tinha as características comuns de um assaltante. O homem vestia um terno preto, mas de boa qualidade, não era um segurança do prédio, Antônio conhecia todos os empregados do seu condomínio, e, para estar ali, e ter entrado pela portaria, só podia ser um morador, alguém que premeditou cuidadosamente o evento.
Antônio diz para seu algoz, ainda com aparente calma:
-Não sei o que o senhor pretende com esta história de andar comigo de carro, poderia ser mais claro? Seja direto, o que realmente deseja? Como o senhor se chama?
O Homem abaixou a arma, se encostou no carro e começou a chorar. Entre lamentos dizia:
-Sou um desgraçado, me desculpe. Estou com uma doença terminal, moro aqui já faz alguns anos, sou viúvo há muito anos, e tenho observado a sua vida tranquila, sua rotina diária. Já pude ver o quanto é feliz com sua esposa. Então por viver só e abandonado, sem filho e parente por perto, e ainda condenado à morte, resolvi fazer alguma coisa para chamar a sua atenção. Veja, eu falo a verdade, esta arma, por exemplo, é uma arma de brinquedo, comprei com este intuito, o de lhe causar algum sofrimento e angústia. Mas sua reação me deixou ainda mais confuso. Quem em sã consciência, neste mundo perigoso, agiria desta forma ao ser abordado com uma arma na cabeça?. Qual é o seu segredo, por que leva a vida desta maneira incomum?
Antônio riu do homem, que ainda chorava descontroladamente e disse:
-Não tenho nenhum segredo, meu amigo, só penso que a vida não é assim tão complicada, como parece para a maioria das pessoas, e quanto a morrer nesta altura da minha vida, não me diz nada, tanto faz, estou satisfeito com o que fiz e vivi até aqui.
-Mas me conte mais sobre sua vida e doença, quem sabe eu não posso lhe ajudar.
O Homem de terno preto, marchou em direção a uma lixeira e jogou a arma de plástico. Voltou em direção ao Antônio e disse:
-Me desculpe, eu sou um homem desgraçado, mas poderia me fazer um grande favor? Não conte sobre isso para ninguém, nem me entregue para a polícia. Eu não mereço tanta consideração assim, esqueça este meu vexame.
Antônio olhou com piedade para o homem, que agora já estava mais calmo e disse:
-Não se preocupe, será o nosso segredinho, e se ainda quiser dar um volta no meu carro, podemos ir. O homem riu desconcertado e disse:
-Não, muito obrigado, tenho que voltar para casa já está na hora de tomar os meus remédios.
Antônio pegou suas compras, acionou o alarme do seu carro, entrou no elevador e entrou em casa sorrindo, como quem tivera uma visão de algo inverossímil.
Você não o amava, você amava a sua rotina, você só tem medo de mudanças, mas no fundo sabe que assim como um eletrodoméstico que parou de funcionar, esta relação só está ocupando espaço que poderia ser bem mais aproveitável e trazendo bagunça à sua vida.
Eu estou cansada dá rotina , esses dias tão iguais , essa vida tão sem graça .Dias vem e vão e nada de emoção , preciso sentir meu coração no peito não aguento mais viver desse jeito .
Nada paralisa mais o nosso existir que a rotina !
Faça diferente todos os dias...
Alterne o caminho, mude a cor do batom,
Saia do monocromático, use um vestido floral,
vá a pé, chegue atrasada de vez em quando,
gargalhe a valer mesmo que não seja de bom tom.
Surpreenda! a vida também é feita de surpresas
e de coisas que fujam do padrão.
Cika Parolin
TRISTE ROTINA
Quando as luzes se apagão e o único som é a respiração, quando o dia se acaba e domina a escuridão, no silêncio da noite os pensamentos invadem o mundo que restou, o sono não vem e o coração se transborda de tanto temor, o mundo do eu, lembranças que ninguém pode saber, o eu não aceita o que fez ou o que ainda continua a fazer, nessa tortura eterna ninguém sabe o que pode acontecer, reflexos do tempo refletem onde deveria existir prazer, a vida não ajuda e nem quem diz te conhecer, talvez até conheça, mas só superficialidades do seu ser, parece que o mundo não é o que tinha que ser e as coisas não aconteceram como tinha de acontecer, os anos passaram e outra vez o sol vai raiar, nessa tortura eterna de quem só quer descansar, descansar da realidade que nunca te ajudou, e assim vai crescendo sem saber por onde passou, as coisas tão rápidas nem dá pra parar pra pensar ou você não é forte ou os outros não param pra pensar, qual o sentido do agora ou do que ainda vai chegar, nessa busca de respostas nem sabe mais o que perguntar, preso em seu próprio delírio atrás de alguma razão, triste rotina de muitas e muitas criaturas dessa grandiosa dimensão.
A rotina do dia
anda atrapalhando minha poesia
me esqueço de sentir
o amor que sinto por ti
mas continuo...
ando procurando a arte por onde vou
como uma partícula quântica
eu sou
aleatoriamente estou,
a procura do que parece ser o amor
quem sou eu:
imprevisível
inconstante
transgressora
banal
sou vênus
contrariando a norma astral
dizem que o ser humano precisa de caos
...
me parece raciona
Durante o correr das horas
Aflição e pressa
e riso e rotina
A sombra das cortinas
desfilando pelas salas
E essa
Imensa mania de querer
Que as horas passem depressa
Durante o correr das Estações
A febre do ouro
O voo dos pássaros
Migrando pelos Céus
Trabalho, descanso,
desejos suprimidos
Sonhos reprimidos vão e vem
Intermitentes qual vagalume
E uma intensa aflição
Pra que se acabe
E que o mundo desabe
Como é de uso e costume
Durante o correr dos anos
Planos concretos
Corações que páram e disparam
Quase todos malograram
Silhuetas de almas
Desfilando calmamente
Nas inevitáveis despedidas
Durante o correr da vida
O tempo que corrói quase tudo
E uma inenarrável mania de querer
Sentir, ao menos por um instante
Aquela alegria cortante
daquele tempo
Que você tanto desejou
Que passasse depressa
Edson Ricardo Paiva
Fato novo
Cada verso é um fato novo:
Quebra a rotina e encanta;
Às vezes, os males suplanta
E confere confiança ao povo.
Este, devidamente ajuizado,
Se alegra por ser alfabetizado.
Observando em silêncio percebo que as pessoas seguem religiosamente uma rotina:
Acordar, tomar banho e ir trabalhar...
Tomar banho, comer e descansar...
Para alguns: café, almoço e jantar...
Por isso, amo tanto o momento do café, uma dose quente de amor, melhor ainda se for dividida com alguém especial!
Momento em que os pensamentos são liberados, os sonhos são alinhados, as mágoas são descartadas e a Vida recebe a cor do dia que desejamos ter...
Você divide esse momento com alguém ?
Faz isso em silêncio ?
Acredite, para viver bem nesse mundo é preciso fazer algo mais por você e pelos outros!
Aceita um café ?
Estou disposta a escutar!
Quer mudança? Primeiramente saia da rotina e nunca deixe pra "depois" o que pode ser feito hoje e agora.
“Rotina”
Hoje tudo está errado
A correria, e o som do despertador não saia da minha cabeça
A noite mal dormida
A viagem do passado
Alguma lembrança estava perdida
Mergulhada em um mar de pensamento
Cercado a todo momento
Por um rio de responsabilidade
Na busca pela maturidade
Aquele dia não estava normal
Estava frio e eu não sentia
Meu corpo queima e eu incomodado
Por uma menina que eu não conhecia
Aquele dia não vi a menina
Que todo dia eu via
No mesmo lugar, na mesma hora
Passava por min e sorria
Sempre perto da estação
Na chegada derradeira do meu dia
Sempre vestia camisa azul
Seu rosto sempre angelical
Sua pele branca e cabelos negros,
Que contrate genial
Eu sempre muito detalhista, e sua visão
Sempre mexe com minha imaginação
Hoje o dia estava pesado
Pois podia sentir que algo faltava
O dia não estava completo
De momentos novos repletos
Mas um pequeno momento se ausentava
Para minha melancolia .....