Ritmo
Na estrada da vida, caminhamos sem pressa, cada alma em seu ritmo, sem forçar, sem lutar.
Cada passo é uma escolha, cada escolha uma direção.
Não há necessidade de forçar os desdobramentos da vida, pois cada alma se enraíza, onde a paz se prepara, o amor se declara e o ser se fortalece.
Soltamos apenas as amarras que já não pertencem ao caminho que trilhamos, abrindo espaço para chegar onde precisamos.
Em seu caminho não há nada certo.
Há uma hesitação, um ritmo mais lento, mas não teme o sopro do vento.
Ela sonha com um futuro sereno, um caminho seguro, sem desatino e muros.
Em seu íntimo, um mar de emoção; por fora, a calmaria mais azul.
Em seu peito, um desejo a pulsar, o desejo de não deixar a paz escapar.
Ela, mulher de espírito tranquilo e maduro, carrega em si um amor puro e, no coração, uma doce demora, como um beijo que o tempo devora.
Em um mundo onde as pessoas dançam ao ritmo da sedução, metade da vida é gasta em um jogo de olhares desviados e sorrisos disfarçados. Cada gesto, cada palavra, uma tentativa de capturar a atenção e o afeto dos outros. Mas, à medida que o tempo passa, a outra metade da vida se dissolve em uma névoa de ansiedade, alimentada pelas expectativas e julgamentos alheios.
É um jogo antigo, onde as regras são incertas e as recompensas, efêmeras. No entanto, chega um momento em que a alma cansada anseia por liberdade. Abandonar esse jogo é um ato de coragem, um passo em direção à autenticidade e à paz interior.
Você já não jogou o suficiente? Não é hora de viver para si mesmo, de encontrar alegria nas pequenas coisas e de abraçar a serenidade que vem com a aceitação? Renda-se, pare de segurar a vida, você não está no controle. Deixe para trás as máscaras e os papéis, e descubra a beleza de ser verdadeiramente você!
Deus, uma Unidade Gerando Unidade
Em meio ao ritmo incessante da vida, onde o caos e a harmonia dançam lado a lado, existe um anseio profundo que repousa em cada coração humano. É um chamado sutil, um sussurro que ecoa além dos limites da compreensão comum. Esse chamado nos convida a elevar-nos acima da dualidade que permeia a criação, a enxergar além das sombras do bem e do mal, do dia e da noite, do prazer e da dor.
Ao atender a esse chamado, começamos uma jornada de autodescoberta, um caminho que nos leva a explorar as profundezas da alma e a perceber a centelha divina que reside dentro de nós. É um despertar gradual, um desabrochar de consciência que nos revela a unidade subjacente a todas as coisas. Cada experiência, cada encontro, torna-se um elo que nos aproxima dessa verdade universal.
O objetivo supremo do homem, então, não é meramente alcançar o sucesso material ou acumular conhecimento. É transcender as ilusões da dualidade e reconhecer a presença do Criador em cada aspecto da existência. É compreender que, na teia intricada da vida, somos todos fios interligados, parte de um grande todo que pulsa com a energia do amor e da sabedoria divina.
Na serenidade desse reconhecimento, encontramos a paz verdadeira, um estado de equilíbrio onde a mente, o coração e o espírito dançam em perfeita harmonia. E, nessa dança sagrada, percebemos que somos, todos nós, expressão do Criador, vivendo a grande aventura da criação em busca da unidade.
Prós que preferem seguir e imitar sempre aquele velho cantor que tinha como performance o ritmo musical da Pisadinha, não comemorem o Natal e o Novo ano... Vai ser igual... Será sempre igual aos militantes desta marcha,
O meu ritmo não é o mesmo que o seu na caminhada .
Por isso, precisamos ajustar o passo para caminhar juntos.
TORMENTO
Em enturvados cruéis, tal a dor
Num ritmo triste, que não alivia
Chamar a inspiração da poesia
Fria: - é qualquer ode de amor
E ver o choro do penar que for
Ali presente, na rima. Se fazia
Em um vagar d’alma cativa, ia
Crendo neste causar pecador
A quem não fará crer a culpa?
De tais os versos no tormento
Bem sei, minha, sem desculpa!
Pois, até lástima na poética tem
E vem o versar meu, sem alento
Com suspiros na prosa também.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08/11/2020 – Triângulo Mineiro
TRIBUTO
Eu acato cada verso de uma poesia
Com gosto de ventura e de passado
Onde cada ritmo é um elevo sagrado
De dourado sonho e sentimental via
Bendigo o vocabulário em sintonia
A ousadia duma inspiração, ao lado
A poética que faz do bardo fadado
Ao tom intenso que d’alma contagia
Os versos são eternos, com riqueza
Da mente que tem saudade, tristeza
Também, de ser emotivo, ser amado
Sensação que torna vez em quando
A imaginação no imaginário voando
Para se tornar no aplauso venerado
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13 fevereiro, 2022, 15’25” – Araguari, MG
Ó TANGO QUERIDO!
Ritmo poético! O bailado em prosa
Versos de um amor não esquecido
Que no teu âmago foi adormecido
A ilusão cheia de perfume de rosa
Bandonéon sofrente, sussurrante
Que desperta o peito e nele brade
Num compasso pesado e vibrante
O instante de evocação a saudade
Ritmo d’alma, de sensação errante
Que leva o sentimento tão distante
E traz comichão ao coração sofrido
Ah! balada de insânia dum passado
Sonhos, devaneios, desejo sagrado
Inesquecível paixão, ó tango querido!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12 março, 2022, 17’00” – Araguari, MG
EMOTIVO CORAÇÃO
Aqui onde me vem está prosa
De um ritmo tão sentimental
Sem que simule ser maquinal
E sim, um verso cheio de rosa
Cheio duma paixão, carinhosa
De paixões de amor, especial
Tão notável, e que nuca igual
Um soneto de trova charmosa
Aqui onde me bate este canto
De encanto, amoroso, tanto
Na tão diversa, rara sensação
Chego a desejar com anseio
Que cá trago emoção do ceio
Onde bate o emotivo coração
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25 de maio, 2022, 14’36” – Araguari, MG
Estudante, vá andando no seu ritmo sem precisar correr e suba todos os degraus que precisa para chegar na linha chegada. E não abaixe a cabeça e nem se sinta menos que ninguém, pois todo professor já foi um "reles" aluno.