Reflexões sobre Música
Esse nosso encontro pede a lucidez
De saber o lugar que me encontro
E você, por sua vez
Se é pra andar ao meu lado, saiba que
Alguém foi senhor
Alguém foi escravo
E, entre nós, esse espaço
Pede alguns passos
Enxugue a lágrima, hoje é dia de vencer
Cada sol que nasce é pra tu não esquecer
Que a luz que tu precisa tem dentro de você
Deixa o mundo saber
Há quanto tempo nós nos damos os dramas?
Com classe só nós enfrentamos as crises
E a vida pediu novos planos, e, às vezes
A meta era mudar de ramo
E os tombos, foi juntos que nós levantamos
Jeito centro, que olhar sincero, lucros e danos
Minha saga é de quem pegou dois busão e trem
Pra faculdade e trampo, porque a grana convém
Vim, misturo o Brasil, Sri Lanka e Barém
Quem vem da lama aqui não tem medo de rain
Permita-se ser seu pleno querer
Fuja da síndrome do pequeno poder
Mocinhos sim precisam de dublê
Nós, vilões, somos o que tiver que ser
Hoje eu tô no ouro, mas já vendi uns cobre
A vida é um leilão e meu lance ninguém cobre
Eu sou provocativo igual a Kylie Minogue
Foram noites intermináveis, eu só chorava
Bem no auge da minha dor, nada me consolava
Mas eu sobrevivi como a águia solitária
E a sorte, de novo, sorriu pra mim
Deus me escondeu bem debaixo de suas asas
Nenhuma peste me matou
Nenhuma flecha me atingiu
Eu aprendi a ganhar perdendo
Aprendi a subir descendo
Doeu, doeu, mas eu cresci
E cresci diminuindo
Apareci desaparecendo
E o poder de Deus na minha fraqueza
Se aperfeiçoou
Pai, me dá disposição para aprender de ti
Me dá disposição pra mergulhar
No mar da oração, mais uma vez
Pai, eu quero ser levado por Tua direção
Ouvir Tua palavra e entender
Com suprema exatidão o que quer de mim
Não creio, não creio num Cristo vencido
Cheio de amargura, semblante de dor
Eu creio num Cristo de rosto alegre
Pois creio no Cristo que é vencedor
São nações escravizadas
E culturas assassinadas
É a voz que ecoa do tambor
Chega junto, venha cá
Você também pode lutar, ei!
E aprender a respeitar
Porque o povo preto veio para revolucionar
Eu não compactuo com esse jogo sujo
Grito mais alto ainda
E denuncio esse mundo imundo
A minha voz transcende a minha envergadura
Com essa carne fraca
Eu sou do tipo carne dura
Escolha pra sua vida, só aquilo que faz bem
Nunca mude sua cabeça por nada nem por ninguém
Porque afinal de contas, ninguém paga suas contas
Nem lhe dar qualquer vintém
Então ame, e que ninguém se meta no meio
O belo definiu o feio pra se beneficiar
Ame e que ninguém se meta no meio
Por que amar não é feio, neguinho, o feio é não amar
Tenho dançado em cima de carros
E tropeçado fora dos bares
Te sigo pela escuridão, não me canso
Você é o remédio e a dor
A tatuagem dentro do meu cérebro
E, amor, você sabe que é óbvio
Eu sou um tolo por você
Você manda e eu vou a qualquer lugar cegamente
Eu sou um tolo por você, sim
Qualquer estrada que pegar, você sabe que vai me encontrar
Eu sou um tolo por todas as coisas subliminares
Que ninguém sabe sobre você
Se abriu os olhos de um celular
Aliviou a tela ao entrar, tirou de cena toda timidez
Alimentou as redes de nudez
Fantasiou o brio da rotina
Fez de sua pele sua sina
Se estilhaçou em cacos virtuais
Nas aparências todos tão iguais
Singularidades em ruínas
Não há
Chance de apagar
Deixa demorar
Lembrar você é bom demais
Vivemos tanta coisa
Lembra?
Tanto pra acertar
O tempo pra curar
Em câmera lenta
Acompanho o teu suor
De encontro ao meu
A gota da seiva do céu
Ninguém faz melhor
Que você e eu
Posso te contar
Tudo o que sonhei um dia
Tudo só pra chegar aqui
Pra sentar
E conversar
Falar besteira
Ter alguém
Pra confiar
A vida inteira
Nessa paz eu vou
Munido de amor
Como é gostoso te amar
E como tu me faz sentir
Teu rosto colado
E o beijo calado
Pronto para me despir a alma
Só a mudança é que se mantém
No caos dessa ordem: que maestria!
Uma linda e incessante coreografia
Da estrela ao teu peito, um só ritmar
Quem não escuta a canção
Não entende a gente dançar