Rio
A evolução desumana.
Planeta terra, uma ilha cercada de egocentrismo por todos os lados, e o egocentrismo gera o egoísmo, que gera a falta de consideração pelos outros.
Deus fala no silêncio...
Quantas vezes ficamos em silêncio hoje?
Quando ficamos no silêncio,
Nos fechamos num mundo livre de tudo...
Nos projetamos para fora,
Fora do barulho deste mundo,
Que ecoa como zumbido de inseto em nossos pensamentos em formando preocupações.
Quantas vezes?
Aqueles acordes que brotavam dos dedos daquela moça,
Acalmavam seus ouvidos contristados das lamurias desse mundo.
Muito fácil saber quem sou.
Basta mergulhar em meu som,
Nele me acho,
Me faço,
Desfaço,
É quando palavras de mim se escondem,
Em nada me respondem,
Notas que surgem como um Porto,
Em meio á um mar revolto,
Acolhendo meu ser,
Num ninar profundo,
Levando consigo todas as tristezas do mundo.
Sobre comportamento baseado em sentimento.
Existe uma incompatibilidade imensa entre eu e o mundo.
Existe uma distância de pensamentos profundos,
Fere-me,
Diverge.
Nem sempre fui assim,
Outra realidade havia em mim,
Por desconhecer o infinito,
A busca de um prazer finito,
Largava-me num longo abraço com a incerteza,
Bem longe da clareza,
Entregava-me a rasos amores,
Enchiam-me de dores.
Essa dor é que me dói no mundo.
A dor do engano,
Do profano,
Do raso.
Roubaram-me as palavras.
Adaptaram minhas frases à interpretações torpes.
Fazendo-me escrava do não dito.
Dito de forma bela, sincera.
Exposto de forma megera.
Uma quimera.
Idéias não podem ser fake.
São meu eu despido, sem make.
Interpretações sim.
Ninguém é parte de mim.
Não sabem do que se é feito por dentro.
Um lamento.
Minhas palavras são minh'alma ao relento.
Fique atento.
Prolixidade sou eu
Eu gostaria de saber calar,
Sentar num trapiche bem perto do mar,
Aprendendo com a doce voz do silêncio.
Até que o ouvir seja mais presente que o falar,
Até que o respirar fique tão calmo quanto a paz que tenho dentro de mim,
Até que a tolerância e a paciência sejam minhas melhores companheiras,
Fiéis escudeiras até que eu, ou mundo tenha um fim.
Tudo foi feito para agradar a Deus.
Tudo que vive, respira,
Foi feito para agradar a Deus.
Eu sirvo a um Deus que ensinou a sabedoria.
Tudo é dEle.
Tudo deveria ser usado pra Ele,
Toda música, todo som, toda poesia.
Tudo que me traz alegria, a Ele darei,
Pois, Ele é o primeiro, é o tudo,
De todas as alegrias e maravilhas, Ele é o Criador.
Devo a vida á Ele e antes dEle o que conheci se chama vazio.
E hoje o cheio, a paz,o completo, é o céu em meu viver,
E só se vê porque Ele é em mim o TUDO.
Sou um livro de poemas sinceros,
Publico-me sem clareza.
Loquaz, gosto de desperdiçar as palavras,
Como num conto abstrato,
Pintado em letras.
De um modo geral, expresso-me muito mal.
Uso palavras não compreensíveis a todos.
Minha prolixidade me isola,
Separa,
Por isso levo sérias conversas comigo no espelho,
Torno de meu âmago,
Próprio remédio e por vezes,
Afogo-me em próprio veneno.
Tão cheia de mim que me canso,
Asfixia,
Mergulho no meu eu em demasia.
Viajo, crio coisas, não me encaixo,
Incertas estranhezas,
Olham-me do alto,
Enfadonho.
Sou um singular á procura de um plural,
Insólito.
Não me justifico.
Apenas vivo.
"Não vou olhar pela fresta da janela,
Pra não ver o sol entrar,
Não vou viver mais um dia,
Esperando o outro raiar,
Fecho os olhos e não quero mais abrir,
Vejo o que está lá fora e já não quero mais sair...
Só Deus meu amigo, só Deus!
O mundo está entorpecido.
Enquanto isso,
Mantenho os vícios longe daqui,
Longe de mim.
Eu vou fitar todas as pedras do caminho,
Pra não ter que tropeçar,
Foco na fé meu amigo,
Foco na fé,
Subindo até o céu chegar...
Me dê um analgésico pra dor,
Um sonrisal pra me dar alegria,
E alguma enciclopédia que me explique,
Quando vai chegar o dia?
Acorda meu amigo,
Acorda e para de olhar pro teu umbigo!
Descobri que poeta não sou,
Pois não sei o que é o amor.
Disseram -me assim
Que só sei falar de mim.
Mas como falarei de alguém que desconheço?
Sentada numa cadeira em frente a janela,
Vendo o dia amanhecer,
Do oitavo andar,
O oitavo é onde tudo acontece,
Nas músicas na vida, na poesia,
Pensando,
Pensando em ter par,
Ter uma companhia.
Cansada de ser só minha,
Mas penso que nem toda companhia é companhia.
Vai chegar meu dia,
As vezes é só um corpo ali,
Parado ao seu lado, triste, cansado,
Como um manequim de loja,
Ali calado,
Tão chato,
Quero alguém afim,
De longas conversas,
Até mesmo desconexas.
Vendo o sol amanhecer o dia,
Com toda alegria,
Aqui,
Da janela do oitavo andar,
Onde tudo acontece...
No mundo,
Na música,
E em minha poesia.
Bom dia!
Hoje amanheci com o dia...
Eu não nasci pra pássaro de gaiola,
Meus pensamentos me libertam,
Assim como minha fé em Cristo,
Vivo pelo amor, dAquele que me criou,
E com amor, para liberdade.
Tenho a consciência de poder viver em qualquer canto,
Tenho poder de escolha e força pra vencer,
Eu escolho!
Aprendi que reclamar não adianta,
É um tropeço.
Ainda existe essa pedra no meu caminho,
Mas o reconhecer é o início do alterar,
Isso quando se quer,
Pois, fácil é dizer sou assim e sobreviver,
Eu prefiro me moldar,
Transformar e mudar.
Sou um eu em constante mudança,
Reconheço e fito minhas falhas,
Afim de encomoda-las até saírem de mim,
Viro-me do avesso, me reconheço e,
Mas, diversas vezes me esqueço,
Sei o que quero e o que não quero,
E sei que posso ser o que quiser,
Pois, sou guiada por consciência,
Não pelo sentimento,
O coração ilude,
A palavra do meu Deus,
Desmitifica.
Por fé, por amor a Cristo.
Liberdade eu vivo.
Letícia Del Rio.
27/12/16.