Rosa do Deserto
❝No deserto, onde todo peso se multiplica a cada passo, não há espaço para futilidades; a vida e até mesmo a senda espiritual apresentam as mesmas características. Quão mais pesada for a bagagem, o acúmulo, quinquilharias, vícios, crenças, elucubrações, maior é o risco de se passar toda uma encarnação acorrentado e morrer sob escaldante sol.❞
Caciano Camilo Compostela, Monge Rosacruz. ©
Não sejais como o homem que morria de sede no deserto,
que ao deparar-se com uma rosa e com um cacto,
preferiu o perfume da rosa
e desprezou o cacto
que poderia salvar-lhe a vida ao saciar a sua sede.
"Uma pessoa rancorosa é semelhante a uma rosa no meio do deserto, desidratada, prenunciando a sua própria morte."
" Nos desertos da vida, você pode simplesmente brotar como uma flor ou permanecer na ilusão de um Oásis criado pela sua imaginação. Afinal, quem caminha por terra árida, de uma forma ou de outra,acaba descobrindo em si mesmo e nos próprios passos dados, que existe beleza de fato."
Deserto.
Multidão.
Solidão...
Falta tu por perto.
Saudades.
Passado que não passou.
Não saber onde tu estás.
Tu não saber como estou.
Silêncio.
Ausência de ti.
Saudades que me mata devagarinho...
meu balão de oxigênio... falta tu aqui.
Eita sentimento que mexe comigo, longe me sinto no deserto!
Escrevo também com a alma, mas não posso te chamar pra perto!
Cada pensamento meu, vai pra você!
Ando tonta, nada encontro, mas sinto seu cheiro de tanto amar!
Perco as horas, vejo estrelas de dia, e nas noites vejo o mar!
Queria ter você agora! mas a distancia não facilita!
No pensamento vou pra perto de ti, eu sei que quer, admita!
As areias do deserto se mantem quentes, somente enquanto o sol brilha. Depois tudo fica frio, e se veste de breu se não tem a luz da lua.
Percorri desertos e mares
Montanhas e vendavais
Céus e infernos
Dia e noite
Corri, caminhei, Rastejei
Cavalguei, Andei, Voei
Falei, chorei, gritei
Berrei, implorei, rezei
Olhei o céu, e rezei
Olhei para o inferno e rezei
Chamei Deus até chorar de soluçar
Chamei Lucifer até ficar rouca
Não havia caminhos para mim,
Não havia lugares
Não havia dor ou amor
Sentimento ou rancor
Mágoas ou qualquer coisa que pudesse me ajudar
Estava mais uma vez
Eu e a escuridão
A solidão e eu
Estava em um coma tão profundo e ardente, Que só havia eu morrendo,
E meu desespero, sem mais alguém.
-Nayara Rosa
Um mundo deserto... sem você por perto.
A tristeza... a solidão
povoam meu coração.
A dor... a nostalgia
me fazem companhia.
Foi embora a alegria...
Voltará pra mim você um dia?
O mundo é um deserto se você não está por perto!
Escravidão...
Que montanha você tem que escalar?
Que deserto tem de atravessar?
Que peso tem a cruz nos seus ombros a arrastar?
Que amigo você tem pra lhe ajudar?
Todo mundo precisa seu próprio hoje viver,
todo mundo precisa de um empurrão,
todo mundo precisa reconhecer
sua incapacidade de encontrar sozinho a solução.
Todo mundo
chega um dia ao fundo...
mãos atadas,
alma deseperançada...
todo mundo...
desde que o mundo é mundo.
Mais que um amigo,
um irmão
só Jesus pode lhe dar a salvação
mas nem todo mundo deixa de ser do mundo...
nem todo mundo recebe libertação.
Deserto
Atravesso desertos fora de mim.
Não encontro oásis no recôndito de minha alma.
Deserto incerto...
Nada é proporcional.
Miragens de mim.
Desejo intencional.
Deste-me um beijo.
Disseste-me adeus.
Gosto amargo e seco.
Tempestade de areia.
Uma serpente serpenteia.
Grito em silêncio.
Ecos num vazio amargurado...
Tudo desajustado.
Oásis embaciado.
Este deserto em que estou não é um lugar definitivo.
Estou de passagem.
E, enquanto nele estou, aproveito a paisagem...
Mas... não só.
Nele aprendo que tudo é e não é.
Nele descubro o que é necessário
e o que desnecessário é.
Nele me vejo em miragens.
Há fantasias... e utopias.
Nele me dou o direito de transformar sonhos em realidade...
e também de vê-los como meras alegorias...
Nele me alimento de suor e lágrimas.
Nele deixo-me reflorescer como os brancos e perfumados lírios.
Nele vejo um céu mil vezes mais estrelado.
Nele misturo certo o que parece errado.
Nele o turvo é desnublado.
Dos pequenos restos que de mim restam resta quase nada.
... só o tempo de uma jornada.
Meu deserto é o tempo e espaço de uma parada... é chuva de areia que minh’alma branqueia.
“Um grito no deserto”
Sou um grito no deserto,
Sufocado e sem razão
Sou o vento de saudade
Sobre os mares da paixão...
O eco de minha voz
Se perde no espaço
Há...Quem me dera ...
Ser acalento ,ser abraço
Sou alguém pela metade
Noite sem luar, sem estrelas
Resto triste de saudade
Sou apenas um grito no deserto
Abandonada..sem rumo andando ao léu!!!
Rastejando–me sobre as areias do desencanto
Em busca de meu céu...
( Cleonice Ap. Iori Rosa)
CARÊNCIAS
Caminho, neste instante,
no deserto das palavras
carregando a poeira dos poemas
e o vento da falta de sentimentos.
O céu está cheio de estrelas,
mas nenhuma a mim pertence
Nem a lua, nesta noite,
pode ser minha confidente.
Estou abandonada na estrada,
sem caminhos, sem moradas
para desespero de minha alma
que não consegue ficar silente.
E neste marasmo imponente
pareço uma bêbada sem rumo
contorcendo o corpo de ressaca.
Careço, neste momento, do alento dos movimentos
das doces e leves loucuras dos dias efervescentes
e até uma estrela cadente,me é suficiente
para preencher a minha madrugada vazia.
No fundo, CAREÇO DE POESIA.
Deserto
Nos morros esculpidos pelos ventos, nas mais altas fendas do Jalapão, a Princesa existia.
Presa em um Castelo cheio de ecos onde esquadrinhava a sua solidão.
Jamais descia.
Escondia-se com receio dos bichos que uivavam, rastejavam e se metarfoseavam junto ao capim dourado.
Do alto avistava as caravanas que contornavam as dunas à procura de sombra abaixo do chapadão alaranjado de arenito.
Ouvia os murmúrios dos preparativos do pouso, admirava a pequenas fogueiras iluminando a jalapa em chão de estrelas rastejantes.
Ao dia a savana dourada era castigada pelo vento indomável que carregava grãos de areia em constante combate.
Tinha desejo de descer, pisar naquela areia alaranjada, correr naquele silencioso esmagando o capim que choraria em seus pés estalando lamentos e rugidos.
No Castelo havia somente uma entrada.
E seus contornos e arrabaldes transpunham em curvas e corredores sem saídas obscuros para confundir estrangeiros.
Vivia ali sem nenhuma lembrança do passado somente do presente. À noite o Príncipe chegava carregado de conquistas e presentes alucinantes e ela viajava bem longe em seus verbos.
Na madrugada ele roubava seus sonhos durante o sono. Retirava seus aromas, as cores, suas noites enluaradas e o frescor de seu corpo banhado na alucinação dos rios.
Passou a Princesa a sofrer de nostalgia, de inquietude dolorosa, num choro calado debatendo-se com a sua imaginação.
Não havia superfície em sua vida, tudo era fundo e inatingível. Lembrava-se só das fogueiras estalando no lanço do isolamento das noites.
Tinha, portanto, um Castelo sem sonhos, janelas semicerradas e portas herméticas.
Passou a ficar extremamente branca, enluarada na cor onde se via seu mapa angiológico, desenhado, pulsando em suas veias.
Sua voz passou a ficar vigorosa, com ares de sufoco e repetir desejos. Diziam que a sua formosura estava pregada nas paredes da jalapa e respondia ao chamado dos curiosos.
– Princesa, onde estás? E no eco ela respondia:
– Onde estás?
Quando a caravana passava, abria suas tendas, nas sombras das noites insones, sua lenda sobressaltava junto à lua cândida.
E na placenta do imaginar ela nascia como alma de ilusão de quem deseja habitar na fantasia.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Quando a igreja ora, o chão treme, pilares caem, muros se desfazem, fontes se abrem no deserto, algemas se quebram caindo pelo chão e portas e portas se escancaram.
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