Rosas Secas
As Rosas esquecidas
As rosas esquecidas do meu jardim, estavam secas,
Sua beleza já era extinta,
E toda sua majestade foi se embora levadas pelo vento,
Enquanto as rosas morriam,
Você apareceu na entrada de meu jardim,
No instante em que você apareceu um feixe de água apareceu, matando a sede das rosas, e as rosas por sua vez floresceram como nunca antes e sobre sua beleza retornava, e num piscar dos olhos,
as rosas estavam perfeitas como nunca.
DO OUTRO LADO
Ela deixou de lado todas as cartas que recebeu, todas as rosas secas que estavam dentro de um livro juntamente com todas as lembranças que restavam dele.
Todos duvidavam de que algo tão intenso tivesse mesmo chegado ao fim, mas pra ela sim, aquele era o ponto final.
Ela sabia que quando ele percebesse isso voltaria atrás... e foi o que aconteceu. Se encontraram na rua. Ele sorriu e tentou se aproximar, ela se esquivou. Foi gratificante sentir que seu coração não batia mais como antes, mais gratificante ainda foi ver que as borboletas que faziam parte da sua vida haviam ido embora...
O estranho foi perceber que novas borboletas haviam surgido. Não por ele, isso já era passado. Dessa vez, as borboletas se mexiam mais rápido no seu interior, seu coração quase saltava pela boca e o que se mostrava diferente é que era por alguém que acabava de passar do outro lado da rua, alguém que ela jamais viu antes.
Motivo da Rosa
Pétalas secas...
Sem cor...
Sem brilho...
Sem motivos para ser feliz
Sua vida, virou sertão
Seus galhos, perderão botão
Sua folhas, caíram
E junto à água, sumiram
Restam apenas espinhos...
Seu pé está fraquinho...
Quase caindo.
Sente-se morta
E por ninguém vista...
Não tem mais motivos
Para ser feliz
E por isso secou
E a sua beleza, acabou...
Vejo flores, sinto cheiro de terra brotando verde, exalando nascimento, recolhendo as folhas secas e acolhendo a natureza no pólen. Os pássaros cantam e os girassóis anunciam à primavera em grande estilo adentrando os jardins e ruas afora! Que seja uma primavera perfumada e viçosa, então, um caminho de rosas seja plantado e regado todos os dias em cada coração!
O amor é tão simples quanto uma pétala que cai, pois a rosa que desabrocha justifica sua morte quando colhida pelas mãos de um homem leal. Porém a rosa que murcha e seca não deveria ter alcançado as mãos de uma falsa paixão.
O quadro nu na parede seca
faz sala na rosa sobre a mesa.
Copos vazios de meias palavras enfeita
cinzeiros cheios em meio a madrugada.
E aos olhos do olho da nuca cega,
a verdade na retina da palavra certa
faz companhia à lua, majestade daquela noite.
Ela se encontrara despejada pelos cantos da casa, tão murchinha como uma rosa seca, sedenta por água. Quem a visse pensaria que estava cansada, com sono ou algo similar, mas na verdade nem chegava aos pés disso, como queria que fosse apenas sonolência, não obstante o que sentia iria muito além disso. A dor se chamava "amor não correspondido", mal sabia o que era, mas já começara a sentir os sintomas. Não disse a ninguém, continuou a sofrer calada, pobre coitada, definhando cada dia mais, ninguém ouvia seus soluços de choro desesperados durante à noite, seu semblante cabisbaixo e seu corpo enfraquecendo cada vez mais, não era drama, nem aparência. Era amor de verdade, amor sincero. Mas nada mudou, tampouco fizeram caso da pobre garota.
Meu sertão em seca
Em meados de outubro rosa
A seca "agunia" o sertão
A paisagem cinzenta domina
Os pássaros cantam, mas é um canto triste
O coaxar dos sapos não existe
Falta água, falta vida, falta alegria
A FLOR
Minha rosa que encanta a beleza seca dos macios toques de sua terra. Foi me visto teu encanto no deserto, tua resistência e resiliência com a vida, tu és, e sempre será, a minha rosa preferida.
Fostes vermelha, rosa e agora eis roxa, mas ainda assim sufoca-me com tua essência de licor. Não ousou parar em meio as condições do tempo, soube ser amor mesmo sendo flor.
E se porventura hoje a vida acordasse, e tirasse-me toda a cor, encandecendo meus batimentos, sufocando-me em ardor, ainda assim te olharia, minha linda rosa, minha bela flor.
ROSA
Esteja seca ou molhada, mesmo na terra
encalhada ela me olha maravilhada
em suas pétalas agasalhadas, mesmo sendo
destrambelhada se mantem determinada
de seguir sua encruzilhada.
O tempo passa
passa o tempo
gaveta abre, gaveta fecha.
O sol aparece, o sol se vai
caneta seca, caneta nova
ontem aluno, hoje escritor.
E escutando o professor
Guimarães dizia:
- Do morro vem o recado.
E naquele vai e vem
lembrei-me das loucuras machadianas
dos sentimentos do mundo de Drummond.
Legado imortal
Quem vai continuar?
No mundo de palavras curtas
abreviadas.
Que vive apontando
no arrasta e aperta
esquece-se de pensar.
E a tinta vai secando,
os dígitos sumindo
e o ontem bonito vai se enquadrando
perplexo.
Vai geração mexe
vai canção cresce
vai criança brinque
Invente, tente
não congele
vai.
A seu jeito
porque a sociedade está
e você é.
O ontem, o hoje, o amanhã
e quem sabe a gente se encontra
e aí então você me conta.
Inspiração (Poesia premiada em 2016)