Reflexões sobre o amor para tentar entender o coração

Tenho medo do que no fundo já sei. ⁠

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⁠Ora, não me copie. Saiba errar por si mesmo.

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A dor escorreu, mole e malemolente, pela rachadura que eu pensava ser invisível. Não era.
Na verdade era uma falésia de frente para o mar, e eu me via afogar...

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⁠Uma alma que está viva desperta alma que estão mortas.

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⁠Passou o inverno, os brotos espiaram verdes e ainda pequenos a luz do sol nova e dourada. Abraçaram-lhe aqueles braços de raios e os brotos se tornaram grandes flores e coloridas de multicores, soube-se então naquele coração que o inverno havia passado e demoraria a voltar. Um rouxinol pousou na ponta de uma crisálida aórtica e cantou, enchendo aquele porão de vida e assustando os fantasmas que fugiram atordoados para um lugar com ódio. Ali não havia mais rancor, nem culpas imperdoáveis, nem tristeza jorrando em riachos silenciosos. Então, o coração soube outra vez e de vez anunciou em retumbos galantes: "O inverno passou, vejam todos, chegou aqui o amor, o amor aqui chegou...".

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⁠Meu peito pesa, as costas encurvam, os ossos tremem, ninguém me disse antes que a solidão era de chumbo e nem me servia de escudo...

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⁠Partes de mim vão indo embora, e se agarro uma outras cem caem para fora...

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⁠Tudo o que não tenho procurado tem me seguido pelas sombras do meu passado...

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⁠Dito isto, isto é tudo: o amor que todos procuram...

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⁠Sorrir triste também é bonito...
Sorrir falso é que é horrendo.

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Sou afável, desagradável, perceptiva, desapercebida, lisa, rugosa, pequena, grande, inquieta por dentro, sonolenta por fora, minto para mim mesma.

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Sei que eu não deveria ser tão triste - mas peço perdão a quem?

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O que será de nós?
O que será do caos, do mundo, do amor?
⁠E a única resposta quem tem, e não quer revelar, é o silêncio.

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⁠Então, tente: se você tocar meu peito com a mão morna, só um pouquinho, a tristeza vagarosamente vai embora?

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⁠Se tu me aspirasses, me diz, qual seria o odor de todas as minhas ausências?

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⁠Respira-me fundo, ou então me deixa para quem me absorva inteira.

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⁠Cansei.
Que energia se vai no simular alegria e contentamento, e todo mundo acreditar, que deselegância...

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⁠Se eu te carregar, me carregarás também com todo o peso de nós dois dentro de mim?

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⁠Só por hoje, vou fazer o mesmo de ontem e de tantos dias antes de ontem.
Só por hoje, só por agora, só por essa dor que não se deixa tocar e não passa...

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⁠Um grito de horror ou de alegria?
A verdade pode ser ambígua.

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