Rio
Eu só queria deitar num tapete com você,
Perder tardes inteiras imbuídas de risos despejados sem sentido,
Escrever meu nome com o seu naquela arvore,
Como num clichê daquele filme que não vimos juntos,
Ouvir músicas inteiras embalando nossa trilha sonora,
Fazer filhos da fé. (Há quem entenda).
Ter poesias declamadas com hálito de café pela manhã, vestidos de meias, havaianas e moletom,
Criar,
Viajar horas planejando nossa viajem, ainda que não saia do papel.
Caminhar pela cidade de mãos dadas,
Transformando todo cinza em verde-água.
Ver o sol se Partir filosofando pela noite até o sol raiar.
Formato em nuvens,
Cafuné.
Contar estrelas e sorrir...
Só pela presença.
Perdi-me dentro do labirinto do meu eu,
De forma tão avassaladora á não ver fim,
Achando-me no domínio,
Vi-me escrava de mim,
Incontrolada, rastejava-me,
De modo tão sútil camuflava-me,
Vestia-me de uma confiança fingida,
Mas, dentro, perdida e aflita,
Álter ego abalado,
Quase findado de tanto chorar,
Novamente vestia-me de sorriso,
Definição do meu eu outros dias...
Cercada de falsas alegrias,
Completa solidão dentro de mim,
Foi assim, sem chão e ferida,
Encontrei guarida,
Nos Teus braços e Tuas mãos.
Como a Terra, antes da criação,
Sem forma e vazia,
Recebi-te com alegria,
E por Tuas palavras, fui novamente moldada,
Grilhões rompidos,
Acabaram-se os olhos aflitos,
Sigo na fé,
Por Aquele que me põe de pé!
!Oco!
Vi-me cercada,
Sitiada e a mercê daquele falso amor.
Aquelas lindas pessoas, que sentavam no meu colo,
E em meus ouvidos pronunciavam palavras de amor,
Com sorriso sem gosto,
Beijavam-me o rosto e falavam de amor,
Como se, fácil fosse amar.
Sentimentalmente,
Deixava me levar,
Ignorando o pensar,
Violentava minha consciência,
Pela ausência,
De um amor esquecido,
Quase que perdido.
Não sabia o que era amor.
Amor se constrói com o tempo,
Forjado em lamúrias e lamentos,
Atitudes e contentamentos,
Alegria,
E média euforia,
Sem agonia...
Sem desespero,
Com tempero,
É estar contigo, mesmo que seja ao relento,
Num dia cinzento,
Ou até mesmo segurando um guarda-chuva em dia de sol,
Sendo a sua sombra em segurança,
Conquistando confiança.
Estão banalizando o amor,
Estão banalizando o beijo,
Estão banalizando tudo!
E aquilo que era bonito e maduro,
Hoje se perde no escuro,
Como casa sobre a areia,
Que quando a maré sobe caí.
Pensamento, porque tomas meu tempo?
Insensatos lamentos,
Coisas abstratas, cheias ou vazias?
Alegrias, euforia, fantasia?
Isso te vicia?
Pensamento, porque tomas meu tempo?
Seria minha distração tua alegria?
Ou meu raciocínio tua garantia?
Pensamento, porque tomas meu tempo?
Arrebata meus segundos, encurta meus minutos e esmaga minhas horas.
Noite a fora não para de me afligir,
Quem és tu pensamento?
Amigo ou inimigo depende de mim mesma,
Dê-me o que tens de bom,
Jogue fora o que tens de ruim,
Pois, no fim,
Quem é a dona do que fazer contigo,
Sou eu.
Entendeu?
Eu não deixei de ser uma pessoa sensível e sonhadora...
Mas, aprendi a não viver por isso,
Eu vejo beleza em tudo,
Eu amo intensamente,
Mas boto tudo num papel,
E vivo pela razão.
Não há razão para sofrer por ilusão,
Por amores inventados,
Com pés cansados de tanto correr atrás de algo,
que vai te fazer vazio,
Achando bonito o sofrimento,
Vivendo de lamento,
Com intensidade, mas não de amor,
Mas de desilusão.
Cansei, então hoje olho pro céu,
De onde vem meu único e verdadeiro amor,
Assim meu sofrimento acabou.
Não busco notoriedade por aparência,
Quero a notoriedade de quem consegue me olhar de dentro,
Aparência um dia acaba, o que importa no final é a essência,
E isso é muito mais profundo que meus olhos castanhos,
Ou qualquer outra coisa de fora que possa parecer interessante,
O que se tem dentro é muito maior,
É o que realmente diz quem tu és,
E o tempo não corroí.
Embriagava minha Lucidez para anestesiar minha alma,
Tropeçava dentro de mim em passos firmes de tristeza,
Desfilava passos largos de sorriso frouxo atrapalhado,
Enganava não só os outros, mas a mim todos os dias.
Vivia como se fosse fácil viver,
Perdendo tempo de copo em copo,
De vida em vida,
Deixando tudo que eu tinha de bom para traz,
Me tornando alguém cada vez mais vazio do que é bom,
Estragando vidas, empurrando a minha com a barriga,
Sem ambição de progresso,
Implorando por amor.
Vazia e no silêncio seguia,
Até que um dia encontrei a luz do meu Senhor.
Se me é necessário, isso não se sabe,
Só sei que a todo vapor, pensamento não para,
Simplesmente dispara, como um felino para com a caça,
Consome meu tempo e meu estado,
Cresce a semente do pensamento,
Como a fábula do pé-de-feijão,
Dispara a imaginação, como bala de canhão,
Tudo vira música no meu mundo,
Vivendo num mundo interior de poemas,
Seguindo diferente de todos os sistemas,
Sem entender ao certo o porquê de tamanha diferença,
Essa foi minha sentença,
Viver debruçada de papel em caneta,
Descrevendo meu céu em palavras,
Decifrando e resolvendo feridas,
Em palavras expressivas,
Sem coração ou não,
Mas sempre buscando razão,
Insisto, nem sempre consigo,
Mas assim vou mudando meu “eu”,
Não tão meu, de palavra em palavra.
Fui escrava de amores que um dia inventei,
Como poderia assim amar alguém?
Então um dia, tão fraca e vazia,
A verdade encontrei,
E o baú de sentimentos inventados,
Teve um infarto do miocárdio,
Morreu, foi enterrado.
Sou melhor com palavras escritas,
Embaralho-me quando tento diz-las
Minhas poesias são meu "eu" criptografado em palavras,
Existe um mundo dentro de mim,
Mundo feito em palavras,
Como sopa de letrinhas, mas, mais organizado,
Às vezes não...
Então não me entenda,
Leia-me,
Decifre-me,
Pois não sou igual, nem diferente,
Apenas feita de palavras, quase nada faladas, muito menos ouvidas,
Ou compreendidas,
Mas, escritas, esperando ser decifradas,
Em outras palavras...
"Eu não sou um corpo. Eu sou um cérebro.
Se o corpo fosse mais importante que o pensamento,
A alma teria formato de gente."
“Se não usarmos de inteligência para vivermos nossos sonhos, eles se tornarão nossos verdadeiros pesadelos.”
Sou feita de palavras, e hoje transbordo...
Sem explicação pensamentos presos se tornam soltos em papel e caneta,
Posso ser quem sou num papel,
Mutável,
Penso que posso pensar melhor,
Pensando assim,
Talvez use um lápis da próxima vez...
Espero você me encontrar,
Porque não sei escolher,
Só sei errar,
Por mim sem direção,
Olhando pra cima para o céu e Quem me fez,
Sim, nisto tenho razão,
O resto eu espero, trilhando o caminho sincero,
Certo, focada onde quero chegar, o céu.
E é nesse caminho que você vai me encontrar,
E assim vamos trilhando no resto desse caminho,
Até o final chegar,
O final que para nós é só o começo da verdadeira vida.
Eu acordei e ela ainda estava lá,
A lua, tão linda de se observar,
Observando-me de manhã,
Onde ela não devia estar...
A lua não mora na noite?
Porque hoje de dia posso então olhar?
Todos os dias ela se vai,
Mas hoje ela não quer ir embora,
Escolheu ficar, acho que vai morar aqui...
Na minha janela.
Toda a dor desse mundo, em ritmo caótico,
A tristeza,
O desespero,
A impaciência que corroí,
Tentando gritar a verdade para um mundo entorpecido em mentiras,
Amando sem ser compreendido,
Remando contra a maré de aturdidos,
Para alguns rima até com solidão,
E sim estou fora do padrão,
Mas na verdade essa sim é a razão,
E a razão é a fé e o amor em Cristo,
É a força de continuar seguindo,
Mesmo errando, sem querer errar,
Tropeçando sem sequer esperar,
Muitas vezes até caindo,
Mas, continuo agindo,
Olhando para Cristo,
Tenho visto,
Que assim posso levantar,
Pois, Ele venceu o mundo,
E eu mesmo humana e falha de tudo,
Sei que um dia vencerei,
Por amor a Ele, A quem um dia estarei,
Para sempre, meu melhor Amigo, meu Senhor,
E meu Rei.
Eu não preciso de muito pra viver,
Teu amor me fez entender.
A paz que vem da presença tão intensa,
Do meu Deus sempre em mim. E enfim,
Pode cair o mundo na minha cabeça,
Mesmo que o pior aconteça,
Dentro de mim tenho paz,
E nunca mais volto atrás,
Da melhor escolha que já fiz!
Sempre quis ser feliz,
Sempre quis encontrar a Jesus,
Pegar a minha cruz,
O seguir,
Sem fingir,
Mas, não sabia como,
Um transtorno,
Só de nome O conheci,
Então de longe eu O vi,
E no dia mais triste, da maior tristeza que existe,
Teu santo olhar e a presença que insiste,
Do mais alto a mim se apresentou,
E me salvou,
E bem alí no chão daquele quarto,frio e exausto,
De tantas prisões e canções de vazio e solidão,
Sem razão.
Pude entender então o quanto me amava,
Se importava,
E tão mau eu estava que ninguém mais acreditava,
Que um dia haveria a solução.
Foi aí que o Senhor estendeu a Tua mão =D
Me tirando do chão frio da ilusão,
E me fazendo entender, como é lindo viver,
E cada dia mais parecida contigo eu quero ser,
Vida limpa, maravilha!
E nessa trilha,
Segurando a Tua mão, a luz da Tua palavra,
Sem ser escrava,
Deste mundo, não quero mais ser.