Rio
Se você não pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, RELAXE! O próprio filósofo Heraclito de Éfeso que desenvolveu esse pensamento através do conceito de Panta rei, hoje não pode banhar-se, sequer uma única vez!
Eu vivo numa Terra que tem cheiro de mar, de rio e de lago!
Eu moro no canto, perto do mato fechado ao lado do Shopping Norte.
Eu me deito numa rede no final de tarde para pensar.
Eu voou de bicicleta regozijada do outro lado da rua na casa de mainha, pra comer beiju quentinho e te dá um beijo na testa, na hora de voltar.
Na saída encontro Clarinha, minha sobrinha linda da idade de ninar...no colo de seu pai, meu irmão sanguíneo.
Hoje eu cantei o amor te mandei uma flor que não tem cheiro pra teu coração alegrar... Me arrumei fiquei perfumada e fui deitar.
Antigamente eu ia e vinha do Rio de Janeiro com um pé nas costas. Agora eu vou e volto com dor nas costas...
Num dia acordei formiga, no outro acordei árvore, no outro rio e depois floresta. Só então eu percebi que fazia parte da natureza e passei a lamentar aqueles que acordam gente todo o dia!
“…Dedilhei salgueiros á beira-rio,
Bailei com margaridas embriagadas,
Entrelaçando pétalas pelo céu, de
Começos e recomeços, na imensidão
Do mar de amar...”
Encontravam-se ali à beira do rio, onde permaneciam por todo o dia e, mesmo que sem saber estavam sendo felizes, apenas por ter um ao outro.
IRREVERSÍVEL
Contemplo o rio em seu percurso
E tudo se parece no tempo
O próprio momento
Colho com as mãos o que cabe dele
Mas não o retenho
E na efusão da água fervente
Tomo vôo como uma ave rebelde
A tentativa de conter sua corrente
É a mesma de manter
A minha vida no controle
Do meu olhar, da minha vontade.
E memol ela se refugia de mim
Ou segue o seu curso desde a nascente
Como algo feito assim mesmo
Que ninguém toca, não se retém
E nem se revolve
Para um reparo, que ajusta
O que está incerto,
O que a faz , muitas vezes doída.
Levarás pela mão
o menino até o rio.
Dir-lhe-ás que a água é cega e surda.
Muda, não. Que o digam os peixes,
que em silencio com ela
sustentam seu diálogo líquido,
de líquidas sílabas
de submersas vogais.
Sou rio manso e mar revolto,
Sou pai e sou filho, irmão e inimigo,
Sou um pouco de "sei lá o quê", com perguntas sem respostas
Sou certeza acompanhado de indecisão.
Mas para quê ter certeza se o amanhã é imprecisão
O que fizeram com os milhões que deveriam chegar à Região Serrana do Rio de Janeiro? O que fizeram com os trilhões que deveriam chegar às favelas do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Minas Gerais, das demais regiões do Brasil? O que fizeram com os trilhões que deveriam chegar às escolas, ao atendimento digno e humano por meio da assistência médica-hospitalar a todo e qualquer cidadão que necessite?
DIÁLOGOS ÍNTIMOS
“A vida é como um rio que corre em outras direções. E nunca pro mesmo lugar”. A princípio parece óbvio saber que o rio sempre corre em direções diferentes, assim como a vida...
E se surgir à vontade de ir lá? De buscar o novo, de sair da redoma, do nicho, vale a pena arriscar? Vale a pena ver o desconhecido sob outra perspectiva?
Talvez seja melhor correr o risco de ver sob outro ângulo do que desfalecer sabendo que nunca tentou que teve a oportunidade, mas não se permitiu não se deu ao luxo de ver e viver por outro prisma...
Talvez sejam os ferros que lhe aprisionam? Perceba que mesmo no ferro existem as brechas que dão a oportunidade de sair... E ir... Em rumo a novas direções a novas águas... E assim enxergar o novo, o belo... O feio, ou velho... Não importa, você saiu e viu.
Talvez retorne ao seu casulo ou não, mas se retornar perceberá que existe um mundo diferente do seu, e assim possa enxergar novas possibilidades...
A Vida É Como Um Rio
Isto não irá adiantar
Estou aqui sozinha
Dormindo no vazio
Debaixo da morada das estrelas
Por quê? Por quê? Por quê?
Lembro-me de Hitler
Sinto a insegurança do desconhecido
Por que você me deixa só?
Cuide de mim, por favor!
Sei a que vida é como um rio
Com suas necessidades neuróticas
Quero nascer outra vez...
Não mais ser essa medrosa introspectiva
Acabar com essa comédia ridícula
Me disseram que o tempo cura tudo
Mas sei que só o seu amor
Será capaz de me prender
E você cortou tudo entre nós...
Por que o céu é azul?
Quem é a quarta dimensão do tempo?
Cada um tem o seu próprio caminho
Quero sair dessa prisão!
Tenho essa ideia fixa
Minha mente está oscilando
Devo ter mais paciência
Não ter tanta pressa
De ficar procurando por outras coisas
Afinal, estou aqui de visita.
Quanto tempo faz que não conversamos?
Você quer me destruir?
Talvez o melhor seja ficar em silêncio,
E se você me procurar no seu silêncio,
Com certeza, estarei lá.
Você sabe quem eu sou
Não gosto de sangue
Não quero um muro ao meu redor
Quero a vida e a vida é o presente.
Mas eu permaneço insatisfeita
É uma consequência natural
E preciso estar alerta
Tenho que encontrar um caminho
E este será definitivo.
"Na boca um gosto de céu amargo,
Nos olhos, um leito seco de rio
Ao lembrar que depois de tudo
Só resta a saudade,
Como um lenitivo ou desvario"
Estou olhando para os seus olhos
que estão olhando para os meus
E nisso rio e choro
Pois nosso amor é meu e seu
Eu sou psicótica. Tenho manias estranhas. Choro por qualquer coisa. Rio de coisas bobas. Me encanto fácilmente. Não gosto de nada fácil. Tomo susto com tudo. Tenho sonhos além do que eu posso imaginar. Gosto das coisas naturais. Me irrito atoa. Faço tempestade em um copo d’água. Me importo com tudo, e até com coisas banais.