Rio
Só Rio
Dentro de mim, passa um rio...
Às vezes, ele vem com correnteza forte,
Remexendo tudo que tem no fundo...
É nesse momento, que eu transbordo...
E também aprendo a nadar ,
Sempre contra a força dessa correnteza...
Quando o rio se acalma e fica leve,
Percebo que algumas coisas ali se afogaram...
Outras ficaram nas margens,
E as restantes, mergulharam no profundo da minha escuridão...
E aí, eu até sorrio.
Só... rio...e rio só...
Emergindo na superfície dessas águas,
Atraída pela luz do céu,
Traída nos pensamentos antigos,
Salva pela iluminação do astro-rei...
Renasço...
Como se parida fosse,
Pela primeira vez.
E sorrio, novamente,
Enquanto me curvo na beira do rio...
Agradecendo o aprendizado.
Olhando as curvas desse rio,
Respirando uma vida nova.
Tango
As margens do Rio da Prata
não se sabe ao certo
entre Montevideo e Buenos Aires
nasceu nos bares
nos bordeis
bairros mais pobres
dança complexa
passos agressivos
evocam nos dançarinos
Drama...
Paixão...
A musica contas histórias
onde o homem sofre de amor
e a mulher é submissa
Tristeza...
Sofrimento...
são ritmados
por violinos
flautas...
violões...
e o bandonéon dá o acorde
que falta
Gardel...Magaldi e Piazzolla
enriquecem com voz
e letras romanticas
com muita sensualidade
que encanta esta dança.
(Fouquet, maio 2010)
A saida
O rio que minha inocência se encharcou
Hoje é um traçado árido
Caminho por ele
Sei que em algum lugar esta a fonte.
A escuridão que cegou meus olhos
Hoje me motiva a abrir os lábios
Como o galo, que mesmo no escuro canta.
Porque sabe que o sol está chegando.
É no escuro que os olhos do coração têm a chance de enxergar.
Fogo e Lágrimas
As lágrimas que vertem de meus olhos
e correm como um rio em minha face
tem à nascente em teu coração.
Lágrima alguma apaga o fogo de um
coração atormentado pela saudade.
Meus olhos não escondem a dor
porque ainda não aprenderam a mentir.
Busco na noite a luz de teus olhos
Uma luz sem a impaciência do fogo
Um brilho maior que o sol do meio-dia
Recolho-me à solidão contemplativa
onde materializo teu olhar me abraçando,
aquecendo minha alma combalida pela
ausência da paixão que a alimenta...
No calor do sal de minhas lágrimas...
Reservo-me o augusto direito de te amar.
RUAS AFLUENTES
Ruas da minha cidade
São para elas que o rio acena
Em suas passagens tortas
Procissão dentro da caatinga
Cheio de água, de saudade
Pois sabe que a cada ponto
A volta se é mais improvável
E sua espera é certeza.
Do mar de outras cidades
Que não acena às suas ruas
Molha as suas encostas,
E nunca foi passageiro
Sempre ele vai, ele volta.
Um tubarão de espreita
Que engole o rio, sem pena
O rio que deixou saudades
Que à borda dele passaram.
Rio de minha cidade
Para ele as ruas acenam
Em pontos tão esperados
Que um gesto dista do outro
Que passa afogado em saudade.
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Naeno* com reservas
"Uma das maiores dificuldades de um cristão, talvez seja largar suas vestes, e lavá-las nos rios do Senhor, deixar tudo para trás, renunciar os quereres e achismos, para seguir o verdadeiro, o grande Eu Sou. Não, é fácil, mas há recompensa! Há se, há! Se doar, não é fácil, porém eu glorifico o Santo nome do Senhor, pois cada dia que passo com Ele desfruto de sua intimidade, de sua amizade e assim posso crescer, para baixo. Aqueles que não ouveram encontrado com Cristo, nunca poderão entender esta veracidade, nem saber quão maravilhoso é deixar os trapos nos chãos, e se revestir de uma nova face.
Frente a frente com Jesus Cristo."
Distante, do RIo, me sinto um pouco traidora. Como uma espécie de avó que não assiste o próprio parto da filha, não escuta o primeiro choro do neto. Minha obrigação era estar lá, espiando o céu, junto com os outros, interpretando o barulho dos trovões, ou se não houver trovões, apurando o olhar e o ouvido para detectar por outros indícios a tristeza ou a esperança.
Adoro quando tentam me enganar, eles riem de mim por achar que me engana, eu rio deles por fazer eles acreditarem.
E eu que sempre fui rio de águas serenas vi a natureza cair em contradição.
Seu mar de ondas bravas me invadiu sem a menor cerimônia.A força foi tão grande que revolveu meu fundo,trazendo à tona aquilo que havia depositado dentro de mim.Aflorou os sentimentos todos.
Nem sempre o rio corre mais rápido apenas porque queremos. Momento de cultivar a paciência, tudo tem seu tempo certo!
Não será possível nenhum peixe razoável sem pensar no anzol e na rede, sem distinguir o rio do mar, sem conhecer linhas e iscas, sem apanhar chuva e sentir o sol.
Sou a floresta e o rio preso naquela pintura,
Sou a parede branca suja por crianças,
Sou o hotel das pessoas de ontem,
Sou a música, sou a alma, tenho alma
[E um lápis
Sou um profeta do futuro,
Sou a casa da vizinha, você olha, mas não quer ver,
Sou a luz acesa, mas às vezes apago,
Sou o vaso quebrado e jogado e colado,
Sou da cor do céu, mas meu humor define qual tom,
Sou a poesia sem poeta,
Sou o cheiro que não senti da flor,
Sou intenção, me inventei e agora sou.
Gosto de ficar sozinha, n'um canto escuro me acho, rio de mim. O perigo jaz inerte, no entanto, o sinto.