Resistência
“Devemos ajudar uma pessoa até o ponto em que ela não mostre resistência ativa à essa ação, tentar ir além disso é estupidez”
Ney P. Batista
Apr/20/2021
Quanto mais flexível o indivíduo for maior sua resistência às envergaduras da vida,
Quanto mais rígido, maior sua chance de quebrar ao primeiro atrito
RESISTÊNCIA CULTURAL OU INVEJA?
Demétrio Sena, Magé – RJ.
A resistência cultural nas periferias, por meio de movimentos e reações em forma de arte e literatura é algo de se admirar. Fala-se muito dessa resistência e do empoderamento do negro, do pobre, de forma especial do negro pobre, mas há uma enorme incoerência que se repete entre os menos favorecidos, os excluídos e as esquerdas: enquanto as chamadas elites e as direitas ocupam plenamente os seus espaços - e nunca os deixam - e ainda se permitem ocupar os espaços periféricos e de esquerda, em forma de compra ou patrocínio pervertido dos movimentos culturais dessas classes, os pobres de todas as etnias e as esquerdas políticas e sociais, quando alcançam realidades econômicas e culturais mais avantajadas logo debandam para o outro lado.
Explico: os moradores pobres das periferias, ao se formarem nos cursos superiores, sobretudo fazerem mestrados, doutorados, e alcançarem condições socioeconômicas avantajadas, têm como primeira providência se mudarem para bairros nobres das zonas mais ambicionadas de seus estados. No Rio de Janeiro, por exemplo, quase todos querem morar na zona sul, com todos os riscos que isso hoje representa. Desse modo, as cabeças mais pensantes, as pessoas mais indicadas para fortalecer os movimentos culturais de suas raízes enfraquecem as áreas carentes de seu conhecimento, suas novas condições sociais e o novo poder de contribuir efetivamente para o crescimento cultural e socioeconômico de sua gente. Vão engordar as elites; fazer parte do outro lado da sociedade; viver ao lado das classes dominantes. Tornar-se classe dominante. É como se as periferias já não merecessem essas pessoas. Como se elas, depois de progredirem socialmente, já não coubessem nos meios em que nasceram e foram criadas. Aqueles bairros pobres e de pessoas sem formação superior se tornaram pequenos para seus horizontes. Não querem criar seus eventuais filhos nos bairros pobres, ainda que não violentos, nem nas áreas próximas, porque os mesmos merecem ser elite. Ser iguais às pessoas das classes criticadas e combatidas quando eram inalcançáveis para suas realidades.
Tempos depois, essas pessoas voltam como visitantes, participam como convidadas ilustres de alguns eventos culturais das periferias e dizem que já foram moradoras de periferias; foram pobres; não tinham acesso a curso superior. Muitos faltam pouco dizer que já foram negros, mas... “graças a Deus”, agora são bem sucedidos e moram em lugar de gente bem sucedida. Em lugar de gente rica e culta. Dizer que venceu na vida não combina com dizer que continua morando em seu berço. Com isso, ao invés de contribuir para uma mudança de realidade socioeconômica da sua antes querida periferia, o ex-pobre, ex-morador de comunidade, quiçá ex-negro, prefere fazer o que é mais fácil: morar; levar eventuais esposa e filhos para lugares já resolvidos, onde nunca participarão da realidade que ele conhece de perto e será muito trabalhoso ajudar a mudar.
Ocorre o mesmo com as esquerdas politicopartidárias, que em princípio defendem as classes menos favorecidas; os moradores de periferias; pobres; negros; negros pobres. São esquerdas, com todas as dificuldades de ser esquerda, enquanto a direita não acena com possibilidades irresistíveis de compor e abocanhar as vantagens de ser da direita. As direitas, com todas as práticas claramente perniciosas, têm o corporativismo consistente que se desmantela com facilidade na esquerda, ao primeiro sinal de patrocínio relevante; de composição vantajosa. O PMDB jamais chegaria ao poder máximo do país levando o PT na sua cola. Já o PT, para conseguir chegar lá, não titubeou em levar o PMDB, que por sua vez, não demorou a desferir seu golpe, assumindo a presidência da república. Com isso, a esquerda se dissolveu; praticamente deixou de existir; a direita está mais unida e forte do que sempre, e disposta a nunca mais deixar que tomem sua vaga.
É preciso que os moradores das periferias, ao concluírem seus cursos superiores, alcançarem ascensão e acesso a uma vida melhor, ao invés de abandonarem suas raízes e seu povo, permaneçam nas periferias e ajudem o seu povo a crescer também. A se livrar dos aguilhões. A vencer a opressão local, imposta pelos exploradores locais e os que vêm de lá, das zonas nobres, com os seus patrocínios que compram os movimentos culturais e os amoldam ao seu jeito. Zonas nobres que, infelizmente, são fortalecidas pelos que saem de nosso meio e vão compô-las, cansados e, finalmente, livres da luta cotidiana contra as diferenças sociais. Felizes porque, seus descendentes já não pertencerão à classe dominada; serão também dominadores.
Lutemos para sermos quem somos de formas dignas; confortáveis; relevantes... não para mudarmos de lado. Que a nossa indignação seja eivada do desejo de vencer coletivamente. Um desejo e uma resistência de todos, para que a nossa classe, o nosso povo, nossa região sejam fortes. Enquanto fugirmos, tão logo tenhamos condição econômica, tudo o que faremos será uma apologia ao que é criticado e combatido por nós. Deixarmos os nossos, as nossas raízes ao progredirmos neste contexto, é assumirmos que a nossa indignação não era solidária; era só uma questão de inveja do outro lado.
RESISTÊNCIA
Demétrio Sena - Magé
Se não viro esse disco é porque na verdade
minha indignação não é moda fugaz;
novidade volátil que perdeu a massa
feito gás ao ar livre; nos braços do vento...
E não viro esse disco porque sou assim;
digo não ao silêncio, se vejo injustiça;
vou ao fim do meu sonho de mundo melhor,
e sonhar, no meu caso, não perde sentido...
A canção da maldade não saiu do ar,
a má fé não cedeu e o preconceito medra,
ninguém pôs uma pedra sobre o fanatismo...
Pra virar esse disco eu preciso sentir
que será sem mentir sobre ter esperanças
nas mudanças viáveis e na resistência...
... ... ...
Respeite autorias. É lei
No universo da resistência Negra, talvez não haja crueldade maior do que ter que Resistir sem ao menos poder Existir.
"Na interseção entre linguagem e desejo, o corpo se torna um território de resistência, onde cada expressão é uma forma de contestar as normas que tentam capturar sua essência." – Dan Mena.
A finalidade da estratégia é reduzir a probabilidade de resistência, seja por meio do movimento ou da surpresa. (...) O movimento gera a surpresa, que, por sua vez, impulsiona ainda mais o movimento.
A adaptação da direção do esforço em relação ao grau de resistência oferecido pelo inimigo ocorre por meio da exploração dos pontos fracos de seu dispositivo.
Incredulidade natural, depravações e resistência à verdade têm sido o motivo de todos os sofrimentos da raça humana.
Pecados e transgressões não confessados a Deus altera, na prática, a resistência do DNA humano, enfraquecendo as células de defesas do coração santificado.
Se um cristão não perde tempo para alimentar a sua alma,
certamente ela perde a resistência da sua salvação.
A resistência à mudanças de comportamento saudável, de estilo de vida educado e de pensamentos positivos podem gerar frustações, remorsos e frustrações e crises na alma.
O tempo que é o senhor de tudo com certeza.
E contra a sua força, também não há resistência, porque com ele está a morte, que é sua fiel parceira, nessa empreitada de estar ceifando todas as vidas.
Tamanho não significa quando a resiliência e resistência é maior. A força só não vence a técnica também,se ela não for forte o bastante.
A Resistência da Guerra
Tanques, tropas, militares
Invasão, míssil, bombadeio
Só humanos são tão capazes
"Animais ditos racionais" aniquilando sem freio
O ódio e a cegueira pelo poder
No domínio dos espíritos do mal
Monstros difíceis de conter
Sedentos de sangue e de controle imperial
Destruição, assassinato, separação
A meta cruel não se aloja numa boa alma
A mente vaidosa é atroz nos atos em prol da insana ambição
A arma que busca a vitória, sem dó, sob o alcance da palma
De um lado, de novo, no exercício da estupidez
Um desumano calculista, mercenário e frio
Do outro lado inocentes vítimas da insensatez
Fugindo ou resistindo ao comando bravio
Idosos, jovens, bebês, crianças
Cidadãos guerreiros. Filhos da terra
Sob ações violentas, obrigados à mudanças
Sem escolha nem desejo, enfrentam as consequências da guerra
Como pode, num planeta de natureza tão bela, haver tanta maldade
O Putin é apenas o bárbaro da vez
A vida sempre foi tratada com banalidade
Se atentarmos, no poder, poucos escondem a sua nudez
A alvura da Ucrânia servindo de alerta
Hoje a instabilidade do mundo
Não se limita ao oriente médio e a sua vasta oferta
Costume religioso não é o único pano de fundo
Como ter esperança na paz irrestrita
Se os registros literários vomitam a verdade humana milenar
O horror não poupa nenhuma geração. Ele faz visita
O algoz trajado de bom nem só em ação covarde é possível identificar
Iludida com a espécie humana, a civilização resiste
Sob adestramento, hipnose, alienação ou condicionamento
Vai absorvendo as modernas teorias místicas acreditando que está evoluindo para não ser definitivamente triste
Enquanto o tempo passa trazendo uma nova fornada de nascimento
Porém não é só, o que não é pouco sequer tolerável
A violência bélica dos agressores da guerra maldita
Estupros e sequestros. O nojo é inevitável
Atuam aliciadores e traficantes de gente sofrida
Curem- se, enquanto há tempo, desta doença chamada narcisismo
Ela não é só o ponto de partida das grandes desgraças. Do caos irreversível
No dia a dia, ela desequilibra o organismo
Ela te acorrenta às ilusões desfrutadas diante do inteligível
Ucrânia, ucranianos, Zelensky, liberdade
É urgente o cessar-fogo para a retomada do direito a paz
Nossos olhos e corações não suportam mais tanta ação covarde
A democracia não pode sair de cartaz
Irmãos pelo mundo à fora
Reféns da maldade inclusa no DNA de autoritários selvagens
Simpatizantes das atrocidades de outrora
Que nos envergonham. Que reiteram a certeza de que alma tem variadas roupagens
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