Rio
Eu Amo você,
Ainda que com plena consciência do quão Platônico isso seja,
Quero ser teu ninho,
Você é um passarinho,
O mais lindo,
Que eu possa observar voar,
Voe,
Sabendo,
Que se chegar o frio,
A chuva,
A tempestade,
Seu ninho estará aqui,
Protegido na árvore da minha Alma,
Enraizado,
No mais profundo sentimento,
Que não subtrai,
Sou tua soma,
Multiplico-te em meu Amor,
Com todo cuidado,
O chocolate mais raro,
Imensurável,
Sinto o prazer de degustar cada pedaço,
Deixando derreter,
No paladar,
Eternizando cada momento,
Caixa de Pandora,
Um prazer,
Com perigo,
Que eu não exitaria em correr,
Inspiração,
Perco a razão,
Sem compreensão.
Sim,
Eu prefiro o mundo dos sonhos,
Ele é menos cruel,
Nele não existe distância,
Há esperança,
Aliança,
Nos entrelaçamos,
Por ser Sonho meu,
Não teu.
Solamento.
Era uma vez,
Uma garota que queria encontrar o Amor,
E quando pensa que encontrou,
Ganhou um coração partido,
Submergiu no mar da desilusão,
Com o principe que era um dragão,
Cuspiu fogo,
Queimou os nossos sonhos.
Nota,
Não me notas,
Ainda que te escreva em tudo,
Tu me bota no mudo,
Enquanto,
Meu coração grita,
Seu som do silêncio é tão forte,
Que escorraça,
Sútil,
Nada,
Quebrou as taças,
Quebrou a vidraça,
Me estilhaça.
Não faz sentido,
A vida não tem sentido,
Quando o sentido da vida,
É viver perdido.
Sei que existe um lugar,
Que vai além do corpo,
É o lugar da Alma,
O lugar da minha Alma,
Que não se encaixa,
Meu corpo é só uma caixa,
Uma caixa que contém minha Alma,
Uma Alma que só quer levitar.
Mas, a vida me tira do Ar.
A realidade dos olhos é só uma máscara,
Uma máscara,
Que eu não sei lidar.
Então, me deixa,
Me deixa voar,
Pra longe,
Sem horizontes,
Onde meu Oceano do pensar,
Precede,
A existência presente,
Tão envolvente,
Como a existência,
Só a caixa,
São máscaras,
Então,
Me deixe quebrá-las.
Artêmide.
Dispo-te em versos,
Versos de uma noite,
Clareza,
Me desperta a Alma,
O insólito me revoa a calma,
Congruência,
Me faz ranger os dentes,
Torna-te atraente,
Subsequente,
Despertador do Ardor.
Viver é,
Saber se sobrepor à toda dor,
Toda pancada,
É conseguir olhar pra si mesmo,
Sabendo que nos momentos mais difíceis é você que estará lá pra se resolver,
Nos mais alegres é você que fará sua melhor comemoração...
Acredito que isso seja um reflexo da modernidade líquida,
Cada dia mais as pessoas estão mais envoltas de pessoas e mais vazias de verdade...
Tipo um esconde-esconde,
Onde pessoas usam máscaras,
Até mesmo elas,
Acreditam em sua própria mentira,
Vida fake,
Um Avatar de redes sociais,
Uma hora que cai,
Vira estilhaço,
Cortando à si e aos outros ao seu redor,
Mas,
Quem se importa,
Já que se tem umbigo,
O mais incrível é que ninguém é perfeito,
E o escudo tornou-se olhar pro defeito dos outros,
Para se sentir melhor,
Aonde?
Não sei,
Se defeito é defeito,
Só muda de nome ou pseudônimo.
A consciência escureceu,
Virou uma bola,
Parou na garganta e ficou,
O tempo se encarregou,
Expeli a dor,
Devolvi teus pedaços,
Em cacos,
Me reconstrui,
Em estilhaços,
Taça quebrada,
Vinho em vinagre,
Mas,
Nada nem ninguém muda o que vivi,
As marcas ficaram,
Tatuagem,
Cicatriz.
Dissolve-me,
Reduz-me à pó,
À pó que sou,
Amor meu,
Pouco se fez,
Manteiga,
Se desfez,
Pó, líquido,
Do só,
Contido,
Aflito,
Pouco solicito.
Como alguém pode discutir o indiscutível?
Como isso seria plausível?
A realidade é essa,
Toda essa pressa,
A falta de consciência,
Confessa,
O consumo esaserbado da nossa natureza,
Acabando com toda beleza,
Proporção,
Trocamos a natureza selvagem, pela selva de pedra,
Serragem,
Pó,
Estradas,
Que viagem...
A ciências se sobrepõe à convivência,
Pessoas sobrevivendo de aparência,
A tecnologia tomou forma de cadeias,
Informação demais,
Incendeia,
Queima,
Sufoca,
Voraz,
Tira o foco,
Quebra os blocos,
Aperta as correntes,
O que realmente importa?
O mais simples,
Tornou-se à última porta,
A única à entender,
Precisamos ceder,
Desvencilhar,
É necessário entender,
Somos natureza,
Como um todo,
Em destreza,
Se ela morre,
Então,
Morramos com ela,
Somos o todo,
Mesma casa,
Imensidão azul,
Planeta Terra.
O mundo me dói,
Como uma apunhalada pelas costas,
Nada mais faz sentido,
Perdi o juízo,
Tudo que cria perdeu-se,
Desconstruiu-se,
Escorreu como lágrima,
Molhou-me o rosto,
Desgosto,
Engarrafado,
Contido num maço,
Num posto,
Em março,
Se alastra,
São só fugas,
Entre copos, fumaça e corpos,
Me aperta o cardio,
Me enjoa,
Virá pó,
Me assola a Alma,
Tira-me a calma,
Que a cada respirar se esvai,
Fico trêmula,
Inerte,
Inútil,
Misturada à esse mundo fútil,
Rebordose,
Vivendo ao inverso dos versos que um dia fiz,
Da vida que eu quis,
Como dente-de-leão,
Sopro de "Bem me quer, mal me quer",
Esvoaçou,
Em partículas se tornou,
Fragmentou,
Desmoronou.
Liberdade condicional,
Uma vida tão banal,
As correntes,
Não me deixam andar pra frente,
O capitalismo aprisiona,
Egoísmo e egocentrismo ocasiona,
As pessoas estão cheias de si,
Mas, vazias em sua companhia,
Ensurdecem,
Brigam,
Gritam,
Se impõe,
Se expõe,
Redes sociais são para isso,
Aprovação?
Se torna missão,
Dia-a-dia,
Essa agonia,
Contabilizam-se os likes,
Morre-se aos poucos,
Perde-se a humanidade,
Troca de olhares,
Onde estão os exemplares?
Prefere-se olhar para uma tela,
Sem brilho,
De olhares parados,
Sorrisos falsos,
Povo embriagado,
Ludibriado,
Nome do alucinógeno,
Tempos modernos,
Liquidez,
Nada dura,
Nada perdura,
Tudo se vai,
Escorre,
Perde o juízo,
Na velocidade da luz,
Millenium Falcon,
Sem rumo,
sem prumo,
Sumo.
Sou um Grito de Arte,
Uma escritora falida,
Num estrondo de silêncio,
Ensurdecedor,
Minha Arte vive em mim,
Mas, não posso viver da minha Arte,
Sou um Grito,
Estrondoso,
De silêncio,
A vida é uma violência à minha inteligência,
Onde todos os dias,
Sou violentada à deixar a esferográfica de lado para os versos,
E colocá-la entre os dedos,
Para melhor atendê-los,
Essas são as grades do capitalismo selvagem,
Onde,
Um uniforme, para alguns é capaz de ditar regras de julgamento,
Onde deixo meu mundo das ideias,
Escritora que sou, para escutar insultos,
Falta de educação, falta de empatia, não de todos,
Mas, de muitos,
Que julgam-se melhores por estarem por detrás de uma mesa...
Ou com um crachá de cargo à mais,
Tanto faz.
Todo ser humano possui dois lados,
Um é o que enxerga plenamente,
Outro é seu ponto cego,
Dentro deles,
Qual o certo?
O que vê com a retina?
Ou o que vê com a neblina do que é sentir?
O que seria do ser?
Se não houvesse a doutrina?
E o sentir fosse o centro do ser?
Meu Amor por ti,
Começa com R de Recíprocidade,
Se não fosse assim,
Não ficaria,
Chegou como quem não quer nada,
Passarinho,
Te encontrei,
Agora faz morada em meu ninho,
O que passou,
Já passou,
Tornou-se memória,
Platonizou-se,
Você é meu eterno Recíproco,
Então,
Se aconchegue,
Sou o ninho que é seu,
Seu Amor,
Com R,
Recíprocidade.
Minha escrita não é cronológica,
Muitas vezes não tem lógica,
Estou constantemente apaixonada,
Por pessoas,
Sem conhecê-las,
Sem tocá-las,
Pode ser em sonhos,
Dormentes,
Ou,
Acordados de olhos abertos,
Estou constantemente apaixonada,
Pelas situações amáveis,
Pelas pessoas que se amam,
Pela gentileza,
Pela natureza,
Minha arte,
É te fazer sentir,
A paixão que existe em mim,
Tomar conta da paixão que existe em ti.
Afeto.
Minha natureza é o Amor,
Minha resposta é entrega,
Ainda que no fim,
O desamor o transforme em solidão,
Prefiro manter os bons olhos,
Acredito no bem,
E luto,
Mesmo em luto,
Acredito nas pessoas,
Porque acredito em mim,
Em verso,
Sei,
Não sou a única no universo.