Riacho
Enquanto todos olham para o riacho,
Eu te procuro, te procuro, mas não acho.
Eu olho para cima, e todos para baixo.
"Reverencia o sol, pela energia que te propicia. Reverencia o riacho pela paz que te transmite. Reverencia a turbulência e o desafio pelo aprendizado que te proporciona. Reverencia a música que te produz inspiração. Reverencia cada criatura que encontres pelo caminho. Em cada um desses elementos, a presença daquilo que o mundo chama de Deus" (O Mentor Virtual).
Em suas curvas eu relaxo
eu me perco eu me acho
na cachoeira ou no riacho
sou teu homem sou teu macho
OUVI DIZER
Ouvi dizer que no meio da floresta existe um riacho.
Onde correm águas puras e cristalinas,
Onde pedras assistem imóveis à beleza da correnteza,
Onde borboletas repousam suaves nos arbustos de suas margens.
Ouvi dizer que no meio da floresta existe um riacho.
Onde as águas refletem o sorriso do Sol,
Onde pássaros se agrupam nas pedras imóveis,
Onde os peixes possuem nadadeiras e escamas coloridas.
Ouvi dizer que no meio da floresta existe um riacho.
Onde as águas realizam sonhos,
Onde conchas fósseis ainda são encontradas,
Onde casais enamorados brincam como se crianças fossem.
Ouvi dizer que no meio da floresta existe um riacho.
Onde Alquimistas procuram o elixir da longa vida,
Onde não há guerras,
Onde só há paz e harmonia.
Ouvi dizer que no meio da floresta existe um riacho.
Onde cânticos perfeitos são ouvidos há séculos,
Onde árvores se curvam às majestosas águas,
Onde a luz da lua cheia é refletida constantemente.
Ouvi dizer que no meio da floresta existe um riacho.
Onde não existem sofrimentos desnecessários,
Onde se sente o frescor da liberdade infinita,
Onde as águas tem o poder de matar a sede de amor.
Ouvi dizer que no meio da floresta existe um riacho...
Estou aqui enfrente à minha gruta
Fecho os olhos e vejo tudo que possuo;
Um belo riacho a poucos passos
O vento que penetra entre as montanhas
Uma quantidade incontável de pássaros nas árvores...
Incontáveis.
Tenho tudo que preciso para viver
Alimento para o corpo e para a mente
Abandonei completamente meu antigo sistema
Já era tempo
Deus está em sua devida árvore
Eu segui adiante
Agora estou aqui
Enfrente à minha gruta.
Havia um riacho,
E por ele um caminho.
Cruzando-lhe, o garoto,
Encontrou-se sozinho.
Porém, distante sonhou,
Em encontrar seu destino.
Havia uma estrada,
E nela, um poeta.
Que dizia ser sábio,
E tocava clarineta.
Mas a música lembrava,
O garoto de casa,
E inquieto seguiu,
Com sua historieta.
Havia uma cidade,
E nela pessoas,
Convivendo, o garoto,
Encontrou-se sorrindo.
Mas a estrada o chamou,
E após uma briga,
Estava ele animado,
Em perseguição do destino.
Havia um magnata,
Que ofereceu um sorriso.
Era Trazido em moedas,
Mas sua memória era um aviso.
Fugiu então, o garoto,
Da ganância e do perigo.
Havia a saudade,
Do que é fácil e distante.
E do passado a memória,
Atormentava enquanto diante.
Mas a estrada que seguia,
Prostrou-se perante,
A jovem alma que riu,
E continuou ele errante.
Igual o riacho manso
Sigo o meu fluxo
Manso e sereno na superfície
Louco e intenso por baixo
A profundidade de meus desejos
Se refletem em lampejos
Círculos da pedra jogada na água
Trazendo caos na minha ordem.
Riacho Doce...
Água doce do rio
molejo dos olhos
traz pétalas navegantes
que se acomodam tranquilas
na inúmeras orlas dos cílios
olhar de cachoeira,
brilhante no sol a pino,
embala pétalas soltas,
que dormitam sossegadas
nas curvas, formando fios.
E criam desenhos de sonhos
evocam amores distantes
nas águas doces dos rios.
Mensageiras da esperança
as pétalas liberam aromas
tão doces quanto os amores
acolhidos à beira do rio
e a poesia rola solta
na pele umedecida
pela doce água do rio.
Sentou nu sobre a pedra na beira do riacho e chorou, havia vida florindo por toda a parte, e mariposas engaioladas no seu coração, assim feitas do beijo de felicidade que a vida lhe deu, mas a vida é faceira pra fisgar e desentendida pra por o peixe de volta no mar, boboca apaixonado agora vive sem sono, olhando na foto um sorriso escupido que não é seu.
Sentou sobre a pedra, era tão quentinha quanto abraço de mãe, ou sorriso de namorada, e por isso, mesmo sendo um moço tão serio, ele sorriu, e sambou seu coração sentado na pedra, sem de lá sair, o moço sem calças colocou no bolço o beijo da moça sem disfarces, o mesmo bolço que guardou seu coração.
Na beira do riacho, sobre uma pedra grande, sentado estava um moço despido de preocupações, e ao seu lado uma moça florida de intenções,
cujas quais cobiçam o cheiro dele pra si, "senta em mim, moro em ti, guarda-te da solidão", essas em outras ninguém mais me dirá, meu cheiro lavado no rio não desperta amor em ninguém, sentado na pedra chorei por mariposas no meu coração.
Tsunami de Amor
Chegou como um riacho sereno
Assim ameno. Tranqüilo que corria
Somente por que já nascido
Da nascente mágica que brota do chão.
Assim mesmo, sem razão.
Estava ali colocado pelas mãos
Da natureza mãe.
Vagaroso, morno,
Em torno
De mim.
Foi assim
Que o amor chegou
Por um descuido meu
De repente se expandiu
E invadiu todo o meu ser
Virou rio caudaloso
E destruiu
Minhas comportas
Fiquei totalmente exposta
E ele já se transformava
Num oceano revoltoso.
E 'experenciei' então
Um verdadeiro
E devastador.
Tsunami.
Explosões
O riacho soluçou sombrio
Havia sonhado ser um rio
O rio queria ser um mar aberto
O mar sonhava ser deserto.
O deserto pedia ser abismo
O abismo sem nenhum altruísmo
Queria ser o nada devorador de tudo
E o nada emitia um agudo
Bocejar de esperança de virar ao menos
Um riacho inda que pequeno.
Insípido, vagaroso e sereno.
É a vontade da essência que se dilata atrevida.
É a vida que explode dentro de outra vida.
Verdade tão bonita que faz jus ao próprio nome
Até Deus quis ser outro, e nasceu homem
Pensando em você a noite viajo pelo espaço, sentada a beira de um riacho, vejo as estrelas no céu, enquanto a lagrima rola em minha face e transborda pelos olhos de saudades de você
Riacho.
O riacho fica distante
num braço que se deságua
pelo pouco que se plante
só não quero colher mágoa
e se eu tiver o que comer
aqui mesmo eu vou viver
até o último gole de água.
Já que não tenho medo
Das suas intenções insanas
Na beira do riacho escuro
Possa ser que eu fuja de vez
Num gostoso mergulho
Pra perto dos teus pés
Apreciar tua suave nudez
Com o fogo da minha paixão.
Marivaldo Pereira Mperza
A relva molhada, um paiero aceso
A paca correndo, o riacho barulhento
O rádio ao fundo toca baixo, o berrante empoeirado
O tédio consome, não sei se aguento
O velho resmunga, o eucalipto balança
O manga-larga trota, a muriçoca rondeia
O lago se remexe, o pinhão já tá no fogo
O guardanapo todo duro, é o luar que me norteia
O pinto avisa, D'Angola cacareja
Daqui eu imagino, como é que seria
Se aquele Preto-Velho ainda
Estivesse na Bahia
Um bom trago na cachaça e já devolvo para a pia
Respiro fundo e olho fixo, para além da cocheira
Um menino se aproxima, de bota e chapéu marrom
Parece até que me conhecia, desde os tempo da trincheira
De longe desconfio, aproximo a espingarda
Traz um santo na mão, com os olhos me pedia
Aqui tem um recado, de alguém que me mandou aqui
Num papel velho e amassado, de alguém que se asfixia
Passa um gato como um tiro, parece que já sabia
A paz que aquele piá, sem querer me trazia
Ô meu pai mas que saudade, esse estradão é muito cruel
Não entendo muito dessas coisa, nem escrevê eu sei direito
O que sei é desse aperto, que deixastes em meu peito
No horizonte vejo mato, um rio fundo e o mesmo céu
As garrafas não dão conta, me afogo diariamente
Qualquer comida que me atrevo, só consigo sentir o fel
Interrompo aquela carta, não consigo prosseguir
Ninguém sabe meus motivo, o que me trouxe até aqui
Sou um chucro fí do mato, criado no sertão
Minhas coisa resolvo assim, me afasto pra refletir
Não sei se certo ou errado,
Mas me puno com a solidão
RIACHO RASO
Não quero ser poderoso mar,
forte, profundo e extravagante.
Não quero sua grandiosidade,
nem a avidez da sua beleza
Não quero ter a sua voz rouca
das muitas águas que se rebelam
em ondas agitadas e bravias.
Quero apenas ser riacho raso,
ter calma , doçura e pequenez.
Com águas mansas e cristalinas
rodopiar com folhas e flores,
quando o amarelo outono chegar.
Quero ser espelho da lua e estrelas,
e banhar a luz do sol tremulo.
Buscar os sonhos entre as nuvens,
derramar minha alma em lágrimas,
deslizando sereno entre pedras
Até um dia ser engolido
pelo poderoso e forte mar.
Era uma vez uma Fada que vivia à beira de uma nascente, cujo riacho percorria a densa Floresta Encantada, até despencar na ribanceira e desaguar no mar, no Mar dos Meus Sonhos, na Praia dos Enamorados, nas areias multicoloridas e caleidoscópicas da Praia dos Prazeres..."