Rio
ATRAVESSO ❤
Atravesso o rio pelas águas
Onde fiquei ou me deixei perder
De ti nas palavras escritas
Na procura de um refúgio
Do jardim das delicias
Se não fossem as palavras
Que rompem silêncios
Que dançam em remoinhos
Dentro do peito assim que te vi
Pensamento este embebido em café
Nas palavras no mundo de um amor assim.
Um rio, um barco, dois corações e um pôr-do-sol. Belezas que encantam os olhos, acariciam a alma e eternizam momentos!
A dança nos proporciona um prazer automático, é uma forma de arte tão boa que te faz rio e canoa ao mesmo tempo...Pois tu'alma navega no próprio corpo e o conduz qual uma canoa num rio calmo ou conforme a música em águas térmicas e agitadas...
Diante ao triste e devastador incêndio do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro, percebe se mais uma vez o descaso do governo perante a educação e a cultura nacional. Em termos gerais para a maioria da população que não fazem a menor ideia e gravidade do ocorrido. Em termos comuns, explico. Lembrem do fato quando o governo federal se apoderou das contas com dinheiro das poupanças anos passados. Agora o governo federal não mais se apoderou mas consentiu e contribui por falta de interesse da destruição total do principal e maior acervo da poupança cultural do povo brasileiro. Fato este que vai prejudicar diretamente as próximas gerações de estudantes, universitários, museólogos, historiadores, artistas, botânicos, arqueólogos, cientistas, pesquisadores, professores, etc. brasileiros e internacionais. Em suma um fato de politicas publicas equivocadas de abandono perante um dos mais importantes patrimônios culturais públicos, que seria de propriedade natural de todo o povo brasileiro, que a partir da perda do Museu Nacional fica imensuravelmente pobre. E indo, alem mais, diante de um dos maiores crimes contra a cultura nacional e universal diante o ocorrido. Qualquer homem publico da cultura e da educação ou politico que falar, hoje, em reconstrução do acervo do Museu Nacional. Reafirma se na triste condição como total imbecil, despreparado, alienado, mentiroso ou analfabeto.
A cultura secular dos índios Karajás que sempre habitaram principalmente as margens do rio Araguaia e que suas aldeias desenham uma ocupação territorial que hoje modernamente se vê como um espaço entre as regiões dos atuais estados brasileiros de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Pará. Por tradição são hábeis canoeiros, e por esta razão que este meio de transporte é tao sagrado e forte dentro de suas tradições sociais tribais e das historias e iconografia entre as lideranças religiosas. Eles também manejam com maestria os recursos alimentares aquáticos, do cerrado e da floresta tropical, composto por frutos e sementes do cerrado, produtos primários das roças de coivara e da ictiofauna principalmente do rio Araguaia e de pequenos lagos da região.Diante de toda esta riqueza histórica, artística, identitária, etnográfica e antropológica desde meus primeiros contatos locais com a etnologia indígena brasileira no período que morei na Amazônia, me encantei com os método de educação, da transmissão, da identidade, o modo de fazer, via a queima do barro, a geometria gráfica, as pigmentações pelo jenipapo e pelo urucum dos saberes originais da própria cultura ancestral oral karajas para as crianças das novas gerações. Assim como o registro, das recreação, dos saberes, da responsabilidade tribal e comunitária pela retratação na arte cerâmica do universo que eles chamam de nós mesmos. Pelo que aprendi ate aqui o nome, karajás advém de uma denominação da língua Tupy direcionado para um grupo linguístico que se autodenomina Iny (nós mesmos), composto por outros três: os Karajás, os Xambioás e os Javaés. Cada sub-grupo possui uma maneira própria de falar, havendo entre eles uma forte diferença lingüística entre os homens e as mulheres.Os Karajás se destacam pela sua arte cerâmica, em especial pelo modo de fazer as Bonecas, também conhecidas como licocos, ritxòò e ritxkòkò, e que tem sido o meu principal foco de atenção, entre muitas horas de pesquisa, estudos e mesmo colecionismo de raros e inestimáveis exemplares durante um pouco mais de 45 anos de minha vida ligada a arte e a cultura. Em meu entendimento, concluo que a principio o fazer das bonecas seria um atributo exclusivamente das mulheres por mais que eu já tenha adquirido exemplares diferenciados principalmente em madeira confeccionadas por homens, que vivem na comunidade tribal com certos atributos tribais diferentes mas dentro desta secular tradição, estes casos são muitos raros, mais registro que existem. Esse saber tradicional da forma de fazer as bonecas karajas foi objeto de um processo vagaroso e de muitos anos por parte do Ministério da Educação, da Cultura e do IPHAN para seu registro como patrimônio imaterial nacional brasileiro. Diante disso o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural aprovou, no dia 25 de janeiro de 2012, o ofício e os modos de fazer as Licocos - Bonecas Karajás como Patrimônio Cultural do Brasil, para meu orgulho, de toda cultura karajas e para minhas quase um pouco mais de duzentas filhas e filhos, as nossas queridas bonequinhas.
Oh, meu Rio de Janeiro!
Céu azul, mar azul... ao invés de eu cantar uma BOSSA NOVA... eu vou te contar uma NOVA... A MOCINHA de Ipanema VOLTOU para mudar seu astral... e também seu visual...
Em plena natureza elegante... o que mais se destaca é a MOCINHA deslumbrante!
Eu vou te contar... Rio de Janeiro!
Eu Rio... de Janeiro a Janeiro!
Só rio muito!
Sorrio... se ela VOLTAR pra mim!
Oh! Rio, fique momentaneamente com a sua beleza elegante e a beleza dela deslumbrante... que eu quero ela de Janeiro a Janeiro!
Descendo um rio, vejo um jovem, remando, remando sua almadia, seguindo a corrente, pois não sabe que ao final existe uma queda-d'água da cachoeira.
No rio que corre nossos sonhos jorra água cristalina em todas dimensões, basta te olhar, em todas direções.
O Diabo é perto, mas Deus é longe
Depois de meses chego a ti
E eu choro e rio maravilhado
Tua cor, calor em mim
Tua brisa
E o caminho do teu coração
Meu cavalo sabe de cor
Nem que morra
Me leva, eu vou até o final
Você sabe, eu vou
O Poema
(texto V)
Expande-se o fogo da montanha
quando o poema cresce álacre como um rio
de verdes águas e banha as paredes do tempo
com o orvalho duma primavera extasiada.
Adimos beleza ao verso mesmo que seja
negra a fonte onde se bebe
o fulgor da luz se os dedos prenhes
de palavras plantarem a magia da noite
no lugar onde engravidam as frias glicínias.
Beija-se a boca na boca da noite
se a noite sangra
gentis flores selvagens flores que
aos dedos dão o sabor dos sonhos
e às mãos o fervor da incandescente luz.
Coalha o luar frio no alto céu
se na terra se ergue a flecha no lugar da flor.
Deus é como o Oceano, religiões são como rios...
Todo rio tem seu rumo, sua força, seu caminho...
Algumas vezes se encontram com outros, outras vezes se perdem...
As vezes os rios encontram outro mais caudaloso, outras seguem só...
Mas no final todo rio acaba desaguando no Oceano.
Respeito é um dos varios barcos que te leva do rio para o Mar.
Na ausência de um rio, faço de ti meu oceano.
Na ausência de um verso, faço de ti o meu poema.
Na ausência de uma nota, faço de ti minha canção.
Não havendo oceano, poema ou canção eu mergulho em ti, decoro-te e posso te entoar.
Ou mesmo só havendo uma gota, uma palavra ou uma letra, o resto eu crio. Pois sua simples respiração me faz juntar tudo o que parece ser nada e recriar, te recriar, me recriar.
O CÍRCULO QUE O RIO NÃO LEVOU
(Miniconto
Observou o círculo. Uma cobra branca, nuvens e fantasmas faziam parte do espetáculo. A cobra era enorme e mordia a própria cauda. Devorava-se (como um homem mastigando seu passado). Pensou em Heráclito. As águas levariam o círculo branco dos sonhos? Cinzelava o rio de Heráclito quando foi deglutido pela cobra. Hoje, ele faz parte do círculo e de sua quadratura.