Reflexões sobre Música

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Neste céu feito à mão, eu ganho vida
Pássaros azuis colorem o céu sempre
Neste céu feito à mão, nós esquecemos o tempo
Porque pássaros iguais voam juntos

Modelo ocidental
Magra, clara e alta
Miss beleza universal
É ditadura!
Quanta opressão
Não basta ser mulher
Tem que tá dentro do padrão

Não precisa ser Amélia pra ser de verdade
Cê tem a liberdade pra ser quem você quiser
Seja preta, indígena, trans, nordestina
Não se nasce feminina, torna-se mulher

Nós vamos juntos
Melhor que almas gêmeas, eu e você
Mudamos o clima, sim
Sinto calor em dezembro quando você está perto de mim

Você vale ouro todo o meu tesouro
Tão formosa da cabeça aos pés
Vou lhe amando, lhe adorando
Digo mais uma vez
Agradeço a Deus porque lhe fez

Ô, coisinha tão bonitinha do pai

Charmosa
Tão dengosa
Que só me deixa prosa
Tesouro
Vale ouro
Agradeço a Deus porque lhe fez

Fez do meu coração a sua moradia
Já é demais o meu penar
Quero voltar àquela vida de alegria
Quero de novo cantar

Vim, tanta areia andei
Da lua cheia eu sei
Uma saudade imensa
Vagando em verso eu vim
Vestido de cetim
Na mão direita, rosas
Vou levar

A gente se fala no olhar (no olhar)
É água de chuva no mar (no mar)
Caminha pro mesmo lugar
Sem pressa, sem medo de errar
É tão bonito, é tão bonito o nosso amor

Quando se viu pela primeira vez
Na tela escura de seu celular
Saiu de cena pra poder entrar
E aliviar a sua timidez
Vestiu um ego que não satisfez
Dramatizou o view da rotina
Como fosse dádiva divina

Tiago Iorc
Música Desconstrução ("Reconstrução", 2019)

Vestiu o drama uma última vez
Se liquidou em sua liquidez
Viralizou no cio da ruína
Ela era só uma menina
Ninguém notou a sua depressão
Seguiu o bando a deslizar a mão
Para assegurar uma curtida

Tiago Iorc
Música Desconstrução ("Reconstrução", 2019)

Espero aqui
Pra ver o sol nascer
E redesenhar cada curva tua
Cada curva tua
Deitada nessa cama

Tiago Iorc
Música Deitada Nessa Cama ("Reconstrução", 2019)

E quando penso
Que eu não quero nunca mais te ver
Vem você me aparece
Cheia de querer
Chega e beija minha boca
Faz um fuzuê

Tiago Iorc
Música Fuzuê ("Reconstrução", 2019)

Eu estou em uma festa que eu não quero estar
E eu nunca uso terno e gravata
Imaginando se eu pudesse fugir pelos fundos
Ninguém sequer está me olhando nos meus olhos
Você pode pegar a minha mão?

Não me importo que ela não me olhe
Não diga nada e nem saiba que eu existo, quem eu sou
Pois eu sei muito bem quem ela é
E fico contente só em ver ela passar

Sim, sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz

Quem tem consciência para ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem
Inventa contra a mola que resiste

Eu quero o amor
Da flor de cactus
Ela não quis

Eu dei-lhe a flor
De minha vida
Vivo agitado

Eu já não sei se sei
De tudo ou quase tudo
Eu só sei de mim
De nós
De todo o mundo

Eu tô fugindo mas é do pecado
Do abraço do diabo que quer me ver viver amargurada
É uma história de mar, onda e se inundou
Acontece que eu sei ouvir
E quando acabou, eu soube pra que eu vim
Tudo tão simples mas tô complicando pra sentir mais
Abrir mais, reconhecer paz, amor de mais
Quanto mais eu canso, mais quero cantar

Eu canto para que não haja espaço para a dor
Vivendo intensamente, sempre livre e consciente
O dia fica lindo se você tá na minha mente