Relógio Parado
Tic tac, tic tac. Todo dia, nas mesmas horas, a porta do relógio abre, o cuco canta e não tem platéia.
As horas do meu relógio não acompanham as batidas do meu coração; lentas, tardias, me embalam a dormir, mas eu quero pairar sobre a densa esfera terrena; eu sou acelerada para ser feliz, quero acordar bem cedinho, como os passarinhos, sempre pronta, disposta, livre, aprendendo a voar, tendo asas agraciadas por Deus, em Cristo Jesus.
Cada momento é um instante de permissão no relógio do Criador de nossas almas, aproveite com sabedoria!
E o relógio preguiçoso estava com as pernas cruzadas uma sobre a outra fazendo tic-tac sem parar , naquela solidão eu me esbaldava na ultima dose de cachaça pensando em mais nada fazer , meia noite o sino da igreja lá no alto da montanha me chamou a atenção e vi que já era hora de banhar e dormir.
Despeço-me com medo do escuro.
CONTO O TEMPO
te desejo
o tempo todo
a todo tempo
conto os três
ponteiros do
relógio
louca pra
chegar o
momento
de nosso
encontro
e matar
todo meu
desejo
em seus
braços
em seus
beijos
em suas
carícias
aproveitando
loucamente
cada minuto
segundo
e horas
ser invadida
por ti
Teu Sorrir
Pensando, passando os segundos para ti
Tiquetaqueando o relógio e eu não te vi sorrir
A solidão está presente e não pensa em partir.
Com a ausência da tua alegria
que me faz feliz.
Cade aquele Moço que me faz sorrir?!
Partiu para não mais voltar?!, Ou deixou-me
aqui?!
Amargurada, na solidão sem sorrir.
Me diz porque eu me prendi a ti?!
Não precisa dizer, já sei o porque!
Eu me apaixonei por ti, por esse teu sorriso
que me faz feliz... me faz sorrir.
E a cada instante eu pedia ao tempo que o relógio parasse por completo. Que nem os segundos corressem contra o meu incontrolável desejo de te-la ali a todo momento, refletindo em seu olhar toda a felicidade explicitada no meu enquanto nossos olhos se encontravam. Eu não queria ter noção alguma de tempo, evitava a todo momento uma habitual vontade de olhar as horas, não ali. Minha atenção fora toda voltada a ela, encarava a sua mágica perfeição enquanto sua voz ecoava em meus pensamentos, nem a lua foi capaz de me distrair. Só queria poder abraça-la forte sem me preocupar com o passar das horas. Me perdia loucamente em seus beijos,tão intensos que foram capazes de anular todo e qualquer barulho que não fosse os de nossos lábios se tocando. Eu só queria estar ali, tocando seus cabelos e acariciando seu rosto enquanto era entorpecido pelo sorriso que ali era desenhado. Mais uma vez o meu caminho me levara a um lugar onde o cenário era estampado pela mais bela paisagem.
Quanto mais tempo eu passava ao seu lado, mais eu me esquecia do que existia ao meu redor, nem o cansaço acumulado dos dias passados fora capaz de me tirar do lado dela, a aquela altura já não existia a minima intenção disso acontecer. Meu desejo era o de ficar ali ,conversando com ela até que não existisse nem uma simples vogal a ser falada.
Não, eu não queria ir embora, estava tudo tão perfeito, eu não queria deixa-la ali. não queria ter que olhar pra trás e ver ela se distanciando, esvaindo-se da minha visão. A noite atingia a sua máxima perfeição, evitei olhar para o céu e ver o brilho das estrelas diminuindo com a chegada do dia, já não existia mais lugar para a felicidade que eu estava sentindo. Tive a oportunidade de viver algo que há tempos vivia, de me sentir tão bem que a unica realidade que eu queria viver era aquela, vê la deitada ao meu lado, observando-a dormir enquanto admirava sua beleza ,e ao passar das horas, ela se tornava parte fixa dos meus pensamentos, do que eu via quando fechava os meus olhos.
Por alguns instantes, tive aquelas unhas vermelhas deslizando suavemente pelas minhas costas, tirando pra dançar todos os pelos do meu corpo, sensações impossíveis de serem descritas faziam daquele momento algo único e que eu não queria que chegasse ao fim.
Injustamente, os primeiros raios de sol já entravam pela janela, uma estranha sensação de vazio já começava a ocupar os pequenos espaços que a felicidade fez sobrar em mim, enquanto pude, resisti ao sono só para ficar ali, olhando para ela, até o momento em que cedi a exaustão causada pela intensa forma que decidi viver aquela noite, me entregando completamente ao que de melhor foi me oferecido pela vida.
Era chegada a hora de partir, deixar pra trás um dos melhores momentos que já vivi, ter aqueles olhos se encontrando com os meus pela ultima vez e com um beijo, selamos a despedida de algo que durante muitas vezes, pensava estar sendo um sonho. Não, eu não quis olhar pra trás, decidi que a minha ultima visão dela fosse a mais alegre possível, memórias que, instantes antes, foram eternizadas na minha mente.
Ela conseguira algo que a minha descrente mente, durante anos, havia deixado de aceitar e chegando ao meu destino, cercado por uma mistura de alegria e tristeza, notei que ela tinha se tornado uma parte inesquecível do caminho que eu havia percorrido até aquele momento e arriscadamente, la estava eu, ansioso pelo dia em que a vida, mais uma vez, ao lado dela, me convidaria a viver...
As vezes você está em vida, mas adormece quanto ao tempo. E quando resolve olhar pro relógio, toma um baita susto. A vida é mesmo curta, e as vezes você quer muito pra ser feliz, e viver sem alegria é quase que viver em vão. Vamos aproveitar o tempo que nos resta, porque essa pilha não é a gente que recarrega, portanto o tempo não vai parar, mas quem da as ordens aos nossos passos é a gente mesmo. Bora seguir pra frente? Rumo a conquistar o mundo. O mundo que a gente quer e merece.
Hoje o Sol sorriu
O relógio se partiu
E o coração se feriu
A saudade entrou
E estraçalhou
O tempo cura
Só quem jamais amou
Saudade:
Loucura dos amantes,
perdição dos apaixonados,
castigo do tempo
prisão dos condenados.
Pobres corações amarrados...
Um Beijo ajudaria,
Salvaria,
Melhoraria
Ah, Que Selvageria!
Dura e gelada!
De nada agrada!
Pobres corações apaixonados
Que com a saudade são condenados
Pagam pelo crime da paixão
Mas jamais retornam à solidão."
O tempo não é medido pelo relógio, mas pelo aprendizado, o amadurecimento e toda a bagagem de uma vida. Messo o tempo pelos brinquedos que troquei por um salto, por uma agenda cheia de compromissos e responsabilidades. Pelos valores e prioridades agora mais claros, renovados. Vejo o tempo além do meu cronometro diário que me limita, me prende, me sufoca, percebo é nas mudanças de conceitos, na tecnologia que meus precedentes não acompanham e minha juventude, ontem criança dominam. É pelo distanciamento das pessoas, pela transformação de arvores em prédios, pelas brincadeiras de ruas substituídas por frias máquinas. Mesmo que eu quebre todos os relógios eu não deteria o tempo e suas consequências. Porque o tempo não se passa no relógio, mas no tic-tac da alma. Quanto tempo cabe nessa minha falta de tempo? Reprogramo meus horários, atraso meu relógio e me permito uma visita ao passado, onde eu era "rica, rica, rica de marré, marré, marré", inocente e de pés descansos. Que doces sejam sempre minhas lembranças. Relembrar é reviver. Viva hoje tudo quanto queira se lembrar amanha.
Nos ponteiros do relógio vejo teus olhos
O teu sorriso no espelho quando acordo
A estrada que sigo me leva à você
Está sendo impossível te esquecer...
O reflexo que bate na água do mar não é mais meu
E meu coração agora é teu
Luzes que refletem em meu olhar
Me leva para mais perto de quem quero está.
O relógio insiste em caminhar marcando o tempo de mim, traçando meus dias de melancolia. Mas ei, não espere por mim não, ainda falta fechar três botões da minha blusa.
O homem conta seus sonhos pelo ponteiro do relógio, mede sua vida pela quantidade de seus bens e desvia seu olhar das florestas vivas para os prédios que arranham os céus, como se quisessem provocar a ira de Deus. Nessa perdição cosmopolita, o charme se desmancha no ar, e a fumaça dos canos automotores só desperta a ansiedade por saber que se esquece de onde vem, e não se sabe para onde vai.
O relógio vira poeira e se despedaça no ar. Os instantes explodem e a presença do vazio foi. Agora resta a maneira singela de um abraço emudecendo na forma concreta de uma obra submetida ao anonimado da pintura.