Rio
O mundo me dói,
Como uma apunhalada pelas costas,
Nada mais faz sentido,
Perdi o juízo,
Tudo que cria perdeu-se,
Desconstruiu-se,
Escorreu como lágrima,
Molhou-me o rosto,
Desgosto,
Engarrafado,
Contido num maço,
Num posto,
Em março,
Se alastra,
São só fugas,
Entre copos, fumaça e corpos,
Me aperta o cardio,
Me enjoa,
Virá pó,
Me assola a Alma,
Tira-me a calma,
Que a cada respirar se esvai,
Fico trêmula,
Inerte,
Inútil,
Misturada à esse mundo fútil,
Rebordose,
Vivendo ao inverso dos versos que um dia fiz,
Da vida que eu quis,
Como dente-de-leão,
Sopro de "Bem me quer, mal me quer",
Esvoaçou,
Em partículas se tornou,
Fragmentou,
Desmoronou.
Liberdade condicional,
Uma vida tão banal,
As correntes,
Não me deixam andar pra frente,
O capitalismo aprisiona,
Egoísmo e egocentrismo ocasiona,
As pessoas estão cheias de si,
Mas, vazias em sua companhia,
Ensurdecem,
Brigam,
Gritam,
Se impõe,
Se expõe,
Redes sociais são para isso,
Aprovação?
Se torna missão,
Dia-a-dia,
Essa agonia,
Contabilizam-se os likes,
Morre-se aos poucos,
Perde-se a humanidade,
Troca de olhares,
Onde estão os exemplares?
Prefere-se olhar para uma tela,
Sem brilho,
De olhares parados,
Sorrisos falsos,
Povo embriagado,
Ludibriado,
Nome do alucinógeno,
Tempos modernos,
Liquidez,
Nada dura,
Nada perdura,
Tudo se vai,
Escorre,
Perde o juízo,
Na velocidade da luz,
Millenium Falcon,
Sem rumo,
sem prumo,
Sumo.
Sou um Grito de Arte,
Uma escritora falida,
Num estrondo de silêncio,
Ensurdecedor,
Minha Arte vive em mim,
Mas, não posso viver da minha Arte,
Sou um Grito,
Estrondoso,
De silêncio,
A vida é uma violência à minha inteligência,
Onde todos os dias,
Sou violentada à deixar a esferográfica de lado para os versos,
E colocá-la entre os dedos,
Para melhor atendê-los,
Essas são as grades do capitalismo selvagem,
Onde,
Um uniforme, para alguns é capaz de ditar regras de julgamento,
Onde deixo meu mundo das ideias,
Escritora que sou, para escutar insultos,
Falta de educação, falta de empatia, não de todos,
Mas, de muitos,
Que julgam-se melhores por estarem por detrás de uma mesa...
Ou com um crachá de cargo à mais,
Tanto faz.
Todo ser humano possui dois lados,
Um é o que enxerga plenamente,
Outro é seu ponto cego,
Dentro deles,
Qual o certo?
O que vê com a retina?
Ou o que vê com a neblina do que é sentir?
O que seria do ser?
Se não houvesse a doutrina?
E o sentir fosse o centro do ser?
Lembrei-me de ti,
Lembrei-me de nós,
De nossos planos,
Do desejo mais profundo,
Desejo de mudar o mundo,
Usando formato de letras,
As mais belas canções,
Nosso motorhome,
Viajando o planeta,
Em paisagens mais lindas,
Inimagináveis,
Respirando à cada segundo,
A doce flagrância da paz,
Entre nós,
Nossa arte,
Enchendo os pulmões,
Não existiria sorte,
Seria Amor,
Em todo beijo de bom dia,
No cheiro do café coado,
Nos pés descalços na areia,
Com o céu mais azul do mundo em beira do mar...
Consegue imaginar?
Um pedaço de Amor contido num todo de paz?
Então,
Pinto nosso Amor nesse verso,
Pro céu endereço,
Num desejo mais profundo,
Que a cada segundo e num piscar de olhos,
Que possamos estar juntos,
Como nessa pintura,
Com a tinta em versos.
Dos sons mais notáveis,
O silêncio,
Dos fins não findáveis,
A paz,
O amor de verdade não acaba,
Muda,
Como tudo na natureza,
Transforma,
Ainda que transtorne.
Relacionamentos sempre são conturbados eu sei,
Mas, logo ela,
Que me dizia que eu nunca soube o que é ter um relacionamento normal, me fazer o tal...
Não sei,
Não sei o que esperar da vida,
Rasga,
Feito feridas,
Abertas,
Nunca há cicatrização,
Nem vitimismo,
Incidem,
Revivem,
Em outras histórias,
Os mesmos lamentos,
Do dia em que te pedi em casamento,
E você não aceitou ser amada.
É pedir demais?
Querer alguém que se ponha no seu lugar?
Que não grite,
Que não imponha limites tentando mudar quem se é,
Que receba de braços abertos,
Porque eu tenho assim os meus,
Que nos dias mais tempestuosos seja abrigo,
Não mais um motivo de solidão,
A pior solidão que se dá na companhia,
Na má interpretação de palavras,
A tristeza que vem da alma,
Da ferida de uma palavra mal dita,
Estou cansada de ausências,
De tomates que se fazem de maçã,
Da dor das escolhas erradas,
Dessa falta de paz,
Aliás...
Não sou boa com escolhas,
Gostaria de me colocar numa bolha,
E poder viver em paz,
Sem leva e traz,
Sem gritos,
Sem ruídos de palavras Mal Ditas,
Mal escolhidas,
Vazias e em vão,
Me dando vontade de ir...
Sem insistir,
Falta coragem,
E eu deveria seguir.
Nós,
Poetas e poetisas,
Representantes de arte em palavras,
Em pinturas feitas em formato de letras,
A nossa escrita um desabafo da alma,
Afetando outras almas,
Empatia,
Quem diria?
Valor inestimável,
O Amor vale mais que qualquer tesouro desse mundo,
Ele é profundo,
E eu me afundo.
Sempre remédio,
Despejar a Alma em versos,
Doses homeopáticas do meu eu,
Derramadas em papel e caneta,
Como quem segura a calda de um cometa,
Viajando em Universo intrínseco,
Transformando palavras em cores,
Se esvaziando de todas as dores,
Transbordando de si.
Me faço em versos para amenizar o profundo caos desse mundo,
Meu âmago, meu eu,
A arte é fuga,
Numa realidade confusa.
Camalehumanos.
Ser Quântico,
Distribuindo-se em pedaços,
Partículas de Si,
Espalham-se,
Dissipam,
Misturam,
Em outros seres,
Num abraço,
Num sorriso,
Contato,
Em diálogos,
Transmutação,
Por emoção,
Contato,
Camuflagem,
Um ser dividido,
Sem metades,
Partículas que se partem,
Se misturam e partem,
Sem volta,
Transformando tudo em sua volta.
Meu Amor por ti,
Começa com R de Recíprocidade,
Se não fosse assim,
Não ficaria,
Chegou como quem não quer nada,
Passarinho,
Te encontrei,
Agora faz morada em meu ninho,
O que passou,
Já passou,
Tornou-se memória,
Platonizou-se,
Você é meu eterno Recíproco,
Então,
Se aconchegue,
Sou o ninho que é seu,
Seu Amor,
Com R,
Recíprocidade.
Minha escrita não é cronológica,
Muitas vezes não tem lógica,
Estou constantemente apaixonada,
Por pessoas,
Sem conhecê-las,
Sem tocá-las,
Pode ser em sonhos,
Dormentes,
Ou,
Acordados de olhos abertos,
Estou constantemente apaixonada,
Pelas situações amáveis,
Pelas pessoas que se amam,
Pela gentileza,
Pela natureza,
Minha arte,
É te fazer sentir,
A paixão que existe em mim,
Tomar conta da paixão que existe em ti.
Afeto.
A distância mede exatamente a proporção do desejo,
O tempo do reencontro,
mede exatamente a intensidade dos nossos corações,
Que se entrelaçam,
Como uma dança,
O beijo que transpassa,
Física Quântica,
Energia,
Perto de ti eu derreto,
Como se meu corpo se desfizesse em micropartículas,
Cada uma com uma cor,
Cada uma vibrando com a intensidade do nosso calor,
Como se o mundo parasse,
E eu não me importasse,
Só quero ficar,
Que se dane o relógio,
Quero me envolver no teu cheiro,
Nos seus cabelos,
Boca macia,
Universo paralelo,
Pra onde eu quero voltar,
E novamente contigo,
Fazer o tempo parar,
No toque, no gosto, no cheiro...
Seu sorriso me aquece,
Como a luz do sol enaltece,
Estremece,
Como se o relógio parasse,
Em êxtase,
Me desfaço,
Tua boca tem formato de céu,
Me eleva,
Me leva,
Em cada onda de Amor,
Meu prazer em você,
Desde o anoitecer,
Você é meu dia clarear.
A saudade faz parte do Amor,
Assim como eu faço parte de você em mim,
A distância é inevitável agora, eu bem sei,
Ôoo se sei,
Então, que seja,
Em tua ausência a companhia da saudade,
Misturada com a imagem de uma história,
Utópica,
Platônica,
Que com muito Amor,
Se desenvolve à Neruda,
Um enlaço,
Um abraço,
Teia.
Dezesseis ou vinte dois?
Uma vida,
Uma morte,
Um respirar e a falta dele,
Um Amor vivido intensamente,
Intensamente destruído,
Novamente pelas minhas mãos,
Cama quente,
O calor do seu corpo,
O relaxar da minha mente,
Num relacionamento ardente,
Explosão,
Combustão,
Fogo,
Passa,
Arrasando tudo,
Arrastando os muros,
Escombros,
Migalhas,
Interrogação,
Eu não sinto mais a dor,
Eu sou a dor,
Sou solidão,
Insólita,
No grande mar das incertezas tão sólidas.
Eu vou para um paraíso desconhecido com você,
Porquê nem mesmo o êxtase,
Se compara com o teu prazer.
Sorria,
O teu sorriso é o quebrar do silêncio,
Transforma o choro,
O lamento,
Num abraço,
Farto,
Sem precedentes,
Alma quente,
Calor,
Nos teus braços,
Teus abraços se encontram,
Carinho,
Nada mesquinho,
Doação,
Satisfação,
O prazer foi todo meu,
Em conhecê-la,
Ler-te,
Como um livro bom,
Daqueles que se relê em breve,
Sem pressa,
Com uma taça de vinho na mão,
Porque nada acontece em vão.