Relógio Parado
Eu lembro bem, ninguém estabeleceu uma data certa ou marcou no relógio a hora exata pra ir embora de vez. Só fomos adiando aos poucos a conversa, e o “oi tudo bem” cada semana mais mecânico. As novidades que apareciam já não tinham razão de serem divididas: porque, sem convivência, que graça tem ficar compartilhando a vida? Que graça tem você ficar na plateia, quando na verdade eu queria você participando do meu espetáculo. Na verdade, acho que a gente foi se acostumando à ausência. E quando viu, já não se precisava mais.
Eu sei; é duro, é esquisito. Há bem pouco tempo isso nunca seria possível, nem naqueles pesadelos que levam embora o sono às 3h25 da madrugada. Mas quando não se faz mais questão de estar presente na vida do outro, o que se tem à fazer é simplesmente aceitar que embora um dos dois queria ficar, a partida já foi iniciada e não tem como consertar o que se foi quebrado. Sentimentos se esgotam, cansam. Você e eu bem que tentamos. Mas uma hora dessas, a gente se perdeu. Ou melhor eu cansei de esperar pelo o que de fato nunca foi meu.
Annynha Rodrigues
Eu sou uma bomba-relógio, pronta a ser detonada. Não consigo sentir pouco, amar com sensatez ou viver pela metade. Tudo em mim é um maremoto. Furando, explodindo e indo tudo para os ares.
Meu olhar me perdendo no seu, torcendo que o relógio não ande. Perdendo no seu, meu olhar fica em ponto de dizer tudo que eu sinto e seu sorriso como querendo afirmar. Eu sei.
Assim como um relógio tem muitas engrenagens, todas elas contribuintes indispensáveis para o bom funcionamento do mesmo, os nossos labores, sem desprezar nenhum deles, são de suma importância para o progresso social.
Vi o tempo.
Hoje vi o tempo irritado.
Animal, indomável e irracional.
Devorando um relógio feito um canibal.
Olhei o tempo, e o tempo olhou para mim.
Vi o tempo brincar de pintar cabelos,
De desenhar rugas e descortinar lembranças.
Vi o tempo segurando o passado e o presente num futuro deslavado.
Vi o tempo sarando feridas e apagando lembranças.
Vi o tempo furtando a inocência de crianças.
Arrebatando sonhos,
Devendo esperança.
Vi o tempo atravessando a e eternidade,
Ignorando a gravidade,
Percorrendo célere pela cidade.
Vi o tempo em sua idade jovial,
Saudosista, com fantasia de carnaval.
Vi o tempo sorrindo,
Preso na sua própria alegria,
Preso no seu próprio tempo.
A vida é cronometrada! Não pelos ponteiros do relógio, mas pelos batimentos cardíacos que são mantidos pelo fluxo sanguíneo que corre nas suas veias. Esse “tic tac” tem a função de nutrir as células do corpo garantindo a manutenção da vida e nos lembrar de quanto o tempo é precioso...
Assim, use seu tempo conservando seu “tic tac” como se fosse pedras preciosas.
Espera
Como o tempo demora
Pra quem tanto espera
Os ponteiros do relógio param
As imaginações do tempo separam
Enquanto espera sonha
Na doce vontade medonha
Para que acabe a demora
Do tempo que separa
E quando acaba a espera?
Como fazer o tempo para
Já não controlo o tempo
E viver intensamente o momento
E no tempo que não para
Vai viver no futuro as lembranças
De um momento único na esperança
A primeira taça de vinho que não mais separa
O único medo que temos do relógio é o simples fato dele marcar o tempo que chegará a hora de nossa morte!
Quero te ver
Acordei na madrugada.
Sentindo uma saudade
Imensa, de você amor.
Olhei o relógio, saudade.
Tanta saudade de você.
Hoje a cama é minha amiga.
Sinto lágrimas rolarem.
Quero muito te ver.
Te encontrar e abraçar.
Te beijar e declarar.
Que não vivo sem você.
Vem minha sede matar.
Minhas lágrimas enxugar.
Quero sentir teu prazer.
Há momentos na vida que o melhor que
podemos fazer é respirar fundo e esperar
o relógio de Deus andar.
Acorda para vida, enxergue que só existe o presente para você viver.Desligue o seu relógio, bote fogo no calendário e pula de cara no mundo.