Repouso
Madrugada e sua Ambiguidade
Momentos de Repouso
Horas de Perturbação
Talvez, a Extensão de um Instante prazeroso
Para cada necessidade, uma interpretação.
Sombras, Zonas de Conforto
para um Necessário Repouso,
ou Reflexos da Realidade,
Onde o conhecimento fica obscuro
e Ocultam a íntegra da Verdade,
O Medo pode torná-las em um Refúgio
por causa de Fragmentos do Passado
que possam trazer um Futuro bastante Indesejado.
✍️Sempre que estiver se sentindo angustiado deite o corpo em repouso para a Alma ter um descanso, foque na sua respiração e o deus em ti desperta.
Disciplina e Repouso
A confiança é um enorme valor, quem confia tem certeza de coisas que não pode verificar, e você percebe a importância dessa definição, porque afinal de contas não podemos nunca verificar. Desconfiança é valor e ajuda conviver melhor, porque não somos confiáveis e quem desconfia acaba driblando muita decepção, desconfiar é confiar.
À margem, aguardo o repouso do rio.
Ao ouvir o murmúrio de suas águas, aquieto-me.
Sinto um amalgama de esperanças futuras
e temores imediatos.
Transbordo.
Rompo diques, mas nunca é o suficiente.
Estou exausto!
Reprimo-me.
Sustento um pequeno universo.
Será que algum dia alcançarei minha margem?
E, ao lá chegar, poderei finalmente descansar?
E, nesse merecido repouso, encontrarei
ouvidos ávidos por meus murmúrios, com o intuito de descobrir neles a sua própria serenidade?
À margem, aguardo o repouso do rio...
Anos vividos
Da vida, eu fui mais que se está vendo
Da felicidade eu fiz parada e repouso
E nem mais sei se fui tolo ou penoso
Nas trilhas de estar feliz ou sofrendo
Se estou enganado, ou fico glorioso
Não posso medir apenas no sendo
Sou fausto, e da paz eu vou vivendo
Tentando buscar só o bem precioso
Agora que a velhice é um havendo
Nada sei, eu persisto, e pouco ouso
Pois o fado não é claro no referendo
Disso, amei sem ter sido enganoso
Fui além, dum olhar, do só querendo
Na morte, vou do viver ser saudoso
Luciano Spagnol
20/06/2016
Cerrado goiano
A diferença entre o valor do repouso na maresia e o valor do esforço na academia é está no valor que cada um atribui à sua escolha.
O moço, sem sono, não encontra repouso. Apesar de jovem, sente o desprezo do outro. Esperançoso clama por um sono que alivie todo abandono no poderoso pouso do descanso profundo.
HORAS DE SAUDADE
Vou de avivo no repouso, descontente
E travas lágrimas nos olhos a prantear
Ah! quanta avarenta emoção a suspirar
Ah! quanto silêncio no sertão poente
A hora no horizonte é vagar cadente
Um adeus, sem acabar e a se quebrar
Um vazio apertando a alma no pesar
E uma solidão que fala com a gente
A escuridão, e um nó na garganta
Um feitiço que no amargor canta
Cravando a sensação pela metade
Tristura, e uma trova sem medida
Querendo versar, e na dor sentida
Redigem as horas duma saudade!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05/11/2020, 12’07” – Araguari, MG
PERJURO
Busco à noite, o silêncio, exausto de saudade
Pois é justo o repouso do sentimento fatigado
Novo instante, entanto! Lembrança que brade
Na emoção solitária. O desassossego acordado
Penitência ou vigília? Eu sei que n’alma invade
Toma de todo o pensamento, cada um pecado
Nesta disputa do coração, tão dura eternidade
Largando o meu olhar no tormento assustado
Bem aberto, tenho a sensação ali dormente
Na escuridão, cego, sinto mais que um vidente
Cada batida, cada som do suspirar no escuro
Assim, de dia a poesia, e de noite, à traição
Por que hão de me tirar a poética e a paixão
Dum amor que não deu, se era pra ser puro!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
14/05/2016, 13'40" – Araguari, MG
A VOZ DA SOLIDÃO
No vão da noite sombria, deserta
Tão silenciosa, envolta em arrelia
O repouso torna a cena irrequieta
Em um tenso sussurro de agonia
A enodoada alta noite terrificante
Povoada de uma vontade, irradia
Aperto, onde não há o que cante
Nem o poema sem a melancolia
Na treva da escuridão a coruja pia
Rompendo o vazio no tom dolente
Tal um cântico de acerba sensação
O pensamento da gente silencia
O coração arrepia tão vorazmente
E, merencória fala a voz da solidão.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 abril, 2024, 13’58” – Araguari, MG
Virá o dia
Em que meu sonho estará
Repouso sobre a escrivaninha
Em que não te pedirei
Para o julgar
Em que não te convidarei
Para o jantar
Em que não te direi
Para brincar na areia
Em que não elevarei
Sobre teu corpo, o cobertor,
Porque a noite se arvora fria.
Então,
Só nos meus versos encontrarás
Minhas juras de amor eterno.
Não chorem;
Nem muito alarde;
Apenas me entorpeci de luz e mistério.
PRESCRIÇÃO
No teu repouso
Observo e não ouso
Exigir mais de ti
Quem me dera existir
Alguém não desistir
Firme em insistir
Num amor de plantão
Prescrito com paixão
Pra acalentar o coração.
É de olhos fechados, no repouso
No silêncio absoluto de nossa Alma
Que podemos ouvir e até sentir
A pulsação do coração de Deus.
Quando o infortúnio chegar a tua casa para descansar não ofereça repouso, até mesmo porque a essa altura o desamparo está sendo expulso ao tentar colocar a todos para dormir