Rimas curtas de Amor

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O mais belo momento de uma mulher (...) é aquele em que, seguros do seu amor, ainda o não estamos dos seus favores.

O nosso amor-próprio suporta com mais impaciência a condenação dos nossos gostos que a das nossas opiniões.

O amor, como a vida inteira, está cheio de lugares-comuns.

Impõe-se ter mais espírito para inspirar amor do que para comandar um exército.

Glória

Vive dentro de mim um mundo raro
Tão vário, tão vibrante, tão profundo
Que o meu amor indómito e avaro
O oculto raivoso ao outro mundo

E nele vivo audaz, ardentemente,
Sentindo consumir-se a sua chama
Que oscila e desce e sobe inquietamente;
Ouvindo a minha voz que por mim chama

Em situações grotescas que me ferem,
Ou conquistando o que meus olhos querem:
Príncipe ou Rei sonhando com domínios.

Sinto bem que são vãs pra me prenderem
As mãos da Vida, muito embora imperem
Sobre a noção real dos meus declínios.

(in "Dispersos e Inéditos")

Aquilo que o homem vê, o Amor torna invisível,
e o invisível faz ver o Amor.

A castidade é a sombra do amor.

A espécie compromete-se com um casal a que haja amor entre os dois. Mas logo que se apanha servida, vira-lhes as costas e eles que se arranjem.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Pensar, Bertrand, 1992

O amor na mocidade é ocupação; na velhice, distração ou alienação.

Gato faminto,
copo-de-leite no vaso.
Amor perfeito.

Somos retas paralelas.
Amor possível de se
encontrar no infinito.

Amor é deus de paz; nós amantes, veneramos a paz; / para mim, particularmente, bastam as guerras com a minha mulher.

No embalo do rio
ao sabor da corrente
meu amor vai comigo

Mas aquela que sempre me causou maior desgosto, por mim nunca teve ódio, por mim nunca teve amor.

Por desafio
vestiu-se de gueixa
amor não sentiu

Amor, fascinante amor, o campo é o teu templo.

O lisonjeiro conta sempre com a abonação do nosso amor-próprio.

O amor é um desejo de beleza.

Mas de vez em quando ergues-te ainda frenético, como esse velho de que se conta que fazia amor uma vez por ano....

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Pensar, Bertrand, 1992

Os homens nos parecerão sempre injustos enquanto o forem as pretensões do nosso amor-próprio.