Frases da roça que exaltam a simplicidade do interior
Me lembro bem da minha história, tempos difíceis, muita luta na roça, era dinamizado as coisas para cada hora ,tinha motivação, era por minha senhora ,dela emanava uma enegia Boa ,que nos da força, mulher de sabedoria exemplo para vida toda .
Tenho saudades...
Da criança pequena,
da bela inocência.
Do caminho da roça,
que fez aquela moça.
Da grama molhada,
da poça espelhada.
Do cheiro que vem da cozinha,
das brincadeiras com a vizinha.
Das loucuras de minha tia,
e do carinho que ela me tinha.
Dos abraços calorosos,
que nos deixavam esperançosos.
De correr ao encontro do pai,
para ver o granizo que cai.
De escrever um carta,
de dizer o que "farta",
de ir ao encontro da barca.
De com minha mãe brincar,
e com o futuro sonhar.
De com trilhas me alegrar,
de sorrir ao cantar..
De saber que no pouco eu veria muito,
de saber que tudo tem um intuito...
01/04/19
onde termina o poema onde
um ponto de suspensão apenas
o poema não termina quando
a linha roça a beira do papel
tampouco a língua roça
aquilo que ela alcança
para além da página há
o poema imaginado sempre
uma imagem de poema
desfazendo-se afundando um
navio atracando-se no espaço
um navio a cada vez refeito mas
o corpo do poema não é
imaginário tampouco a
possibilidade de um limite não
há limite apenas limitação a
folha acaba a tinta acaba a
língua é o ponto de desacordo
roçar a página ancorar mas
a cada vez apenas por um instante
este inacabado este
que nunca termina
Toca meus seios
Me faz garota
Quero tua pele
Teu riso, na boca
Canta delirios
Roça minhas coxas
Quero teus olhos me consumindo
Palavras loucas
Me faz menina, me põe no colo
Me arranha
Me tira a roupa
04/12/2018
“...buritizeiros são testemunhas poeirentas.
Emprestei na roça tempo e gosto na labuta
Junto aos afazeres que eram sua luta
por entre o memorável frescor das bentas.
Dulce, me empenhou o sabor do jenipapo
entre quantos pulos no Corguinho Doce
e contudo se isso suficiente não fosse
do sentido da bondade não me escapo.
No mundo então onde um rei não mais enxergo
Nem pelas veredas com cheiros de rês no pasto
ela, tia, que me ensinou temor e respeito vasto.
Discernir o ruim do bom onde me aqueço e ergo
Sua falta é agora para onde me rumo
com olhar vazio pela falta que se instala.
Posso talvez sofrer pela morte que apunhala,
mas certamente há um lugar de seu aprumo..."
E era sempre assim. Na hora de ir ajudar no trabalho da roça, ela era bem grande. Na hora de ir tomar banho no rio e nadar no lugar mais fundo, ela ainda era muito pequena. Na hora que os grandes ficavam de noite conversando no terreiro até tarde, ela era pequena e tinha que ir dormir. Na hora em que espetava o pé com um espinho e queria ficar chorando no colo de alguém, só com dengo e carinho, sempre dizia que já estava muito grande para ficar fazendo manha. Se ela tivesse um espelho mágico, que nem rainha madrasta da Branca de Neve, bem que podia perguntar:
- Espelho meu, espelho meu, que tamanho tenho eu?
Banana
Ah! A banana...
da terra
prata
ouro
delicia soberana
Na roça
no quintal
minha, sua, nossa
preferência nacional
Ah! A banana...
Capital!
Que da Mãe Terra emana
Viva o bananal...
natureza, prana
fortuna tropical
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
39/004/2020, cerrado mineiro
copyright © Todos os direitos reservados.
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol
Lá na roça
Na roça tem comida no fogão á lenha, gente boa e passeio de carroça.
Ah como gosto da vida no campo, que tem tudo e não esta prosa.
Como é bom ir para a roça, lá além de ter comida deliciosa e tudo fresquinho
feito com carinho e com amor e o que mais eu admiro, lá na roça
é a simplicidade de um povo acolhedor.
Por isso, que quando eu crescer ainda, vou comprar uma casinha, lá na roça.
Amor,
Vamos voltar a morar na fazenda? Sou moça simples, não do interior, da roça mesmo.
Cheguei nessa cidade, tanta gente estranha, falando o que não sabe, fofoca da vida alheia que você sabe não ser verdade.
Viche, num guento não.
Lá era bem mió, meu bem.
Só era nós dois e a lua, que se tava cheia enxergava o céu mais claro.
Independente da fase da lua, vc sempre sabia os nossos caminhos para a felicidade.
Desliga o celular, rede?
Só a de pescar.
Vida? Só interessa a nossa.
Pra que televisão? Se você me faz viajar nos teus braços.
Pra que tanta gente? Se queremos sempre ficar só nós dois.
Pra que tanto vizinho? Se o que a gente quer é gritar de prazer.
Ninguém precisa saber que eu disse sim para o homem da minha vida e vou ser feliz pra sempre,
Vivemos um conto de fadas, porque a gente vive, a gente não precisa que ninguém mais veja ou acredite.
A gente vive, a gente dorme e acorda com um bicho veroz no nosso peito.
Eu te amo, eu te amo, eu te amo.
"Na mata fui criado
A escrita é muito pouca
Mas na roça sou doutor!!!
Sei das horas e das estações
Sem relógio ou calendário
Sei quando prantar e colher
Trabaio na roça pra num farta nada na cidade
Modo de que a fome dói
Tem a Marildinha
Ah se ela gostasse deu
Nóis impacotava as traias
E nóis dois durmisse
E tarvez nóis dois ali ficasse
A tarde sentariamos num tronco
De arve caída
E ver o por do sor de mãos dadas
Tarvez tarvez tarvez
Seria uma bela estória de amor
Deu e Marildinha
Com sotaque caipirez"
Conheci um casal de idoso lá na roça..
Ela ama a cozinha e ele ama o jardim..
Se conhecem e convivem a mais de 50 anos e um dia tiveram a idéia..
Vamos trocar os afazeres?
Você fica com a casa, comida, roupa..
E eu com a jardinagem
Então no dia seguinte o velhinho foi pra cozinha, fazer feijoada, mas tinha a casa pra limpar, a vaca pra tirar leite, por o leite pra ferver, lavar as roupas, tudo antes do almoço..
E a velhinha foi pro jardim cuidar das flores, do jardim, da grama....
E o velhinho pensava credo! Como da conta de tudo isso?!?
E a velhinha pensou quero ver ele chegar aos meus pés...
Então algo chamou a atenção quando o velhinho gritou... Minha velha acode! O feijão queimou..
A vaca fugiu, o leite derramou no fogão, a roupa ficou tudo de uma cor só, e não limpei a casa...
E a velhinha disse se acalme meu bem...
A vida é assim mesmo, quando achamos que o afazer do outro é mais fácil... A vida mostra que cada um deve continuar no seu afazer...
Jamais se meta no que o outro está fazendo...
Aaah e a velhinha é claro deu conta de tudo!
CHOVI CHUVA AQUI NA ROÇA
Chovi chuva aqui na roça,
Chovi sem cessá,
Vai dizê pra minha flô,
Que é tudo dela o meu amô.
Chovi chuva aqui na roça,
Chovi sem pará,
Aqui na roça tá sequim pra daná,
Si ocê num vié logu, a cumida vai fartá.
Chovi chuva,
Choví pras pranta moíá.
Aqui na roça nois qué ficá,
Si ocê num vié logu, as veis nois tem qui mudá.
Chovi chuva no arrozá,
Chovi divagá pras pranta num istragá,
Nois tem que alimentá a humanidadi,
Num chuvi só aqui, moía tamém o arrozá do cumpadi..
Chovi chuva,
Chovi aqui e tamém da banda di lá,
Num dechi a secura duminá,
Pra ajudá inté já coloquei umas vela pra quemá.
Já pidi pra Santa Barba,
Qui nois qué qui se vem logu.
Nois crê muito na santinha,
Achu qui loguim se vai moía nossa prantinha.
Brigadu Santinha!
Vem logu, chuvinha.
Nois agradeci bastanti si ocê vié.
Si num tivé coeita nois num vai arrumá muié.
Élcio José Martins
Nas cabaças que sequei em cada verão, armazenei a água para beber na roça, separei os ovos de galinhas, peruas e capotes. Fiz as cuias para medir o feijão, o milho e a farinha e guardei as sementes para plantar no próximo ano, o pão de cada dia com as bênçãos de Deus pai todo poderoso.
Peço a minha madrinha Nossa Senhora da Saúde para cuidar de mim mais um ano, dando-me forças e coragem para trabalhar na roça, livrando-me dos males, doenças e enfermidades e caminhando firme no Apostolado.
MÃE ZUZA (Maria da Saúde de Araújo 1914-1990)
Lá na roça
La na roça,
A gente planta ,a natureza rega e colhemos que ela regou.
Hoje vou falar de uma planta.
Cujo vegetal é fenomenal.
Rala-se a espiga e o leite escorre no latão furado com prego e martelo e não há quem resista a cozida massa ralada e laranjada.
La na roça é assim,
A gente tira a palha e os cabelos e as espigas vão chorando o tal caldo na bacia improvisada.
Até o luar do interior chora nessas horas.
A safra do grão amarelo escorre pelas veias da poesia.
Até os animais agracedem.
Milho verde!
Oh! Trem bão.
Gostinho do interior.
Gostinho da roça sinsinhor.
Enquanto o Juninho queima o carvão.
O Lourival fica de boca no chão cozinhando no taxo de latão.
A família toda participa da ornamentação.
Mamãe e minhas irmãs,
Enchem as conchinhas na palha verde retiradas das espigas.
Depois de empalhadas e cozidas.
Se torna o prato do dia,
O angu na frigideira se embola e se mistura com poente do Sol....
Oh! Saudades meu Deus.
É o puro sabor daquele nosso,
Sertão.....
Autor: Ricardo Melo
O Poeta que Voa
Ventos de agosto
vento que passa e roça o rosto
para muitos mês do desgosto
Para outros apenas feioso
e bastante lastimoso
Vento que varre a calçada
mas também suja o quintal
vento de folhas secas
a estalar sob os pés
a desalinhar o cabelo
da moça arrumada
que caminha empertigada
Ventos que nos desafiam
Com dias de muito sol
em outros enevoado
Vento que traz a fuligem
das queimadas lá do campo
Vento que leva sonhos
também traz nostalgia
Vento que as vezes
torna enfadonho
o dia de muita gente
Vento que faz
o bambu envergar
cuidadoso pra não se quebrar
nos mostrando que é preciso
as dificuldades enfrentar
Vento frio , vento morno
Vento lento , vento feroz
É apenas o limiar
Da primavera
que está para chegar.
Quem não se batizou ainda nas águas da selva da roça tem a opção de ser batizado na selva de pedras, que retém a água; e ambas salvam, porque o que importa é o elemento fé: "Quem crer e for batizado, será salvo."
CÉU DO INTERIOR
O céu visto aqui na roça
alegra meu coração.
Vejo fácil as estrelas
acima da minha visão.
Boa visibilidade,
calma e tranquilidade,
nesse pedaço de chão.
Nasci e me criei na roça, estudei, trabalhei bastante, até me aposentar e voltei pra roça novamente! Bom demais da conta sô!!!
Eu sabia que o passado não era real. Era só uma ideia, e o que eu queria tocar, o que eu queria roçar, o sentimento que eu não sabia definir – simplesmente não existia. Também era só uma ideia. Acho que é preciso ter muito cuidado com o uso que você faz das suas memórias.