Regresso
Percebi na avenida
que da minha poesia
já não há mais regresso,
Para o teu desejo não
há mais nenhum disfarce,
Soltos no Caboclinhos
estamos bem enredados
e doces de amor envolvidos.
Ainda esperando por você pelo regresso que não vem o tempo é veloz, mas a saudade é condutora da esperança que sinto!
A ilusão nos conduz para o mundo irreal, enquanto a desilusão nos traz de regresso para a realidade impiedosa.
Espero sobre a dor que corrói vejo o tempo rui e sobre lamentos solitários aguardo seu regresso
E sombras da tarde caminhará sobre o piso e os ventos tocaram um melodia andará sobreas calçadas folhas e flores e sobreas estações os olhos fitos na esquina onde você não mais andará
e na distancia dos anos outono cobrirá primaveras...
Meus olhos envelhecidos lembrará da dor de um adeus
Na alvura da alvorada o gosto do fel na melancolia, e na gastura que aranha a mente tateio a insegurança entrelaçada na alma,
e que no meu fim desaguará em terra seca minha alma chorosa e sobre meus ossos âmbar outros pisaram
E entre os tempos contaram como o amor nascera e sufocado no tempo adormeceram na lembrança empoeirado registrado no livros a dor do poeta sonhador.
"Nem toda ideia nova é sinônimo de progresso, nem toda ideia velha, é sinônimo de regresso, o que existe é apenas àquilo que dá certo e àquilo que dá errado"
Estou obcecado por esse regresso. Nem um dia sequer se passa sem que eu deixe de me lembrar do país. Um som furtivo, um odor difuso, uma luz na parte da tarde, um gesto, às vezes um silêncio, tudo isso basta para despertar lembranças da infância. “Você não encontrará nada lá além de fantasmas e de um monte de ruínas”, não cansa de repetir Ana, que nunca mais quer ouvir falar daquele “país maldito”. Eu a escuto. Acredito nela. Sempre foi mais lúcida que eu. Então, afugento essa ideia da cabeça. Decido, de uma vez por todas, jamais regressar. Minha vida é aqui.
Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa (...)
Distraído percorro o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro
Regresso I
Lá vou eu com a saudade na mão
Sendo levado ao sabor do fado
Respingando as lembranças pelo chão
Triste tormento este suspiro calado
Pobre dor esvaída
Roja no afeto como tudo
No pesar lhe dando vida
E no sonho uivo agudo
Agora jaz na direção
Do fado em seu acato
Parte comigo na emoção
O me dar ( ao pai) que me alimenta
De gratidão e esperança numa volta
Vou embora. Regressar me acalenta
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
05/08/2012, 05’59”
Cerrado goiano
A casa onde às vezes regresso
A casa onde às vezes regresso é tão distante
da que deixei pela manhã
no mundo
a água tomou o lugar de tudo
reúno baldes, estes vasos guardados
mas chove sem parar há muitos anos
Durmo no mar, durmo ao lado de meu pai
uma viagem se deu
entre as mãos e o furor
uma viagem se deu: a noite abate-se fechada
sobre o corpo
Tivesse ainda tempo e entregava-te
o coração
não há regresso, habito na encruzilhada, trago a esperança nua, o sonho estremecido e a alma por um fio...
Viaje ao amor sem pensar em voltar, pois ele mesmo e o perfeito regresso para voltar a ser feliz como uma criança no colo dos seus avós...
Perazza.'.