Reflexões sobre Música
Quando te vi
Me mundo mudou de cor
Eu não era assim
A porta se abriu
Comecei a sorrir, sem saber bem por quê
A sonhar em te ver
Sou assim, goste ou não
Feche os olhos, escute a canção
Eu sinto o instinto
Eu vivo o momento
Eu voo bem alto, bem perto do céu
Quem eles pensam que são
Pra te apontar?
Não sabem da tua luta
Não entendem seu linguajar
Que haja flor no teu caminho
E no meu caminhar
Que a felicidade
Possa estar num olhar
Bota o dedo pro alto
E deixe os pés na raiz
No asfalto ou na favela
Quem não quer ser feliz?
Encontrar pote de ouro
No fim do arco-íris
Beber sabedoria
Se encontrar pra ser livre?
Eu quis ser tua namorada
Eu quis!
Eu quis te levar pra casa
Quis te dar um par de asa
Quis que andasse na calçada
Se cuida, amor!
Se cuida!
Pra essa sua distração
Não tirar seu pé do chão
Não deixe um trem te atropelar
Não deixe os sonhos murchar
Como esse amor murchou
E foi você quem deixou
Foi você quem não regou, amor
Enquanto minha estrela decola
Meu coração aterrissa
E eu choro sozinha
Naquele quarto que você disse um dia
Eu quero ficar pra sempre
Com Lampeão e Maria Bonita
A flecha atirei
Onde caiu, bradei
O céu relampeou
A chuva vai chegar
Meu corpo foi ao chão
Na palha pra curar
Lavei a alma e então
Me refiz na lama, vi pedra rolar
Dancei com a correnteza, me deixei pro mar
Eu sou o laço bem dado
Eu sou a flecha que voa
Eu sou o tempo fechado
O vento e a garoa
Eu sou o Sol que alumia
Que queima e que orienta
Eu sou um pouco de açúcar
Sou dendê e pimenta
Eu sou guerreira que canta
Encanta e vence a guerra
Eu sou o passo mais largo
Que já andou nessa terra
E comigo ninguém pode
Porque meu Santo é forte
E comigo ninguém pode
Porque meu povo é forte
Dizem que o amor é tonal,
Ouso dizer é anacrustíco…
Inicie-se a melodia,
Em tempos inesperados.
Talvez seja como uma escala complexa,
ou o sistema tonal oriental…
Cheio de nuances e micro tons
para se explorar.
Ou pode ser uma melodia de ninar,
dependendo da forma…
Aventurar em novos tons,
executar a melodia e compreender…
Qual o tom do seu tom…
Saber de cor é sabe de coração!
Assim como o Girassol se ergue quando a luz se espraia no horizonte
Que apesar dos conflitos, o corpo traduz o que a alma deseja!
Que o livre arbítrio trás o temor da escolha.
Que recordar é trazer de volta ao coração
A lembrança mais sagaz que liberta da ilusão.
Na vida tem mulher que se porta como flor!
Há quem acompanhe a trajetória do sol
Tem as que desenham as estações que estão por vir.
Há quem lance seu pólen pelo ar, e as que dançam nos campos do devir
Hora mulher, tu és flor! Só por isso me dá motivos pra sorrir...
Contemplação
Observo você:
Tem um encanto...
Algo distinto de todos.
Mas com um fragmento de mim.
Você transpira alma, música.
Seu jeito inspira.
Seu olhar paralisa, perturba,
deixa sem saber como agir.
O que dizer, fazer?
Meu pensamento insiste em voar:
Suponho sua boca na minha.
Quero sentir seu gosto bem lentamente.
Quero enroscar meus dedos em seus cabelos.
Olhar fundo dentro de você.
Perceber por alguns instantes que somos um só.
Quero me interligar a você.
Perceber meu coração bater dez vezes mais forte.
Quero viver essa emoção...
Te conhecer, te desvendar.
Me perder no momento.
Quero beber você, me deleitar.
Desse sonho eu não quero nunca acordar.
http://traducoesdopensamento.blogspot.com.br/2015/10/contemplacao.html
PONTO DE PARTIDA
Primeiro a gente casa com a alma!
Morada abstrata, onde nascem duas histórias.
Se tu queres começar, ora! Se tu queres morar, namora!
Edifica teu endereço, constrói tua memória.
Embasa na terra, alicerça o coração
Nada funcionará se não der asas à imaginação.
Percebes o que há na dança, na leveza, no falar...
Nas artimanhas do sorrir, nas entrelinhas do olhar.
Amor que ora, amor que mora, amor que aflora, namora.
Não te afliges pobre coração, logo serão dois em um. Às vezes demora!
Tu que vives na penúria, acalenta-te agora
Não chora!
Deves saber a cada dia o que há em comum
Que de longe são dois, e de perto são um
Que tu encontres na casa a alegria de viver
Se não casas com a alma, haverás de sofrer.
Baianidade.
Baiano é preguiçoso?
Não conheces um seu moço
Ou estais sendo leviano...
Se um baiano para de trabalhar
A vida [PARA] e o mundo – TRAVA.
Ele só vem quando a noite cai
Até parece um vampiro
De dia ele some,
De noite ele vem na sede
De dançar e de me beijar
Matei a saudade, apesar que neste segundo ela começa a florecer novamente. Revi quem amo, abracei, beijei, cantei com a música, fiz música, dei muita risada e em alguns momentos, lugar para lágrimas, senti o amor nos pequenos gestos, matei minha solidão de cidade grande, dormi até ouvir a voz da mãe pro almoço chamar, ganhei e dei beijinhos de boa noite, fiz novos amigos, revi antigos e encontrei quem eu achei ser amigo eterno, não me preocupei com o relogio, comi pra caramba, refleti, percebi que sou forte, vi um amor querendo renascer e me confundir, andei na estrada de chão junto da escuridão falando com Deus, joguei bola na chuva, me joguei nas poças d'agua daquela chuva que lavou minha alma, comi leite condensado, tomei banho demorado e no barro andei descalço, fiz tudo isso em três dias e sem ter um centavo! Ah como é bom viver amar e a Deus agradecer.
Obrigado meu Deus por ter me mostrado a importancia do ágape no coração e do sorisso nos lábios.
Diga menino levado
Porque, deixou de me amar
Fiquei sonhando acordada
Pensando que era seu par.
Fui perguntar as estrelas
Ao sol –até o Arpoador.
O vento trouxe a resposta
O meu amor me abandonou.
Nas notas de um samba triste
Eu abri meu coração
Traga de volta oh vento o meu amor
Para essa canção..
IPÊS
(Rayme Soares)
A natureza canta
A luz do sol ou da lua determina a clave
Da harmonia se incumbe, o acaso
Melodias brotam das escalas cromáticas
São notas musicais e zilhões de cores
Diante disso tudo...
Cabe a cada um de nós definir o ritmo
...e tocar!
A CAIXA
Dor...
Fique bem aqui, guardada
Dentro desta caixa
A caixa é escura e grande:
Grande o bastante para estar tão vazia;
Negra o bastante para o medo do escuro;
Silenciosa o bastante quando fechada.
Quando aberta é fatal!
Os gritos começam,
Provocando tamanha lástima.
Sempre a mesma música ao abri-la.
Aquela melodia chorada
Cada vez aberta, lágrimas
Rasgando a ferida.
Dor...
Não vá embora
Fique bem aqui, guardada
Dentro desta caixa
Ou quando abrirem-na
Não haverá mais nada.
Acordes
O maestro gesticulando Mozart enquanto a pianista, com toda sua delicadeza, se debruçava sobre o piano para arrancar suas notas. Ah se um dia eu conseguir acompanhar seus movimentos! Cada músico esperando a hora certa de pôr seu instrumento pra cantar, todos conectados, o universo estava naquele palco. E quando tudo parecia não poder melhorar, uma peça bastante desabitual de um brasileiro, em que, no mínimo de som dos instrumentos, eu pude ouvir todos as angústias e lamúrias do mundo. E vozes gritando, e sinos tocando, e um trem chegando à estação. O som cada vez mais baixo, fazendo com que morrêssemos junto, para no fim ouvirmos todo o barulho que silêncio pode fazer. E foi ali que eu nasci de novo.