Retratos
Quando deste mundo partir serei apenas um porta retratos na estante e o que sobrar de mim em suas lembranças,nem melhor,nem pior.
Fotografias capturam sentimentos, retratos capturam pensamentos, mas nenhum dos dois captam a essência da alma.
Somos poemas
poesias e pensamentos
Somos músicas, retratos
o filme de uma vez
Somos a história
do artistaque faz sua arte
Somos inspiração
Sentimentos são finais em aberto. Abandonamos palavras ditas, frases escritas, retratos, mas é tão difícil esquecer um silêncio sentido.
Inércia
Solitários...
No porta-retratos.
Sorrisos perenes
eternizando a alegria de um momento
cheios de sonhos.
Na sala corre um risco de vida.
Tão sofrida.
Há tempos não vê alegria
Só... ele só queria reviver o passado...
Poderia ser por um único dia.
Quem seu passado roubou?
Na vida presente amor ausente.
Quem assim determinou?
Não era o prometido...
Foi enganado... iludido.
Retratos da Pós-Modernidade
Tempos líquidos, sorrisos pálidos, escondem vazios e segredos ambíguos.
Desejos de ser celebridade, publicidade, intimidade e privacidade; sonhos revelados em feeds, reels e stories.
Em cliques frenéticos, busca-se validação, vaidade e narcisismo em poses de perfeição.
Entre filtros e edições, a aparência se idealiza, criando ilusões que a realidade suaviza, enquanto o fantasma da depressão não alivia.
Postagens intermináveis desdobram-se em cenários, instantâneos de sonhos e desenganos, uma vida na tela sempre bela e singela.
Conexões frágeis, conteúdos fugazes, relações superficiais, inveja e insatisfações, onde o vazio impera e o ser desespera-se.
Identidades fragmentadas, a cada dia, uma nova faceta se revela, permanente e incompleta, repleta de incertezas.
Pelo mercado, somos transformados, projetados para sermos notados, tornando-nos produtos prontos para ser comparados, comprados, usados, trocados e descartados...
Alimenta-se a ilusão da completude da alma pelo consumo desenfreado com prazeres fugazes, que nunca satisfazem, apenas distraem, enquanto a incompletude jaz.
Um novo mundo emerge, como self-service repleto de escolhas, consumidores padecem: antes, a falta gerava agruras; agora, o excesso traz amarguras.
As autoridades, comedidas e mais preocupadas em agradar do que em ordenar, patinam sem direção em suas próprias mãos, perdidas e confusas.
Pós-modernidade, vida em revoada, manada iludida na proximidade prometida. Sem cooperação, carente e desencontrada na virtualidade tão nutrida, sente-se deprimida.
Névoa densa, sombria condição, uma nova ordem já não seduz, sem saber quem conduz, consome tudo o que produz e o futuro obscuro traduz angustiante desilusão.
Privacidade retalhada, projetada na arena gigante, à espera de likes constantes. Confessionário público, onde a vida é obra de arte, num instante flagrante.
Modernidade líquida, fluidez a governar, sem estruturas sólidas, a vida a se transformar.
Relações e instituições, volatilidade a reinar, na sociedade contemporânea, um novo caminhar.
RETRATOS DE JESUS
Leia: "Lucas 1:1-4" ...Muitas pessoas têm se esforçado para escrever a história das coisas que aconteceram entre nós ( v.1 )
Examine: João 20:29-31 ; 2 Pedro 1:16-21 ; 1 João 5:13
Considere: Qual dos evangelhos teve o maior impacto em você ? Por quê ? Como Jesus sendo retratado em cada um dos livros de maneira diferente o ajuda a compreendê-lo e entender Seus ensinamentos mais plenamente ?
A história de Jesus é apresentada em quatro evangelhos diferentes, cada um abrangendo Sua vida da perspectiva singular de cada escritor. Tem-se dito que Mateus apresenta Jesus como o Rei que vem reinar e governar; Marcos retrata o Servo que vem para servir e sofrer; Lucas descreve o Filho do Homem que vem para repartir e para se compaceder; e João apresenta o Filho de Deus que vem para revelar e redimir. A maior parte dos evangelhos apresenta as geneologias que realçam quem Ele é.
Mateus traça os ancestrais de Jesus, de Davi a Abraão, apresentando o direito de Jesus ao trono como um descendente direto de Davi, o maior rei que tiveram, e Abraão, o pai fundador da nação judaica ( Mateus 1:1-19 ).
É reveladora a ausência de uma genealogia no evangelho de Marcos, que o retratou como um servo ( Marcos 10:45 ). Talvez a linhagem de um servo seja modestamente ignorada.
Lucas mencionou pessoas e eventos históricos comprovados ( Lucas 1:1-4; 2:1-2 ). Neste livro, a genealogia de Jesus é intencionalmente citada a partir de sua maturidade humana - traçada de volta até Adão. Estabelece a identidade de Jesus como parte da raça humana, como totalmente homem ( Lucas 3:23-28 ).
João nos deu uma geneologia muito diferente - a revelação divina de Jesus como Filho de Deus, revelando que Ele é a segunda pessoa da Divindade ( João 1:1-5 ). Então, Jesus era também totalmente Deus, que entrou na história humana como um homem ( João 1:14 ).
João mesmo explicou: "Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Messias, o filho de Deus. E para que, crendo, tenham vida por meio dele" ( João 20:31 ). - K. T. Sim
A questão com retratos é que você tem que mostrar as pessoas como elas querem ser vistas. E prefiro mostrar as pessoas como eu as vejo.
Lembranças
Teus retratos — figuras esmaecidas;
mostram pouco, muito pouco do que foste.
Tuas cartas — palavras em desgaste,
dizem menos, muito menos
do que outrora me diziam
teus silêncios afagantes...
Só o espelho da minha memória
conserva nítida, imutável
a projeção de tua formosura,
só nos folhos dos meus sentidos
pairam vívidas
em relevo
as frases que teu carinho
soube nelas imprimir.
Sou a urna funerária de tua beleza
que a saudade
embalsamou.
Quando chegar o meu instante derradeiro
só então, mais do que eu,
tu morrerás
em mim.
Nem todos meu poemas são retratos de meus sentimentos,
uso da empatia poética, que é se permitir sentir o que o outro guarda em sua alma e revela em poucas atitudes. É emprestar sentimentos e descrevê-los.
Nenhum de nós passeia impune
pelos retratos: fazem-nos doer
os recessos da memória.
Deles saltam, por vezes, sustos,
primeiras noites, secreta
loucura, lábios que foram.
Interditam-nos sempre.
Trepam-nos pelo torpor
mais desprevenido, subsistem.
A sua perenidade é volátil
e cheia de venenosos ardis.
Um sopro no acetato.
Distintos, os seus contornos
não são nunca
os que supomos.
Gosto dos retratos, mas o que me fixa os olhos é a tinta espalhada à tela de forma a tentar explicar as inquietações geniosas da cabeça de cada artista.
Ligando os fatos, os sinais e os retratos, ligando os pontos soltos, os abraços mornos, tão frágeis que se soltam com passar do tempo, tão longe que nem de perto se enxerga, se sente, se toca.
e mesmo quando a minha imagem
não passar de um vulto embaçado
num porta-retratos empoeirado
mesmo quando o meu nome
estiver escrito apenas numa lápide
abandonada e encardida
mesmo quando nenhuma alma viva
lembrar da minha passagem por aqui
mesmo quando nada mais existir de mim
vultos, imagens, nomes ou lembranças
mesmo assim
meu coração continuará pertencendo a ti
A única expressão permitida em grandes retratos é a expressão de caráter e qualidade moral, não de algo temporário, fugaz, acidental.