Relógio Parado
Teria parado o tempo naquele instante
No instante em que há conheci.
Só pra entender
Da onde saiu esse sentimento obsceno
Que me maltrata com tamanha grosseria.
Será um castigo
Pensar há todo instante em ti?
Há, não sei o que pensar
Estou perdido.
Estou louco.
Estou vendo as grotas se abrirem
E meu coração sendo levado
Pela força bruta das águas.
Estou perdendo a esperança!
Meus olhos secaram.
Meu rosto está pálido
Envelhecido de angústia.
Tudo que vejo me lembra
Aquela mulher.
Aquela poderosa mulher
Que quebra rapidamente
As pedras do meu peito.
Com teu sorriso de diamante
Que reflete a quilômetros.
Tento evitá- la
Mas não consigo
Aquela mulher
Tem sobre mim
Total domínio.
Tão forte é seu olhar
Que esqueço
Que é por causa dela que choro.
E relevo
Adormeço
Sonho
Não adianta ela está no sonho
O que me resta é aceitar
Eu a amo
Não tem como negar.
Uma vez a caminho do trabalho perto de descer, avistei um caminhão de engradado, acho, parado, não lembro ao certo rente ao calçamento, atrapalhando um pouco a circulação dos veículos. Só sei que não sei porque tampei os olhos de uma mocinha que trabalhava comigo, que estava na porta esperando descer feito eu, de brincadeira eu disse, : - Não olhe, não! Depois tirei a mão e ela arregalou os olhos e abriu a boca fazendo uma fisionomia de pavor, a espanto, aí quando ônibus começou a andar vi de relance um pedaço de bola de futebol cortada com alguns cabelos. Pedaço de bola com cabelos... Aí caiu feito um raio a percepção. Ao descer reparei uma aglomeração de pessoas olhando, tirando fotos, , com suas curiosidades morbidas, soube que era um corpo de um homem que trafegava numa bicicleta rente ao caminhão, aí a bicicleta tombou de lado, de repente, como que empurrada pela mão do destino, acredito que devido a algum buraco, entulho da avenida em reforma, uma desculpa qualquer, o deformando-o. Teve uma morte boa, penso, apesar de trágica. O ideal era não morrer, mas, não há outra opção. Apagou feito uma lâmpada, como um fio cortado ao meio, interrompendo a corrente, impedindo a iluminação. Nem dor deve ter sentido, medo, foi pego se surpresa, não agonizando dias, até a exaustão no leito. Foi surpreendido pelas costas, covardemente, como se obedecessse a nossa lógica e razão. Incomodou quem ficou olhando só, ele não, isso é forma de morrer, pavorosa, preconceituosos. Em plena saúde, provavente, vigor do corpo fisico, pensando em nada, despreocupado, preocupado no máximo pra não atrasar no trabalho, agora nao vai mais nao. No máximo, lembrando de algo agradável, quem sabe, a cerveja do final de semana, o futebol do seu time, coisas simples, o aniversario naquele dia, talvez. Poxa! tinha outro dia pra isso acontecer nao? So sei que apagou como uma lâmpada, ou uma vela? Um passarinho abatido, um pintassilgo, uma criança que não sane e bota a mão. Morreu sem saber, "morreu na contra mão atrapalhando o trafego".
Vocês pareciam tão pilhados quanto eu
Ríamos de chorar
O carro parado, rodava a cidade
A mais de 140 km por hora
O vento da madrugada repuxava o rosto desconfigurado
No vidro da janela, o reflexo de mim mesmo
Me acompanhava feito sombra
Agarrado pelos pés de um solo infinito que ruia
Íamos, íamos, íamos e nunca chegavamos
Duas e dezenove, 2:19, três, duas e dezenove
Eita, que p**** é essa?
Diga-se de passagem, mas estavam todos lá
Um a um iam se apresentando
Música, olhares, toques e sorrisos
Complexos, incertos, oportunistas, poderosos eu diria
De fato aquilo tudo era ridículo
Mas foi tudo que ficou, desde o princípio
No primeiro golpe
Fugimos no estalo do recado
Leves, tão leves, que voavam, flutuavam
Não parecia certo, mas era bom
Muito bom pra ser verdade
E não era
REFLEXÕES
Tempo estranho parado em torno de mim,
Mais agitado no meu interior, fervilha pensamentos, momentos, quem sou, onde estou em cada situação em que sou arremetida.
Busco-me no centro de mim mesma, tentando compreender o sentido mais profundo da minha existência, que por vezes se revela em situações difíceis como esta.
Os valores essenciais rondam minha alma.
Envelheci uns 70 anos nesta quarentena. Este mundo todo parado. As pessoas trancadas em suas casas (as pessoas boas, né, porque as ruins estão nas ruas, com exceção de quem é obrigado por causa do trabalho), porra, está tudo fechado. O mundo ficou vazio. Chato. Desconfiado. Tudo é contagioso...
Não estou reclamando do comportamento de ninguém, nem da condição do isolamento. Não, pelo contrário. Acho que é necessário esse sacrifício e é natural que estejam assim com essa neurose. O problema é que não estávamos preparados para isso, principalmente para quem gosta de gente, de contato físico, calor humano. É difícil você ficar em casa preso, com tanta energia pulsando em ti, o mundo lá fora fervendo, as estradas, as ruas, a noite lhe convidando para sair, mas foda-se. As vontades precisam ser contidas, por enquanto (mas se puder vivê-las não hesite). O amanhã é incerto e os desejos não são eternos - assim como a gente também não é.
Texto: SirFoda (Apollo Narciso)
Ficar parado nos leva para um lugar horrível, pois experimentamos ainda mais tristeza e frustração! O negócio é levantar a cabeça, ter muita fé e seguir sempre em frente! O melhor ainda está por vir!
Para que ficar parado se a cada dia que se vai é um novo trajeto para se passar.Então na duvida tente,no certo se sustente,mas acima de tudo lembre-se que a cada noite que se passa é um novo dia para se recomeçar
Transformar dor em poesia. Fluxo de consciência inconsciente. Trânsito parado. Sinal fechado. O meu trem não anda mais. Ancorado nessa rodovia. Mar de sentimentos a acelerar. O sol nasce mais uma vez nessa noite escura.
Parado em meio ao dia,
Esperando o meio dia,
Dada certa a esperança,
De te ver todos os dias.
Pode ser discreto,
Mas te juro ser concreto,
Esse tal de afeto,
Que sinto por ti.
Nas cenas do tempo,
Parado,
As melhores imagens,
Correm,
No enquadramento real,
Nada foge,
Tudo é levemente,
Perceptível,
DENTRO DO VERSO
Gostaria de congelar-me
Em um verso de poesia
Onde o Tempo pode ser parado
A criança não envelhece
Sentimentos são eternizados
Se congelada eu fosse
Em um verso de poesia
Rasgaria os roteiros
Brincaria de improviso
Zombaria do destino
Em uma gota conteria o Oceano.
Em momentos difíceis não fique parado pois sofrerá por mais tempo. Chore, grite, corra…… liberte-se!
A saudade é o beija flor
que fica parado no tempo
fica parado no vento
no momento de ficar ou ir embora
fica parado no presente
do pensamento para sempre.
beija flor sem flor, só saudade.
Quando me vejo como vitima de tudo que acontece comigo, permaneço parado em minha zona de conforto e não vejo saída.
Somos convidados pelas leis de Deus ao recomeço diante de tudo que nos acontece.
Um recomeço gradual, mas um recomeço...
Olhar a dor do outro pode ser a chave que Deus envia para nos libertas do quarto escuro de nós mesmo.