Rival
Solidão é o meu fantasma, meu amigo, meu rival, meu companheiro.
Ele me assombra nas horas de medo, quando parece estar tudo perdido e sobrio. Ele é meu amigo, porque só tenho ele para compartilhar as danças, os risos tolos e sem sentido de uma lembrança. Meu rival porque não o quero perto de mim, mas ele está, só para me contrariar. Meu companheiro das noites, dos sonhos, dos passeios, do pôr do sol, das caminhadas à beira da praia só para me contentar em saber que há ninguém ao meu lado, apenas a solidão.
Uma paz hostil.
O maior equívoco do ser humano é encarar a morte como rival da boa vida. Cá entre nós, chega uma hora que a morte é uma dádiva.
"A saudade é a rival numero 1 do amor! Observe: quando a saudade está ao seu lado, seu amor está bem distante."
"O seu maior rival;a inveja, tá de parabéns, pois ela sempre te captura e te força sempre a fazer coisas inúteis."
A maior "rival"da imaginação é a realidade
A imaginação sonha
A realidade faz
Mas uma, sustenta a outra
Amamos a tudo e a todos, pois não vivemos sem o mundo a qual pisamos. Mas se queres ser rival a mim e as minhas crenças, serei rival a ti e ao teu povo, e me negarei-me a tua amarga existência. Assim digo, um verdadeiro filho de um verdadeiro Deus. Amado seja vosso Pai, rei de anjos rebeldes, portador da luz, luz que me ilumina e que me guia dentre meus caminhos. Que assim seja, amado Lúcifer!
O dicionário é como um desses inimigos naturais do poeta. Tal qual todo bom e velho rival, é folheado, julgado e relegado aos momentos prosa da vida.
Um traço que não se completa
Não precisa ser das trevas testemunha ou rival.
O seu caminhar na folha o comprime, o esconde
Na procura desvairada do mas como? Quando? Onde?
Pode ser que sua busca se complete afinal.
No começo foi guiado e submisso se manteve,
Ignorando a espera que apenas alucina.
Foi preciso mais de um sonho, foi um rosto de menina,
Para que o sofrimento se derreta como neve.
Escorado na memória, percorreu desfiladeiros
Onde o monstro esquecimento encolhia-lhe o passo.
Para a alma apaixonada o talento foi escasso.
Foi no choro, no soluço, encontrar seus companheiros.
Prisioneiro de um gesto ou refém de uma saudade,
Assumiu o compromisso de fazer jorrar do nada
O mistério aveludado das feições da amada,
Pois no sonho se confundem a mentira e a verdade.
Hesitante no percurso, feito barco à deriva,
Foi dos olhos presa fácil, resistência abandonando.
O mistério, o sofrimento, por ainda estar amando,
Mantiveram ilusória a imagem sempre viva.
Que importa o trajeto quando arde na lembrança
A fogueira esfomeada de anseio e acalanto
A mistura de magia devaneo e espanto
Que ao projetar a alma, esqueceu a semelhança?
Nota do editor: O poeta nos oferta sua mensagem por meio de versos sensíveis, participantes e abertos à porosidade de um mundo atroz que nos circunda.
*Do livro ´´Desespero Provisório`, Editora Edicon.
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