Reflexões sobre Música
Posso dizer que perdi
Quase todos os meus preconceitos
E o que antes parecia piegas
Agora parece tão perfeito
Esse amor que iluminava o universo
E supernovas aos milhares
Não se igualam aos olhares
Que trocamos quando nós nos encontramos
Pela primeira vez
E agora cosmicamente ligados
Nesse laço que atravessa todo espaço
Que existe entre mim e entre você
Posso até voar mais alto
Porque como um cosmonauta
Nos seus braços sei
Que aterrizo em paz
Troque de casa de calça de colcha
Troque de emprego, de pele, de roupa
Troque o disco, o discurso, o sermão
Troque de curso, ande na contramão
Troque os lugares, ideias e cores
Troque de ares, de amigos e amores
Pegue os pedaços de tudo que era
Recolha os cacos, jogue tudo fora
Jogue no lixo, deixe pra trás
Tudo aquilo que não serve mais
Não deixe a alma de luar etérea
Ser escrava tão eterna
Dos feitiços do tempo e da terra
Noite pra ficar
Na voz
Sempre pra lembrar
De nós
Pôr do sol em Salvador
Clareando amanhãs
Noutro lugar
Meu pensamento
supõe
teu silêncio
o teu itinerário
o teu fogo cruzado
o teu quarto escuro
o teu ponto fraco
Vi o amor dobrar a esquina
Ele nunca esteve tão perto
Nunca foi tão simples ou tão certo
Passei tanto tempo à deriva
Esperando um grande amor
Vou ficar tão só se você se for
Nosso caso particular
Não dá nem pra comparar
Com o de Verlaine e Rimbaud
As coisas sempre acabam mal
Tudo é tão triste no final
Olha aqui, morena, vê como eu tô
Você não sente pena
Pelo o amor de Deus
Me traz de volta o teu amor
Tô decidido a seguir em frente
O que passou serviu de aprendizado
Não é porque a gente não deu certo
Que vai dar tudo errado
Acreditar que eu vou te esquecer
Já é meio caminho andado
Eu sei que no final vou ficar bem
Com você ou sem
Eu vou beber, eu vou beijar, eu vou além
Com você ou sem
Se você pode ser feliz aí
Eu posso ser feliz aqui também
...o pendor musical... [é] um dos mais puros dons artísticos concedidos pelo Criador em sua graça comum.
(Contos de uma Terra Prometida, p.50)
Quando a vida te faz
Provar que é capaz
De subir um degrau de cada vez
Não dá pra se esquivar
Nem se deixar levar
Quando só depende de você
O que há dentro de nós sai
Pela nossa voz, então
Corre, luta, perde por esperar
Chora, ama, busca nosso lugar
Logo que eu souber qual o tamanho do estrago te aviso
Não pretendo mais ser teu abrigo
A princípio não pensei direito sobre o perigo
De me envolver de novo
Então me lancei na água turva de desejo do teu corpo
Mesmo conhecendo o teu jeito torto
Tive que provar mais uma vez o gosto
Do desgosto
Dançavam este som bonito
Alegres apontando o sol
Brilhavam cintilantes de amor
De repente a lua vem
Iluminando o espaço sombrio
Limpando a lágrima que caiu