Rio
ÚNICO CAMINHO PARA SAIR DA MATRIX
Nós somos como o resto do mundo. É um vasto e infinito rio.
E quando morrermos, seremos o resto, movendo-nos no mesmo fluxo que antes, quando estávamos vivos.
Mas o homem que compreende a si mesmo radicalmente, que resolveu psicologicamente todo os problemas em si mesmo,
ele não pertence a esse fluxo. Ele saiu dele.
"Eu poderia chorar de coisas assim:
Corre um rio de minha boca, corre um rio de minhas mãos.
Dos meus olhos corre um rio.
Na verdade sofro de excessos, que me dão certo vocabulário
Como derramar, escorrer, atravessar.
Tenho a impressão de que tudo vaza em sobras.
Tenho dificuldade em caber.
Pra caber mais, derramo por nada, derramo sem motivo.
Vou acalmar meu excesso pensei (...)
Palavras são estacas fincadas ao chão.
Pedras onde piso nessa imensa correnteza que atravesso."
Eu me sinto vazio e ainda assim farto
Estou triste tão triste
E o lugar mais frio do rio é o meu quarto
Em vez de deixar sua existência passar como um tronco boiando num rio e de permitir que a correnteza leve você para onde ela quiser, ouse, questione-se, busque seus objetivos e surpreenda-se!
(Trecho do livro O que realmente importa?)
Não sei ser contida, discreta.
Brigo em voz alta, rio em voz alta, sinto em voz alta.
Sou feita de barulho e de verdade.
Murmúrio não faz parte de mim
e quem não gostar, que tape os ouvidos.
Me intitulei como burro por testar a profundidade de um rio com os dois pés, mas infelizmente eu precisava ser burro para aprender a não ser burro.
Ninguem consegue ver o futuro eu consigo ver opçoes e tragetorias o tempo e como um rio que se divide em afluentes e tambem em lagos ou se desagua em cachoiras
eu tenho o mapa e conduzo o barco
Paixão
Paixão é uma cascata de luz
No rio cego da noite
Um estrondo no ermo da nave gótica
A violência doce de um fim anunciado
O tudo e o nada
Do tempo que nos remete
Sem mapa
Para a certeza das galáxias
Sem ti sou uma pedra aos tombos
Na calçada
Umas vezes batida
Outras parada
Só nos teus olhos me faço ave
E voo sem destino
À gargalhada.
A Favela Perfeita
Originalmente fiquei conhecido como um menino do rio, pela alegria forma despojada de ver e viver a vida, não precisava de muito dinheiro, uns poucos trocados, bons amigos e uma resenha na praia para alimentar o bom espírito.
Quando menino e ainda muito pequeno trago boas recordações e lembranças da infância vivida entre becos e vielas na maior e melhor favela dentre elas, sempre reconhecida pelas suas belezas naturais, e visuais deslumbrantes. Apaixonam-se aqueles que a olham de fora para dentro, ou aqueles que de dentro, contemplam o visual maravilhoso do Rio de Janeiro.
Nascido na década de 80, minha favela sempre foi a melhor dentre as favelas, referenciada sempre pelo seu tamanho como a maior da América Latina, impunha respeito e admiração, pois além de fazer parte da história de nossa cidade, compunha em versos e prosas as letras das melhores musicas de funk da época. Reconhecidamente um berço de grandes MC´s da minha geração.
Não tinha policia ou doutor, até bandido respeitava morador, não tinha guerra, quase não tinha tiro, não morria policia, não morria bandido, não tinha bala perdida em morador. Roubo não existia e o corajoso do ladrão, coitado, percorria só de calcinha as ruas da favela, sob ovadas, xingamentos e vaias não corria, e se corresse a madeira cantava.
Pela praia de São Conrado era sempre laser, no sol de verão ou de inverno, seja o morro que descia ou o rico que comparecia. Até você podia ir sozinha(o), pois sabia que no que é seu ninguém mexeria. Mesmo se morasse naquele lindo prédio na esquina.
Na minha favela, a melhor dentre elas, esperto também não se criava, enganou o traficante, achando que passaria batido, vendeu passarinho roubado e acabou culminando o seu próprio fim, um quilo de Sal, e se a sede apertasse, um litro de cachaça dava, para quem sabe, amenizar a dor de uma provável cirrose hepática.
Por falar em bebida, festas iguais não haverá. Bebida e comida a vontade, onde traficante em meio à multidão queria ser apenas um morador a curtir, com certeza o inicio do “Open Bar”. Não existia “mimimi”, era tudo “arregado”, e até o amanhecer não podia acabar. Não tinha briga e não tinha confusão, a festa era para curtir e cantar os funks do patrão. Calma, não se assuste, não é apologia e tampouco ostentação, eram as histórias da favela cantadas nos versos de uma canção.
Orgulhosos são os crias por ter vindo de onde vieram, ter visto tudo que viram e principalmente vivido tudo que viveram na melhor favela dentre as favelas, de origem na Fazenda Quebra-Galhas, que divida virou chácaras e a região carinhosamente foi batizada de Rocinha. A favela dentre as favelas ainda a maior e melhor favela.
Obs.: Esse é apenas um relato de uma Rocinha vista através dos meus olhos, se certo ou errado, não cabe a um ou outro julgar. Opiniões divergentes são sempre bem aceitas, mas espero que saiba que todos gostam de respeito para com o nosso lar. E desculpe qualquer equivoco no português, sentimentos geralmente não precisam de um padrão linguístico para fazê-lo, boas descrições fiéis as informações passadas já dão conta de muito bem descrever.
Eu acho que sou a pessoa mais complicada do mundo: choro sem motivos, rio sem razão, escrevo e poucos realmente sabem o verdadeiro significado das minhas palavras!
Eu vou seguir...
Vou como o rio, que não para por um obstáculo qualquer...
Vou como o dia, que, mesmo com sol ou chuva, transcorre em seu tempo...
Vou como a flecha, que, após ser lançada, não retorna para o ponto de partida...
Vou como uma estrela cadente, que, ao se desprender no espaço, segue sua rota sem que nada interrompa sua jornada...
Vou como alguém que não tem tempo a perder, pois a vida nos reserva muitas surpresas, e compreendendo o que nos entristece, abrimos espaço para viver o que pode nos alegrar!
Vou dessa forma! Constante! Confiante!
Acreditando sempre que no final de alguma coisa, sempre marca o início de outra!
E assim eu vou! Certo de que amanhã tudo pode mudar, ou não!
Mas seja qual for a direção a seguir, seguirei!
Pois parado não vou ficar! E eu posso fazer acontecer!
Pois tenho todas as ferramentas necessárias e sei como usá-las.
Assim como este rio, você segue o seu curso. Se uma pedra aparece na sua frente, você simplesmente a contorna e tenta encontrar um novo caminho. E, assim como as águas deste rio correm em direção ao mar, eu sei que você corre em direção a sua casa.
A fonte será, pois, mais graciosa do que o rio, o desejo mais encantador do que o gozo, e o que se espera mais atraente do que aquilo que se possui?
LAMENTO DE UM RIO...
Me perdoem por toda esta "bagunça"... Eu só queria passar.
Eu não fui feito pra Destruir... Eu só queria passar.
Já fui Esperança para os Navegantes...
Rede cheia para Pescadores...
Refresco para os banhistas em dias de intenso calor.
Hoje sou sinônimo de Medo e Dor...
Mas, eu só queria passar...
Me perdoem por suas casas
Por seus móveis e imóveis
Por seus animais
Por suas plantações... Eu só queria passar.
Não sou seu inimigo
Não sou um vilão
Não nasci pra destruição...
Eu só queria passar.
Era o meu curso natural
Só estava seguindo meu destino
Mas, me violentaram,
Sufocaram minhas nascentes
Desmataram meu leito... Quando eu só queria passar.
Encontrei tanta coisa estranha pelo caminho... Que me fizeram Transbordar...
Muros
Casas
Entulhos
Garrafas
Lixo
Pontes
Pedras
Paus...
Tentei desviar ... Porque eu só queria passar.
Me perdoem por inundar sua história,
Me perdoem por manchar esta história...
Eu só estava passando...
Seguindo o meu trajeto
Cumprindo o meu destino:
Passar....
Saudades da roça
De andar beira rio, beira lama.
Da garota na porteira que me chama.
Dos feixes de cana, garapa coar.
De no rio pular
Sem saber nadar.
De contemplar ás estrelas a noite
De sentar frente á fogueira
De ouvir casos e casos contar.
O Amor é igual ao rio, prolonga seu percurso com curvas só para tornar mais belo o encontro com o mar.