Rotina
Somos grandes e pequenos,
Furiosos e amenos,
Sonhos, palavras e pensamento.
Um rápido sopro do vento.
Você me lembra um dia de domingo
tão depressivo eu quero me cortar.
A minha segunda chega em algumas horas
queria dormir e não me acordar.
Deixa o tempo congelar
não aguento mais a rotina.
Acho que eu já derreti
essa é a minha vida.
Deixa eu passar
acho que estou presa
me perdi nesse vazio
o pior lugar da minha cabeça.
A canção desafina,
O retrato cai e se esmiúça,
As flores murcham.
Outrora, desabrocham
Em novos vasos,
Ocupando velhos espaços.
Na esquisitice,
Estranha
Mesmice.
Desconheço...
Sou eu poeta?
Cenário dolente...
Embora me divirta...
Aqui, coração que andou entre os homens, arranco...
Ando à deriva na fonte de muitos olhos...
Movendo-me aqui e agora entre contornos vivos...
A minha prisão de viver são perfumes de pecado...
A grande inteligência é sobreviver...
Entre o murmúrio dos esgotos...
Rotina...
De longos braços estendidos...
Velhos desejos recalcados...
Espantos e receios...
Escondidos em leitos sangrentos...
Disfarçados em diálogos sonolentos...
Provisórios dias do mundo a ti pergunto:
Sou eu poeta?
Desculpai-me esta face...
Serei eu só mais um fantasma de tudo?
Sandro Paschoal Nogueira
O FUMACÊ da VIDA
Às 07:00, o toque do alarme me desperta
Preciso de 50 minutos para me aprontar
Lavar o rosto, para a alma despertar
Vestir o uniforme - para o trabalho pronto estar
O ônibus sai às 08:00 - preciso me apressar
Apenas mais 15 minutos na cama, não deve importar
Acendo um cigarro - vejo os segundos passarem
A cada tragada, a cada exalação, sinto minha existência ecoar, ecoar nos ventos de mais um dia de rotina a superar
O motorista é o mesmo, calvo de cria, com uma simpatia que encanta ele pergunta:"Bom dia! Como você está?"
A mesma porcaria de sempre (respondo internamente)
O cobrador é diferente, parece ter amanhecido em um poço de aguardente
Seu olhar condena, apesar de ter uma aliança no dedo esquerdo, não pode ver uma mulher sem se encher de luxúria e assim ser: Um ser humano imundo, decadente e delinquente.
Os passageiros são sempre os mesmos
O mesmo dia-a-dia que os alimentam, os encarceram
Fadados ao fluxo da repetição, eles se condenam
A campainha do ônibus toca, PIMMMMM!!! - PIMMMMMM!!!
Como se fossem um GIF repetitivo - num limbo de fluxo contínuo
É hora de mais um escravo descer
Penso internamente: Tchau escravo 1756 - Um bom dia de M#rda para você, se não morrer - nos vemos ao anoitecer.
À janela vejo-me perder, perder a minha vida com sutilezas e desprazer
Vejo relacionamentos, alegrias, sorrisos e lágrimas passando, vejo momentos felizes que quero renascer
PIMMMMMM
Hora de descer
Escravo 2048
Foi um prazer...
...(a.c)...
19/07/2024
A morte nos espreita diariamente, ignorada ao longo do dia. Mas à noite, no silêncio, ela indaga: por que persistir no vazio da existência?
Correr e não sair do lugar, avança eliminando as etapas diárias na convicção que entregou tudo, performando a sua melhor versão
“Quando o empreendedor estiver pronto, o mentor surgirá. Quando o negócio estiver pronto, o mentor desaparecerá.”
“Fábrica boa é simples, não precisa ser explicada. Se alguém precisa explicar seu funcionamento, já temos um problema. Indústria boa é autoexplicativa.”
“Na inquietude, os indivíduos criam instintos inovadores. Na mesmice, rotinas, ritmo e padrões repetitivos. A combinação e o equilíbrio de ambos resultam no sucesso do negócio.”
“Administrar ou gerir é fácil, difícil são as pessoas, suas culturas, hábitos e costumes. Equilibrar isso em prol de uma estratégia é o desafio do gestor. Afinal, os méritos são do líder, assim como os fracassos. Então, gerir é, antes de tudo, liderar: convencer pessoas a seguir estratégias, com respeito e ética, dentro de uma rotina e em prol de metas e resultados.”
“Ninguém na vida sonhou em virar concreto. As pessoas sonham em ser astronauta, bombeiro ou jogador de futebol. Contratamos as pessoas que estão no limite da criminalidade – alguns já cruzaram. Temos o que é de pior na indústria em termos de mão de obra. O que, obrigatoriamente, aumenta nossa responsabilidade.”
“O que é um artefato de cimento (ou um produto industrial)?
Um projeto perfeito, com responsabilidade, previsível, quantificável e escalável, a um preço competitivo e que encanta e atenda perfeitamente ao cliente.”
“Uma fábrica de produtos à base de cimento se divide em duas ao menos: uma de concreto e outra de molde. Pensar ambas com qualidade, de forma simplificada e operacional, é a maior tarefa do gestor.”
“O cliente tem uma visão reduzida do negócio: ele enxerga apenas o produto por ele adquirido. Esta é a mágica: provar que o produto vale muito mais do que realmente o cliente entende que vale, afinal, você vende muito mais do que ele está comprando.”
“Toda e qualquer atividade que não constitui valor para o cliente é desperdício. O importante é o produto necessário, no momento necessário, em quantidades necessárias e na qualidade necessária.”
“O fato de não termos encontrado uma forma de eliminar a atividade, NÃO SIGNIFICA QUE ELA NÃO SEJA DESPERDÍCIO, significa apenas que não temos conhecimento e recursos para tal.”
“O que é uma indústria? E ter uma estratégia, desenvolver um método, executar e depois repetir, repetir, repetir e repetir. Repetir tantas vezes que se torna uma rotina. A empresa ganha um ritmo ou um jeito de fazer próprios. Uma inovação? Estratégia, método, execução e, depois, repete tudo de novo, incessantemente. Até virar uma rotina novamente.”
“Eficiência operacional é simplesmente fazer melhor, mais barato, por vários períodos e de forma incessante.”
“O que é padronização? É paixão por fazer certo. É um aviso na porta do empreendedor: dance conforme o ritmo da fábrica. Se não o fizer, nem perca tempo tocando a campainha e nem pedindo entrada.”