Resistência
Um homem de caráter é como um metal nobre e precioso. Nenhuma crítica, pressão ou corrupção é capaz de anular sua essência de valores.
Entre tantas palavras e pensamentos trocados, ao longo de vários encontros nas noites cariocas, eu e o decano Arthur Poerner temos a mesma visão e convicção. Acreditamos na arte e na cultura como plataformas de resistência jovem e dinâmica neste "multimundo" de imagens, é por si a objetiva linguagem plena, a favor da verdadeira liberdade.
O homem que não sabe tocar as pétalas da Rosa mulher, deve ser chamado de filho dela. Porque é criança, é dependente e ainda não é homem!
"Se chegou a ventania, ice as velas, faça um cata-vento, é na força imposta que adquirimos resistência".
O meu cabelo é chapado, sem precisar de chapinha
Canto rap por amor, essa é minha linha
Sou criança, sou negra
Também sou resistência
Racismo aqui não, se não gostou, paciência
INJUSTO MARTELO
E haverão de pagar
Aquelas que nunca deveram
E haverão de confessar
Os pecados que não cometeram
Fazer falar o que não é
Repreender de forma dura
O simples fato de contrariar
As levariam para a tortura
E como justo seria
Há quem já ia pra julgamento ciente da condenação
Mães, filhas e principalmente
As que apenas pediam pedaços de pão
Não peça-me para esquecer
A injustiça não pôde quebrar nosso elo
Eternamente estampado em seus dogmas
Será a figura do injusto martelo
Ressurgir das Cinzas
Sou forte, sou guerreira,
tenho nas veias sangue de ancestrais.
Levo a vida num ritmo de poema-canção,
mesmo que haja versos assimétricos,
mesmo que rabisquem, às vezes,
a poesia do meu ser,
mesmo assim, tenho este mantra em meu coração:
“Nunca me verás caído ao chão”.
Sou destemida,
herança de ancestrais,
não haja linha invisível entre nós
meus passos e espaços estão contidos
num infinito túnel,
mesmo tendo na lembrança jovens e parentes que, diante da batalha deixaram a talha
da vida se quebrar,
mesmo tendo saudade cultivada no portão.
Mesmo assim, tenho este mantra em meu coração:
“Nunca me verás caída ao chão”.
Sou guerreira como Luiza Mahin,
Sou inteligente como Lélia Gonzáles,
Sou entusiasta como Carolina de Jesus,
Sou contemporânea como Firmina dos Reis
Sou herança de tantas outras ancestrais.
E, com isso, despertem ciúmes daqui e de lá,
mesmo com seus falsos poderes tentem me aniquilar,
mesmo que aos pés de Ogum coloquem espada da injustiça
mesmo assim tenho este mantra em meu coração:
“Nunca me verás caída ao chão”.
Sou da labuta, sou de luta,
herança dos ancestrais,
trabalhar, trabalhar, trabalhar,
mesmo que nos novos tempos irmãos seduzidos
pelo sucesso vil me traiam, nos traiam como judas
sob a mesa, meu ganha-pão.
Mesmo que esses irmãos finjam que não nos veem,
estarei ali ou onde estiver, estarei de corpo ereto,
inteira,
pronunciando versos e eles versando sobre o poder,
mesmo assim tenho esse mantra em meu coração:
“Nunca me verás caída ao chão”.
Me abraço todos os dias,
me beijo,
me faço carinho, digo que me amo, enfim,
sou vaidosa espiritual,
mesmo com mágoas sedimentadas no peito,
mesmo que riam da minha cara ou tirem sarro do meu jeito,
mesmo assim tenho esse mantra em meu coração:
“Nunca me verás caída ao chão”.
Me fortaleço com os ancestrais,
me fortaleço nos braços dos Erês.
podem pensar que me verão caída ao chão,
saibam que me levantarei
não há poeiras para quem cultua seus ancestrais,
mesmo estando num beco sem saída, levada por um mar de águas,
mesmo que minha vida vire uma maré,
vire tempestade, sei que vai passar.
Porque são meus ancestrais que se reúnem num ritual secreto
para me levantar.
Eu darei a volta por cima e estarei em pé, coluna ereta,
cheia de esperança, cheia de poesia e com muito axé
por isso, desista, tenho este mantra em meu coração:
“Nunca me verás caída ao chão.”
Somos incompreendidos
Não dignos de ser ouvidos, e quando nos houvem somos mal entendidos
Não dignos de ser visto, e quando nos veem somos poucos visiveis
Estamos entre a expectativa e a desilusão e quando somos incompreendidos somos mal vistos
A experiencia nunca compensa o conhecimento e quando somos sabios somos excessões de nós mesmos
Nossa fala é atitude, nosso ser é intenção nunca somos conclusão.
Os meios justificam os fins, os mesmos fins que nunca escrevemos
Sugam nossa vontade de ser e quando nada somos, somos incompreendidos.
Comecei a pensar sobre a ciência por trás das tempestades e sobre como às vezes parecia que uma tempestade queria acabar com o mundo, mas o mundo resistia.
Chega de duvidar de você. Chega de ter medo do que sinto por você. Chega de resistir a me apaixonar pelo meu melhor amigo.
Diga-me quantas correntezas terei que ver para que eu seja outro, ou para que o mundo não seja mais o mesmo? Ou que pelo menos os rios estejam limpos...
Se eu for banhar, que eu não espelhe o ego, se eu mergulhar, que eu não afogue o ar.
Revoltados ordenamos que respeitem nossa terra, pois não cansaremos de lutar.
A natureza nos abraça, se á ela não decaptar.
Em todos os governos, atual e passados, sempre houveram pessoas ativas trabalhando, comprando seus carrros, boa moradia e boas condições de vida. Pessoas que se qualificaram, se esforçaram, suaram a camisa e enguliram sapos.
Então, não importa qual seja o sistema ou a dificuldade, quem busca e se esforça vai continuar realizando suas metas e objetivos.
Pela lógica, a tendência é eu desagradar algumas pessoas.
Pela lógica, a tendência é eu não me importar nem um pouco.
Não servirei a outros deuses, nem temerei ao mal espírito; fazei-me forte no amor e na justiça; espírito inabalável.
Jamais a dor alheia será compreendida na totalidade, mesmo que ocasionada pelos mesmos motivos. A diferença entre uma brisa e um furacão se resume na resistência de quem passa.