Rio
O mundo está chorando pelos cantos.
A sede está barrenta e o Rio Doce ficou amargo.
O som da bomba parou corações e partiu vários em todo o mundo.
As ondas do mar fizeram uma criança dormir eternamente, mas a guerra ainda continua viva.
Guerra por tudo, guerra por nada, guerreando pela paz, matando pela vida, cada um por um ideal sem lógica.
Vejo seres pensantes agindo como irracionais.
Qual a cura para dor do mundo?
- Lais Rosa e Sinail Junior
Eu rio com minhas próprias sandices. Quando lavo talheres, tenho o costume de lavar na seguinte ordem: colheres, facas e garfos. Pensando acerca do assunto, imaginei que como as colheres e facas são femininas, devem preceder aos masculinos garfos, que além do mais, espetam as mãos ao serem colocados para secar. E, entre os talheres, começo pelos dourados para em seguida lavar os que tem cabos de madeira. Mas o negócio está ficando cada vez mais sofisticado, pois entre as colheres, começo pelas de sobremesa, porque as acho crianças. Ainda há pouco, uma colher de sobremesa ficara escondida sob uma de cabo de madeira e outra dourada e, imediatamente pensei: que bom, pelo menos a colherzinha não vai estranhar a etnia! Será isso TOC?
Se eu fosse um rio, não queria ser o Tâmisa, o Reno, o Sena e nem o Amazonas. Se eu fosse um rio, queria ser o Rio de Janeiro!
O Rio (Espero que não seja o fim para o Rio doce...)
Nasci no alto pra correr na terra,
Molhar o chão,
Abrigar o peixe,
Encontrar o mar,
Nasci no alto pra correr na mata,
Regar a planta,
Banhar a pedra e criar o limo,
Sustentar o barco e apoiar o remo,
Nasci no alto pra correr pro homem,
Saciar a sede,
Girar a roda,
Alimentar a vida,
Nasci no alto pra seguir o curso,
Completar a rota,
Cobrir o leito,
Exigir a ponte,
O chão está árido,
O peixe sumiu,
O mar está longe,
A planta secou,
A pedra rolou, o limo acabou,
O barco furou, o remo quebrou,
A sede é grande,
A roda travou,
A vida definha,
A rota é difícil,
O leito vazio,
A ponte caiu.
(Valdir Aquino Lubas)
Talvez eu precise viajar pra um lugar bem longe daqui, onde tenha flores, uma rede, e um rio só pra apaziguar a minha alma desse embaraço que nela há.
Sonhei ter o mar em minhas mãos
Sonhei viajar nas asas de um beija flor
Sonhei dançar no rio sobre as águas
Sonhei matar minha sede com teu olhar
Sonhei ser jardim, flores...
Sonhei te conquistar !
UM RIO QUALQUER
Um rio sempre forma cidades
e vida ao seu redor...
O furacão humano chega,
domina seu leito,
abanca-se da margem,
crianças banham-se
e as lavadeiras, em seu encantar,
cantam velhas canções humanas...
Até que o homem esquece o canto,
a sujeira expulsa as lavadeiras,
as crianças crescem
e pavimentam o rio...
MANAUS DOS MANAUENSES
Assim que pude ver o sol
saindo do rio Negro,
é que vi o teu segredo
de loucura e de beleza,
o porquê de te amar,
de gostar de ti,
Manaus...
O amor por ti
não é só por nascimento,
era um pouco namorico,
que cresceu durante o tempo.
Hoje já não é só diversão,
é um forte casamento
de amor aos teus encantos.
Teus segredos causam espanto
ao mundo do egoísmo,
que não tem canto tão verde
e por isso te inveja,
te persegue,
por não ter um rio
que, de tão grande,
guarda o sol...
As opiniões que seguem a corrente são como carcaças de animais lançadas ao rio: inertes e em processo de putrefação.
Há algo tão prazeroso quanto aperfeiçoar-se?! Ajuda-me Senhor, nessa tarefa. És como um rio inesgotável. Preciso mergulhar...
(Fabi Braga, 16/12/2010)
Nas melhores das noite
De olhos fechados , onde as águas corriam no corpo
como um rio até chegar ao mar
da estrela que ofuscava e não parava
eu estava lá , multidões vazias , ou vidas mortas
achocolatado com canela, fumaças de um vivente
vim de outra galaxia ,e ser a partícula boa dela
mas somos um só, e estou pagando as contas de todos
eu sei , eu sei .
Eu me faço , eu me vivo
Nasço ;cresço , reproduzo e morro.
Morada
Teve um dia que tinha um rio correndo na palma da minha mão.
Segurei esse rio pensando que de um lápis se tratasse.
E tentei escrever um poema na pele de um passarinho encostado ao chão.
Tentei também fotografar à voz de uma árvore.
Entretanto só consigui beijar o corpo da luz.
De súbito nasceram grãos de água do lado de dentro da minha alma. Fiquei feliz por ter tentado construir uma casa com poesia na
imaginação.
No entanto, o que aprendi mesmo foi que à minha única vocação é estar sozinho. Desde àquele dia minha alma passou a ser à morada do ciclo do vento.
Morgado Mbalate
Poema distiguido no Solar de Poetas na
semana de 25 a 31 de Maio de 2014
“Sou boba sim, rio e sorrio do nada, por coisa pequena, aprecio detalhes. Bom. Porque não rir? Ao menos se eu fosse morrer ali, no momento seguinte, eu ia poder ter a certeza de que deixaria o melhor de mim pra ser lembrado. O meu riso amarelado.”