Rio
Te tenho nos olhos
Como abelhas no mel
Como peixes no rio,
Como estrelas no céu !
Te tenho nos olhos
Como verde nas matas
Como flores,
Versos e vinhos.
Te tenho nos olhos
Como fogo na lareira
Como voo nos pássaros
Liberdade
Sonhos, caminhos...
Te tenho nos olhos
Como borboletas voando
Como o canto nas ondas
Mares cantando.
Te tenho nos olhos
Como o beijo na boca
Como abraços,
Como o cheiro da relva
Como corpos se dando !
Te tenho nos olhos
Como o poeta a poesia
O repentista o repente
A música, a melodia !
04/07/2017
DE ASSOVIO
O clima do tempo,
estava assim...
Como se tivesse sobre as margens
de um rio... frio.
Não tinha garoa nem chuva...
Mas estava frio...
Frio, muito frio! Tão frio!
Que até os cânticos
dos pássaros...
Se ouvia de assovio.
Antonio Montes
CHEIA NO RIO IGUAÇU
Enche-se o rio, lento, de vaga em vaga...
É noite, e tudo core em curso lento,
na água que miro mais e mais alaga do vento.
Seguem-se curvas, margens ao sabor do vento.
Há muito pouco nesse viver macilento,
desmaia tudo no ocaso que a noite afaga.
E derradeira é a luz, longe, no firmamento,
que no rio rola, treme, de vaga em vaga.
Um vago e triste silêncio por tudo!
Espalha-se a lua, lenta, muito lentamente,
e firma-se quieta no horizonte mudo.
Então o seu reflexo me põe embevecida,
como uma estrela que soltou-se da corrente,
puxa meu cobertor e me põe adormecida!
(suelidesouzapinto-03/07/2013)
CHEIA NO RIO IGUAÇU
Enche-se o rio, lento, de vaga em vaga...
É noite, e tudo core em curso lento,
na água que miro mais e mais alaga do vento.
Seguem-se curvas, margens ao sabor do vento.
Há muito pouco nesse viver macilento,
desmaia tudo no ocaso que a noite afaga.
E derradeira é a luz, longe, no firmamento,
que no rio rola, treme, de vaga em vaga.
Um vago e triste silêncio por tudo!
Espalha-se a lua, lenta, muito lentamente,
e firma-se quieta no horizonte mudo.
Então o seu reflexo me põe embevecida,
como uma estrela que soltou-se da corrente,
puxa meu cobertor e me põe adormecida!
(suelidesouzapinto-03/07/2013)
Lembre-se, um rio nunca discute com um obstáculo, ele simplesmente o contorna com suas águas. Ou então se enche ao ponto de passar por cima de todos eles !!! (Aelson junio)
Eu gosto...
Eu gosto de andar descalça de sentir cheiro de terra, de nadar em rio, tomar banho de cachoeira, pisar em folhas secas, eu não sigo regras.
Nasci para ser livre, gosto de voar e meu pouso, pode ser em qualquer lugar, até mesmo, no chão.
erotildes vittória
'DECODIFICAR'
Nas margens do rio Tapajós,
na ribanceira,
a casa de taipa,
coberta de palha e uma paisagem deslumbrante à frente.
O rio enorme provocara admiração.
As casas eram próximas uma das outras.
O acesso dava-se por uma trilha,
onde,
na escuridão,
dificilmente se saía dele...
Nas noites de lua cheia,
sempre nos reuníamos,
sentados à frente da paisagem para ovacionar aqueles reflexos que batia na face.
O retrato ainda é real e intrigante.
Sentados em 'rodas',
ficávamos a cantar em coro com a ajuda de um velho violão abatido.
Nas tardes frias e cinzentas,
gostávamos do frescor dos ventos.
Eles falavam uma linguagem que só agora,
depois de muito tempo,
começamos a decodificar....
AMBROZIO, REI DOS QUILOMBOS DO RIO GRANDE
Pés descalços que levantam a poeira na estrada de chão batido
Vaga sem rumo no poente da terra seca pelo serrado da solidão
Fugiu das chibatas do cativeiro em busca de nova estadia
Quilombola tentará na fugidia rota do capital do mato que o perseguia
Derrama pelo caminho o sangue de sua raça agrilhoada na senzala
Seus pés descalços, suas costas riscadas, suas mãos rachadas
Seu coração chora pelos que deixou abandonados na clausura
Preferiu o risco da morte ao jugo da servidão a que fora obrigado
Seu ímpeto de liberdade era maior que a tirania de seu dono
Vagou por léguas sentindo fome, frio, medo, mas tomou cuidado
Nas noites estreladas se entregava aos sonhos em leve sono
Nas manhas seus olhos radiavam a esperança de encontrar socorro
Mas este não vindo, criou ele mesmo o abrigo que a outros oferecia
Nas margens do Rio Grande ergueu seu reino africano de solidariedade
Fugiu, deixou saudade irremediáveis, mas abrigou milhares em seu congado
A liberdade, ainda que tardia, não alcançou o seu terreiro protetor
A maldade dos brancos o alcançou, e em poucos dias seu reinado dizimou
Jaz na memória esquecida dos que vieram depois dele, virou lenda
Sofreu uma vida de crueldades, e hoje, retribui com amor o mau que o matou.
Nossas lembranças podem nos remeter, as pedras da beira de um rio calmo, as areias quentes do deserto ou para debaixo de uma arvore com a copa grande que nos oferece a sombra ... enfim ... nossa lembrança vai ser precisa não só daquilo que deixou nosso coração em euforia mas também daquilo que o deixou desgostoso, cabe a nós escolher aquilo que sua mente quer evocar.
O Moço e o Velho Chico
- O moço admirou, o moço pulou, o moço mergulhou.
- O rio se encantou pela beleza, pelo sorriso, pelo talento e pela simplicidade do moço.
- O rio quis ficar com o moço, queria que ele virasse seu protetor, um Santo protetor da sua imensidão.
- O moço parecia não entender nada e ficou sem reação. O moço nadou, o moço paralisou, o moço nunca mais voltou.
- O moço deixou saudade e com ela lágrimas que juntas formam uma correnteza de falta e tristeza.
- O velho Chico levou o moço e com ele um pedaço de cada um de nós.
(Laíza Xavier 19/09/16)
Descansa em Paz Domingos Montagner!
"Eu te amo
Já perdir as contas
De quanto gritei
Hoje só rio
Pois muito vacilei
Hoje vejo nada valeu
E eu só me enganei
Amor nunca foi
Dificilmente será um dia
Pois tudo é dor
Nada mais "
Baile Lunar
Estrelas brilhando no céu, a lua estava linda, refletia no rio, e dançava com as águas, a menina que estava ali perto ficou impressionada.
A noite se cobriu com a garoa, deixando-a iluminada com a luz do luar e a menina falou a esmo:'Como eu queria dançar com vocês'.
A menina se atirou no lago,
A lua com pena da menina lhe convidou para dançar.
E assim a menina ficara feliz por ter sido convidada, e desde então dançara eternamente.
Oxossi mandou chamar
A nega do rio tá lá
Me traga aqui o bebê
Que eu tenho o que dar de comer
Oxossi mandou dizer
Nem todos há de benzer
Quem não dança com fé o luar
Quem se fantasia de seu Orixá
A palavra dos setes facas
Tá prometida na encrusilhada
Despeje no rio ou no mar
Toda doença que você for pensar
Uma vela vermelha pra amarrar
Um esquilo no lombo do burro faz calmar
Senhor Lázaro te espera
Bota pra fora o que desespera
Iansã se apresentou
Como aquela que penera
Tudo quanto é incerteza nas areias da tua natureza
Iansã me disse outra vez
Não é a mãe de quem tú esperas
Ela é mais uma Maria
Da qual o nome te faz compania
Cuidado com tuas palavras
Estão cheias de homens mortos
Que com certeza vão te encontrar assim que você repousar
Quando o Rio Grande amanhece nasce também a poesia, nos pampas do meu Rio Grande tem quem recite um gigante.
Quando voce ri
Eu rio assim: torto
Rio manso
Rio gostoso
Rio longo
Rio devagar
Rio sem medo de afogar
Rio do tipo arrepio
Sem medo eu fui nadando
Nadando para o mar
Vi nosso amor morrer
Minha lagrima escorrer
Correndo pro mar
Nasceu e morreu
Feito ilusao
Deixo aqui
uma velha cançao
Pois meu amor
ja nao quer mais falar
quebrou-se na praia
com a jusante do rio
Com a onda do mar
Amar assim?
Amor pra mim?
Por que amar
se a morte é assim
enfim
o fim
Tinha um pássaro no sorriso
Tinha um brilho no olhar
Tinha um beija que era flor
Tinha um rio que era mar !
Seis Versos
Eu sou um rio mágico
Rápido lúdico lusco-fusco
Crepúsculo
Eu sou um rio físico límpido
Profundo raso vasto
Translúcido
Um rio que sou tanto
Pra nado pra pranto
Sem pausa versátil
O abrigo do medo
Refúgio do trágico
Claro rio sagrado Profano fantástico
Meu curso meu leito
No meio me rasgo
Bifurco duvido Prossigo
E me acho.
Porque sou infinito
humano riacho...
Sexta-feira à tarde, 20/01/12 nas margens do Rio Grande, MG
Adoro quando uma chuva branda,
anuncia a sua chegadaa
com o farfalhar das folhas
a discussão das galhadas,
as águas do rio se alterando
formando ondas alertas...
É como um aviso dizendo
se recolha e fique esperto
quando eu atravessar o rio
minha força não saberei,
até chegar ao ao coberto
você eu já molhei...
mel - ((*_*))