Rio
Sobre mim...
Não pinto os cabelos;
Prefiro pés descalços a usar saltos;
Confio em pessoas que usam moletom em casa;
Prefiro arvores a shoppings;
Meu som preferido é o silêncio;
Assistir as nuvens se mexendo é mais legal que a TV;
Nunca tentei contar as estrelas, acho que precisaria de ajuda;
Gosto de acordar de madrugada e ver o dia nascer;
Razões falam mais que sentimentos, mas nem sempre fui assim...
Amo pessoas mais do que animais, afinal os animais não recusariam sua própria espécie;
Gostaria de fazer mais do que falar;
Queria saber filtrar tudo que falo, tenho dificuldade com isso às vezes;
Erro sem querer errar, mas teimo em acertar;
Não tenho vergonha de assumir meus erros e pedir desculpas;
Quero ser melhor a cada dia para agradar quem é perfeito, meu Deus, a quem amo acima de todas as coisas e isso me basta.
Nunca fui boa com números,
Palavras me agradam mais,
Tenho uma dificuldade imensa em guardar datas importantes,
Assim como nomes,
Dou mais importância a dizeres do que a nomes próprios,
Guardo acontecimentos como imagens na memória,
Coisas vividas e lidas como canto ou poesia,
Não sou boa com números,
Números são exatos,
Sou inexata,
Mutável,
Com palavras construo o que posso ser,
Melhor,
Palavras que fizeram tudo,
As palavras do meu Deus me mudam.
Aprendo ao cessar, erro ao falar,
Refreie o pensamento,
Antes que chegue à boca,
Ou pode ser tarde demais para alguém.
Enfim paz, desarmei o meu coração.
O meu barco que comanda é o meu Salvador,
Desilusão para traz ficou,
Das pedras das ruínas da estrada do passado,
Construí o meu castelo,
Mudei o caminho, é longa a subida,
Em contrapartida não sou mais eu que me guio,
Eu guia de mim, sou guia cego,
Quem me guia é quem me fez,
E quando me distraio nessa estrada Ele me Põe de volta,
Então novamente olho para o céu,
E tudo fica em paz novamente.
O Tomate e a Maça...
Um dia, cheguei a casa com muita vontade de comer uma maça, Abri a geladeira e a procurei, porém só havia um tomate, Então olhei para aquele tomate, como se fosse uma maçã, e o devorei vorazmente, mas dentro dele continham os mesmos venenos, ou as mesmas vitaminas de um tomate.
Pé... Pé de gente, pé de meia, pé de fruta, pé de andar, vou dar no pé.
Pé de amora, pé de manga, pés de pato a dois mil pés.
Pé? Peraí!
Da janela o sol nascendo, todas as cores do azul,
Aquele cheiro do novo,
A esperança de um novo dia chegou,
Mais um ano com meu Senhor,
Isso é tudo que eu preciso,
Isso é tudo que eu quero,
O resto é o por vir,
O resto vem como se o natural fosse vir,
Tudo coopera para mim,
Tudo coopera ao que crê,
O sol bate na janela,
Todas as cores do amanhecer.
"E quando olho para trás, para a vida em que deixei, só vejo uma imensidão de vazio pra onde não quero mais voltar."
Máscaras de riso,
Seu sorriso tem cheiro de choro.
Não adianta disfarçar, dói demais olhar.
Seu riso com gosto de pranto,
Você olhando nesse espelho falso,
Numa dança cega com o engano,
Brincando com o incerto, achando certo,
Preso dentro de si, se achando livre,
Sentindo o peso do sofrer,
Muitas vezes sem saber, ou sem querer saber.
Acostumado a não ter mais jeito, tendo jeito.
Orgulhosamente apresentando uma vida em estilhaços.
De salto alto no fundo do poço, uma vida sem gosto.
Ainda há tempo,
Uma palavra,
Um contento,
Para mudar a sua vida.
A maior parte do tempo que usamos é desperdício,
A maior parte do que fazemos é desnecessário.
Estranho... Mas é.
Não poderia mais é.
E isso é, só é.
Não vejo a beleza pela retina, contemplo a beleza da convivência
Troco a visão dos olhos, pela visão da alma,
Troco a fraqueza de sentimentos por sonhos acordados de pé no chão.
A desimportância do saber.
Já vivi, já chorei,
Já gritei,
Já sofri,
Também já venci,
Já perdi,
Já vivi,
Também já morri dentro de mim,
Já corri de mim mesma,
Já persegui,
Sei o que é ser feliz,
Mas também já fui triste,
Já sonhei,
Conquistei,
Depois acordei...
Já... Dentro de mim. Eu... Já.
Quem sou eu?
Quantas vezes na voz do vazio,
Dentro do silencio da solidão,
De quarto escuro da mente já busquei...
Quantas perguntas vazias,
Ecoam no vazio do ser eu?
Quanto mais que sei,
Mais do que eu quero saber se torna inútil,
Fútil,
Quanto mais penso que sei,
Nada sei,
Quanto mais de mim há em mim,
Menos sou,
Questionamentos em vão,
Nunca me fizeram viver,
Consumiram-me anos a fio,
Apenas o necessário devo saber,
O necessário para que eu possa fazer.
E fazer é o seu ser,
Almejo o certo,
Chega de incertos!
Que são insetos,
Sobrevoam pensamentos,
Zumbem dentro de mim,
Vãos questionamentos,
Afastam-te dos caminhos mais belos,
Só quem conhece o infinito sabe o que eu quero dizer,
Quem busca o infinito,
Preenche o vazio que há em viver,
Dentro de si vazio,
Propositalmente vazio,
Para que o infinito invada o seu ser.
Ser,
Menos do eu,
Mais daquEle em quem quero ser.
Fecho os olhos,
Em oração voo para outro lugar,
O céu, meu futuro lar,
Onde não existe dor,
Nem o terror de uma vida vazia,
Lá habita o dono dos meus sonhos,
Onde não haverá mais choro,
Nem tristeza sobe lá,
Longe do meu Senhor,
Nunca mais eu vou ficar,
Tua presença mora ali,
Tua luz cobre todo o lugar
Não haverá mais escurecer,
Nem daqui eu vou lembrar,
E quando esse dia chegar,
Aos Teus pés eu quero estar.
Compreensão humana é substantivo em extinção.
É quando o verbo compreender é incompreendido
E chora aflito,
Compreende estar perto do fim,
Só existe uma pessoa que nos pode compreender,
Sem ela, nada podemos fazer...
Quem mata essa charada a esse nada falta.
Eu gosto é do silêncio.
Eu gosto é de sentar num trapiche bem perto do mar,
Ouvir o vento passar,
As gotas que eu sinto sobre o meu rosto,
Aquele gosto, vida ao mar.
A brisa que invade aquela cidade,
As nuvens que passeiam como que desenhadas pelas mãos de Deus, aquele azul que em lápis de cor nunca se viu.
O som do violão que se mistura a canção que vem do vento.
Tom que gera vida em palavras que se transformam em poesias,
Vida fora do relógio, dentro do propósito e longe da multidão.