Rio

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Nada por acaso

Ver o vasto rio do silêncio,
Ler os céus com os cílios,
Ouvir os passos dos ventos,
Falar sem menos labiar,
Muitos menos assoviar,
Nem mesmo gesticular,
Apenas num dia citar,
Noutro nem se quer lembrar...

Ouvir os tintos sonhos que a pele possa querer sentir,
Falar o que apenas o que tem, para mais querer,
O que vou querer deixo a voz do coração dizer,
O que dizer!
É apenas o querer,
Se tudo quero
Para que temer,
Se tudo temo,
Deixo logo a porta bater,
Mesmo estando trancada...

Nada por acaso,
Se ouço descaso,
canso, danço, fico manso,

Sem pensar,
Apenas me movo, me mexo, balanço...

Primavera cruza o rio
Cruza o sonho que tu sonhas
A Primavera vem chegando.

O que brilha no vazio
dura sob o olhar divino,
Gárgulas de luz,
derramando a voz
do rio.

No verão, quando chove forte no Rio de Janeiro, a cidade se transforma num rio de janeiro, de fevereiro e março. Quiçá até de abril!

Encontro das Águas

Vê bem, Maria aqui se cruzam: este
É o Rio Negro, aquele é o Solimões.
Vê bem como este contra aquele investe,
como as saudades com as recordações.

Vê como se separam duas águas,
Que se querem reunir, mas visualmente;
É um coração que quer reunir as mágoas
De um passado, às venturas de um presente.

É um simulacro só, que as águas donas
D'esta região não seguem o curso adverso,
Todas convergem para o Amazonas,
O real rei dos rios do Universo;

Para o velho Amazonas, Soberano
Que, no solo brasílio, tem o Paço;
Para o Amazonas, que nasceu humano,
Porque afinal é filho de um abraço!

Olha esta água, que é negra como tinta.
Posta nas mãos, é alva que faz gosto;
Dá por visto o nanquim com que se pinta,
Nos olhos, a paisagem de um desgosto.

Aquela outra parece amarelaça,
Muito, no entanto é também limpa, engana:
É direito a virtude quando passa
Pela flexível porta da choupana.

Que profundeza extraordinária, imensa,
Que profundeza, mais que desconforme!
Este navio é uma estrela, suspensa
Neste céu d'água, brutalmente enorme.

Se estes dois rios fôssemos, Maria,
Todas as vezes que nos encontramos,
Que Amazonas de amor não sairia
De mim, de ti, de nós que nos amamos!...

⁠⁠O rio corria incessantemente, mas parecia secar vagarosamente. Gota por gota, pude sentir se esvaindo de mim. Não somente indo para longe, mas sugando tudo de mim e me deixando com sede e totalmente vazio. Já não tinha mais forças para correr em busca de suas águas e já não podia mais sentir a brisa no meu rosto. O Sol castigava dia após dia e a estiagem se prolongou até hoje e quem sabe até amanhã ou depois.
Meu universo que havia se tornando um pouco azul, voltou a ser acinzentado, agora com traços negros de solidão, algumas texturas vermelhas de traumas, e vários tons de ingratidão.
Meu corpo inerte e sem forças jogado pela imensidão do universo, como um astro desgovernado, perdido no vazio, vagando sem rumo

⁠Entre as árvores verdejantes,
observo a chuva cair, intensa e incessante,
o rio seguindo o seu fluxo
passando a fluir com mais vontade,
sinto-me consolado,
meu semblante se enche de serenidade,
como acontece quando derramo
minhas lágrimas,
desabafando um ato de coragem,
e sigo meu rumo, apesar das adversidades.

O rio corre por mar, o pobre para o rico, o velho para o jovem, o fraco para o forte e a vida para a morte.

A natureza é a riqueza da vida, a ambição é a árvore que seca, o descuido é o rio poluído e o orgulho é o ar que sufoca.

Se o amor fosse um rio,
Eu estaria morrendo afogado
No mar da sua sedução.

Se o amor fosse voar,
Eu estaria muito longe da Terra,
Porque você me deixa sem chão.

Se você fosse a maior
Estrela do sistema solar,
Eu seria Plutão
Que me perdi, com o brilho do seu olhar.

Se vivêssemos na antiguidade,
Helena não seria tão farta perto de você
Páris viveria sozinho.

Se a Mitologia grega voltasse,
Eu seria apenas um mortal
E Afrodite ficaria feia,
Pois tão grande é a sua beleza.

⁠Recolha suas lágrimas e faça delas um rio navegável para o seu novo ciclo do sucesso.

A ENTREVISTA.

Um dia perguntei
para a pedra do rio.
Com ela se sente
com todo este assédio
da água corrente.

A Pedra então
me respondeu.
Para mim é natural
Sou pedra de rio
desde a nascente.

Mas Dona Pedra
não é esta sua resposta
meio conveniente.
A Pedra então revoltada
Se interpôs a ação
assim parada.

Meu menino
eu sou pedra desde que
o mundo é mundo.
Não sou conveniente
e você não me tente.

Eu sou pedra
todo momento.
E como pedra
eu não lamento.

Ele me molha
porque é rio.
não guardo
ressentimento.

E você tem sorte
Pois a pedra
que a vida lapida
quando se cala
ai então é lápide.

⁠"Se sentar a margem do rio e esperar, verá os corpos de seus inimigos boiando."

Sou Água...

Sou água
Corrente
De um rio
Quieto...
Sou água
Cortada
Por açude
Indiscreto...
Sou água
Que passa
Mudando
D'aspecto...
Sou água
Sofrida
Abrigo
Sem teto...

-- josecerejeirafontes

ah, se esse coração soubesse falar...
quantas curvas de rio poderia explicar.
tudo é tão simples e inusitado.
então vem a pergunta...

Nostalgia

Pra mim o rio já te cansou;
A maré te levou;
O passado te machucou
O hoje já morreu
O ontem sequer ressuscita
Os seus prantos se secaram
As cachoeiras se afugentaram
Por te verem as nuvens
Desmancharam-se
E a pergunta fica
O que tanto te fustiga?

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

⁠No dia da Independência do Brasil...
D. Pedro I gritou às margens do Rio Ipiranga: “Independência ou Morte!”
E todos escolheram “Independência”
Mas eu... Se for para escolher...
Eu prefiro a morte do que ter que viver sem você.

⁠ARRECIFE

De um lado vejo o rio,
Ele é bom pra navegar.
Bem no meio do arrecife
vem a onda quebrantar.
Que mundo de oceano!
Certo é que o ser humano
é pequeno frente ao mar.

⁠Seja livre, cante, dance, sorria, chore, brinque, durma, coma, tome banhos de chuvas, banhos de rios, a vida é apenas uma e não podemos nós prender a alguém. Seja como um pássaro e de a melhor versão de si mesmo. Faça da sua vida uma diversão, o único amor é o próprio!

⁠►Dois Passos

Como um acaso do destino
Sem preparo nenhum
Eu te vi lá na borda do rio
Contemplando o céu azul.
.
Lá fiquei por um tempo
Admirando seus cabelos negros
Quando vi já estava sereno
Parti sem nunca esquecê-los.
.
Ao passar do tempo alucinei
Nunca mais a vi naquele lugar
Não sabe o quanto desejei
Que você novamente estivesse por lá.
.
Saudades meu coração carrega
O fardo o cansa a cada batida
Um nome em minha mente penetra
Lágrimas rolam a cada esquina.
.
Ao tardar senti um vazio
A vontade recaiu sobre mim
Não queria continuar sozinho
Sua falta me deixou assim.
.
Meu amor indescritível percorre
Entre morros, colinas e serras
Buscando incansavelmente seu Norte
Agonizando diante a espera.
.
O tempo não mais me ajuda
Perambulo de um lado para o outro
Preciso que você me acuda
Estou a dois passos ao fundo do poço.