Rio
A fábrica de armas tá a mil, contrabandiando pro Rio, SP Afeganistão e a cada bala no defunto, um boy sai no lucro, na guerra o mais inocente é o favelado de fuzil russo.
Se você amanhecer bebendo Red Label e mergulhar bem fundo no Rio Amazonas, é possível ver a Marilyn Monroe só de calcinha.
RIO DAS FLÔRES, RIO DE SABORES, de cores, de odores suaves, de amores...
É um lugar de tranquilidade, de amizade, cheio de vida, de esperanças, de alegrias que contagiam a todos: moradores, visitantes e transeuntes.
Local de minha infância descalça na rua, suada de brincadeiras de roda, de corda, de saltos, de gritos de alegria, de abraços e sorrisos.
Lugar privilegiado de clima ameno, de natureza farta, verde e colorida, de casas simples de famílias simples, com alegrias simples, com esperanças e sonhos grandiosos, que inundam os rostos, que acalentam os corações. Onde ainda se pode ver flores nas janelas, cumprimentos de "Bom Dia!" nas ruas, crianças e mães nas calçadas.
Rio das Flôres minha amada, meu refúgio, meu porto seguro, meu chão, minha origem e minha identidades. Que seu futuro seja seu passado e seu presente ampliados em oportunidades e progressos; mas resguardado em sua tranquilidade.
Em Rio das Flôres ainda é possível viver uma vida seguindo a vontade do coração, ouvindo a canção do sabiá ao amanhecer anunciando o dia e contando as brilhantes estrelas do céu, embalados por uma leve brisa que refresca as noites cálidas, calmas, sonolentas e repletas de sonhos, tão coloridos e saborosos, e suaves de amores, como meu RIO DAS FLÕRES.
Abril/2011
Despeço-me do rio, das folhas ao vento,
Dos pensamentos inconstantes,
Dos amores e das sementes
Despeço-me do mar, do quintal, do pomar
Construirei meu jardim sob um novo despertar
Peço licença pra chegar e lançar sonhos eternos
Sobre a sombra do luar, sem me despedir jamais
Deste novo lugar.
Faço juras absurdas,
Falo com o olhar,
Me desespero.
Choro um rio de água salgada,
Mais não me omito, eu vivo!
O meu desejo é correr para os teus braços
Assim como o rio corre para o mar
Como um objeto sem importância
É atirado para cima, volta para o chão
Obedecendo a lei da gravidade
Como os pássaros voam para o sul
Fujo do frio congelante da solidão
Em direção a alegria
Quente e feliz do corpo teu.
Como tudo gira em torno do sol
Assim tudo o que sou
Todo meu mundo gira em torno de ti.
Desejo-te mais que o marinheiro
Anseia por terra firme depois de
Meses em alto mar.
Desejo-te mais que um sedento
Anseia por um oásis em árido deserto.
Fecho os olhos e posso ver meu coração
Indo ao teu encontro.
Sim meu espirito sai a procura de ti
E se nega a ficar mais um minuto sequer
Sem o teu olor.
Como é possível viver se meu espirito me rejeita?
Mas não o condeno, pois
Ele é dependente de ti para ter vida.
A alegria de viver vem da tua presença comigo.
Anseio por ser um homem culto
Preciso aprender. ler mais,
Pois sinto que me faltam palavras
Para expressar o que sinto.
Sou como um sino que não retine.
Uma flor sem olor
Um navio sem leme
Uma biruta agitada pelo vento
O ódio que carregas no coração pode ser comparado à poluição de um rio. Por maior que seja o rio, por mais infinito que seja o volume de águas que abrigue em seu leito, o rio nunca terá seu valor reconhecido, assim como um coração poluído. Resíduos sólidos e sentimentais às vezes impossibilitam que novas pessoas venham nadar em nosso rio chamado vida.
Vai que cola?
Quando bate a saudade eu choro
Quando você diz que vem, logo eu rio.
Quando você vai embora eu imploro
Mas se você voltar eu vicio.
Se for só pra ficar não demoro
Seu beijo é bom, que chega dá arrepio.
Então venha logo me beijar que eu adoro
Por esse beijo fico doido, louco, como um cão vadio.
Se você me deixar deito e rolo
Fico na cama triste, chorando sozinho.
Se você me abandonar eu vou até no fórum
Falar pro juiz que você usou e abusou de mim todinho.
Sei que dentro de mim corre um rio, pois vejo em meus olhos as cachoeiras que se formam ao ver você partir!
IRREVERSÍVEL
Contemplo o rio em seu percurso
E tudo se parece no tempo
O próprio momento
Colho com as mãos o que cabe dele
Mas não o retenho
E na efusão da água fervente
Tomo vôo como uma ave rebelde
A tentativa de conter sua corrente
É a mesma de manter
A minha vida no controle
Do meu olhar, da minha vontade.
E memol ela se refugia de mim
Ou segue o seu curso desde a nascente
Como algo feito assim mesmo
Que ninguém toca, não se retém
E nem se revolve
Para um reparo, que ajusta
O que está incerto,
O que a faz , muitas vezes doída.
Levarás pela mão
o menino até o rio.
Dir-lhe-ás que a água é cega e surda.
Muda, não. Que o digam os peixes,
que em silencio com ela
sustentam seu diálogo líquido,
de líquidas sílabas
de submersas vogais.
Sou rio manso e mar revolto,
Sou pai e sou filho, irmão e inimigo,
Sou um pouco de "sei lá o quê", com perguntas sem respostas
Sou certeza acompanhado de indecisão.
Mas para quê ter certeza se o amanhã é imprecisão
O que fizeram com os milhões que deveriam chegar à Região Serrana do Rio de Janeiro? O que fizeram com os trilhões que deveriam chegar às favelas do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Minas Gerais, das demais regiões do Brasil? O que fizeram com os trilhões que deveriam chegar às escolas, ao atendimento digno e humano por meio da assistência médica-hospitalar a todo e qualquer cidadão que necessite?