Frases de reflexão para casais

'NASCIMENTO'

Noite turva.
Frio na espinha.
À Pátria mãe clamava atalaias,
rondas.
Trabalho em círculo,
andar cansativo,
mas significante em épocas de chuvas...
Lembro-me o olhar de tubarão,
serras pontiagudas,
escorpião.
E as tantas palavras vãs.
Não eras soldado,
mas capitão,
metralhando hediondos adjetivos...

Ser eletrocutado no desprezível,
exímio de chorume,
fuligem nos olhos,
teve significâncias no tempo.
Acolhi o que dissestes para crescimento.
E cresci infindavelmente,
não sabes o bem que fizestes...

Sem asas,
mostrastes o infinito.
Sem forças,
nascera um gigante.
Houveram milhares de noites,
e inspirei-me apenas naquela...
Lembro quando verbalizavas 'desmerecimentos',
'fracassos'.
Não sabes o volume,
tampouco o tamanho da medida.
Mas me levantastes naquelas palavras bem arejadas,
tão bem colocadas...

Engraçado!
Teu nome de guerra era 'Nascimento'.
Mal sabias,
do renascimento a cada palavra mal adjetivada.
Eras grande no momento para que eu galgasse o meu mundo.
Obrigado pelo nascimento,
caro amigo 'Nascimento'...

Hoje,
vi tua imagem,
com mãos ainda em formato de 'descansar'.
Ainda há tempo no moinho.
A vida dá voltas,
e o tempo nos ensina maravilhas....

Inserida por risomarsilva

'JANELA II' - [Fragmentos...]

Bebe-se uma tequila,
a fome é lembrar dela:
pobre vida!
Na madrugada ornamentando sequelas.
Recriando canções,
há de se sonhar com elas,
bravejando capelas,
sons oblíquos,
imensidão que não se vê.
A janela só tem sentido fechada...

Inserida por risomarsilva

'AMAR PORQUE...'

Quando se ama,
colhe-se as mais belas riquezas.
Doação sem trocas ou reparações...
Aprende-se [o eu] na mais bela essência.
Ser 'menos eu',
'mais doação'... .

Amar é,
não se importar p'ra vírgulas,
ou ponto final...
É despertar,
abstrato como o infinito.
Concreto na alma...
Amar é,
ter esperança,
bonança nas tempestades...

Sorriso,
quando tudo parece perdido.
Sinônimo de bem-querer...
Amar porque,
é dádiva.
É renascimento...
O amor e suas sementes,
plantadas em todas as estações.
Sem subjeções...

A finalidade do amor,
está nas pequenas ações.
Amar simplesmente por amar...
Porque é intrínseco aos humanos,
à moral.
Amar sem ser banal...
Amar mostra magnitude,
esperança e atitude.
Vamos amar até o final dos tempos...

Inserida por risomarsilva

'JANELA II'

A vida sempre leva,
o olhar p'ra vida aquarela,
janelas embaçadas.
Palco - pessoas cruas-,
não veem o clarão da lua.
Andam a despedaçar-se.
É o olhar circular,
"a vida pendurada na janela."
Corações crus,
fixados nas ruas desertas...

Bebe-se uma tequila,
a fome é lembrar dela:
pobre vida!
Na madrugada ornamentando sequelas.
Recriando canções,
há de sonhar com elas,
bravejando capelas,
sons oblíquos,
imensidão que não se vê...

Mudanças no tempo,
cancelando querelas.
Invisíveis nos olhos,
- a tal janela -.
E como se perdem!
Sem quê e sem porquês.
Ela tem atiradores,
sabor perspectiva p'ro mundo,
forma nas tempestades.
A janela só tem sentido fechada...

Inserida por risomarsilva

Ainda serei,
Esse 'poeta',
Tão chamuscado...

Cheiro de letras,
Peito apertado,
Criando ilusões...

Como os malabares,
Nas janelas,
Pendurados...

Abraçando letras,
Extraindo sequelas.
Vislumbrando sacadas...

Estradas criadas,
Amortecendo a ilusão.
Algodões em tigelas...

Faminto espalhando sonhos,
vida abstrata,
poeta...'

Inserida por risomarsilva

'MEU CORAÇÃO'

Meu coração, mar de indecisões. descompreensões e outras coisas que eu não entendo. Debilitado nas condições de amar. Relutante e inseguro como as pedras nas cachoeiras. Avistando abismos profundos. Preservando sequelas e outras enxurradas...

Meu coração, conflitante ao extremo. Sangrando palavras vãs. Mórbido nos limbos. Desencorajador de almas. Incógnita a relutar o futuro, vivendo à migalhas a cada manhã. Sou eco sem respostas. Existo? Não sei! Talvez! Só sei que, ser poço de indecisão, causa grande confusão. Ora sou eu! Ora não tenho horas para ser o que me pedem...

Meu coração, mórbido. Conflitante consigo. Tenta ser diferente, mas a verdade: é igual aos outros corações. Que deixam ser abatidos. Morrendo e parecendo ter vida. Corações sorriem e choram ao mesmo tempo. Sorrisos verdadeiros. Lágrimas escondidas. Coração é ter vida e se aproximar da morte a cada dia! É um pulsar, pulsando estranho. Tarântula escorregadia nos braços. Desprendendo veneno e revivendo o passado. Matando leucócitos enfraquecidos...

Meu coração tem flechas. Matando sonhos que acordaram para vida a cada lançar-se. Ter vida é ter coração. Voltados pra razão ou qualquer coisa que pareça papiros. As pessoas sempre falam nas coisas do coração, como se isso fosse tão banal. Que truculência esse meu amigão. Corroído sonhos, artista sem intenção. Decidi: não quero mais tê-lo...

É chegada a hora de viver, sem vitalidade ou órgão algum. Sou perecível desde que nasci. Não preciso de sequelas, nem de costelas para abrasar a dor. Quero um coração de verdade. Desses que a gente joga no rio. E espera ele fazer o percurso. Provisório como não saber do calendário, ou do dia santo que passou. É chegado a hora de pulsar, respirar outras intenções, pintas outros quadros, fotografar imagens reais, cobertas de razões...

Inserida por risomarsilva

'VIR DA LAMA'

O velho destino abraçando o pesar. Um filme à céu aberto e o prato bestial do meio dia. Ainda tenho mãe à tiracolo, seu colo aquecendo o frio no ônibus matinal. Milhares de fúteis paisagens. Quatro da manhã o garoto fez-se homem de idade. Não decorou sobrenome, apenas ruas paralelas, banalidades...

A vida parece autêntica miragem, microfilmes. Turvos dias, apenas! O estômago a embrulhar ecos. O riso solto em projeções, sem foco principal, reflexos. Infância corroída nos aluviões, perdido como pedras nos rios mais profundos. Os dias não têm porquês. Longe de raciocínios, tudo vem, meio, sei lá pra quê...

Casa de palha. Entulhos e panos ao redor da vida baldia. Que chatice! Hoje tem escola. Mas a barriga ainda ronca. Vazia de pretérito. Uma, duas horas. Sou mais meus carrinhos de latas. fico a Imaginar outros meninos, fartos à vontade, fazendo trajetória, futuro promissor...

Histórias sem leitores. Quase nada mudou! Apenas retrocesso. Do processo circular estagnado, definhando pessoas. Sou da lama, quem se importa? Tenho sonhos. Faço lúdica minhas memórias. Sou leitor de um mundo melhor. Inventor correndo na chuva, íngreme em chamas. Utopizante em vitórias...

Inserida por risomarsilva

Singular e exuberante como as flores que, preenchidas de sentidos para exalarem, deixam um perfume de beleza. Levada pelos ventos, e forte na sua essência...

Inserida por risomarsilva

'QUERER'

Queremos tantas coisas essenciais,
outras fúteis.
Todas são relevantes.
Custa-nos descobrir a linha que realmente queremos seguir.
Descobertas assolam.
É conveniente guardarmos a sete chaves,
não adianta extravasarmos o que talvez,
irá nos pertencer um dia.
O contíguo sufoca,
e a distância nos alimenta...

Temos mundos diferentes,
porém,
a direção é a mesma.
E seguimos...
Sem saber o que realmente queremos.
Sabemos,
mas fingimos com habilidade.
Que nosso eu extravase.
Que sufoque!
É isso que nos deixa parcialmente vivos: o querer que inquieta e o extenso caminho a prosseguir...

Quisera termos a ingenuidade dos loucos.
Sim!
Desses que não se importam com a chuva e o sol.
Uma loucura aparente,
para um mundo aparentemente louco...

Inserida por risomarsilva

'CALAFRIOS'

Permaneces aí prostrado,
herói.
Imortal tal qual meus poemas dormentes.
Anacrônico,
fiz setenta semana passada.
Fantasiando abraços,
crenças.
Destinos grisalhos,
sombra molhada...

Estrelas aportam teus fascínios.
Porém,
caem sem que percebamos,
devorando terras prometidas,
paralisadas!
Enérgico,
seguras meros destinos com as mãos.
Impelindo sonhos,
fincando o divã do alvorecer...

És letal,
ainda não sei!
Mas tenho calafrios na espinha dorsal.
E falo de amor usual aos tantos órgãos fatigados.
Recitando canções diurnas,
sou breve poema.
Épico paradisíaco.
Infernal...

Inserida por risomarsilva

'MURO'

Tenho uma casa com algumas janelas. Mas tenho em especial uma janela. É através dessa que observo profundo e genuíno as pequenas e grandes coisas da vida. Sentado ou reclinado, a vista parece imensa. Vejo mares, rios, lagos, grutas. Porém, na maioria das vezes, avisto uma parede de concreto. A parede é mesmo concreta! Já as tantas águas, eu as aprecio, coloco sobreposições para deixar os dias mais insinuantes e deleitáveis. Mas a 'parede', essa é diária. Tenho vontade de derrubá-la, pô-la ao chão. Comer alguns pedaços de tijolos. Esmiuçar o cimento inerente à minha visão limitada. Mas não tenho impulso, tampouco robustez para colocar uma parede tão bem acertada ao chão...

Mas hoje, meu olhar quotidiano divisou uma aprazente neblina e por trás dela, uma nuvem carregando pingos d'águas. As paredes do muro ficaram encharcadas. Pensei: - já que não tenho marretas, talvez um martelo resolva! E assim o fiz. O muro fragilizado, em poucos minutos transformara-se numa grande ruptura e destroços. A partir de então, pude ver através do mesmo que, havia um outro muro a ser quebrado. E levantando mais a visão, compreendi que havia dezenas de muros para serem derrubados. Foi então que cuspi alguns pedaços de tijolos e voltei novamente para minha visão, já embaçada por tantos muros, mas que agora, precisaria de um tsunami para que êxito eu tivesse nas minhas tantas derrubadas...

Inserida por risomarsilva

'SONHOS'

Nas noites veementes,
tenho você p'ra segurar-me à cama,
enroscando caminhos traçados,
novos atalhos...

Tudo será suavizado,
quando ampara-me aos teus braços,,
e as palavras sôfregas flutuarem,
cultivando metáforas...

Sonho letargias à amada invenção,
e tantos outros axiomas.
Descabidos devaneios,
ter-se tempo à uma nova paixão?

Não sei!
Tudo dura tão pouco.
Talvez - crianças roucas,
amores em vão!

Debruço o paisagismo na velha cama acolchoada,
e a alma,
já cansada,
retangular...

Quer imensidão,
Novos amplexos.
Arraigar o concreto.
Despertar...

Inserida por risomarsilva

'ANTES'

Antes,
o olhar cintilante.
Fitava noites sem despedidas.
Tudo trivial como às seis da manhã.
E os infinitos alvoreceres,
invadindo a alma sob a frágil porta fatigada...

Antes,
o corpo navegante.
Velejava as portas do mundo.
Aprendiz colecionando borboletas,
corridas de ruas.
Sem memórias nas mãos...

Hoje,
a vida dissonante,
desencanta sensações de outrora.
Espalha ruídos,
sentimentos perdidos.
Anseia-se banhos de chuvas,
abraços constantes,
areias no mar...

Inserida por risomarsilva

'TENHO FOME'

O café da manhã não compreende tua falta.
E o almoço,
mero esboço,
repulsa desagradável pelos olhos.
Mesa farta,
e tantos outros tormentos...

Olhar irreflexivo por entre a cozinha abarrotada,
limitada a devoções diárias,
exoráveis.
O estômago,
tritura os inacabáveis espectros ao anoitecer,
criando imagens repetidas...

Martírio zumbidos soando canções aprazíveis,
nuvens carregada pelos ventos.
Pássaros sem moradas,
novas melodias.
Sou sentimentos perdidos na sacada,
manhãs intermináveis...

Tenho fome do infinito,
do abraço colorindo a alma em descobertas.
Da voz suave que perfura uma vida nos seus mais imprescindíveis sentidos.
Fome de você,
transitiva,
aniquilando significados vãs...

Inserida por risomarsilva

'LIVROS'

Tenho livros trancados no quarto,
na sombra dos porta-retratos.
Em caixas escuras,
vagando nas ruas,
estrelas sem brilho,
perdido em armários...

Empoados pelo tempo,
a couraça das capas pouco se vê.
Eclodidos,
com meios-escritos.
Engavetados na ânsia de aplausos.
Inaproveitável nos seus mais belos sentidos...

Folheados pelas traças.
Folhas soltas lapidadas.
Sem interlocutores,
ou apercebidos.
Muitos extravios,
como a vida inesperada...

Inserida por risomarsilva

'SOLO'

Levanto o olhar e não avisto as frondosas árvores de outrora.
Apenas máquinas e homens subalternos.
Traçando suas trilhas sob o solo que os sustentam.
Dementes por destruição.
Com suas minas e pás causando tragédia,
catástrofes do homem ambição...

Sopeado por milhares de pessoas,
o cheiro da terra é infértil.
Estampando ser capazes de escolhas,
mas na verdade são apenas traços,
criados por uma cultura inventada e uma Terra transformada,
latente...

Um homem distorcido tenta se formar na tentativa que o equilíbrio retorne,
generoso como antes,
pré-histórico.
Porém,
no asfalto,
esboços brotam calor,
igual a um pedaço do inferno,
que fecunda a cada geração.
O solo já não é o mesmo,
respiramos evolução,
e o bordão são ciclos modificados,
mal arados,
sem deuses para proteção...

Inserida por risomarsilva

'ESPERA'

Mãos cruzadas e o olhar breve não vira a noite passageira,
desnorteada.
Ainda respiro a escrivaninha que não perdura.
Olhos intrigam as paixões que rodeiam.
Sou grito,
aflição.
Melodia sem compasso,
noites sem luar...

Mergulho expectativas sombrias,
avulsas.
Permuto passos que conspiram a ação do tempo.
Abraço palavras duradouras,
persistentes.
Tenho excelência pelo azul da aurora.
Relógios que não andam,
aguardos...

Tudo passa tão velozmente.
O coração imóvel ainda pulsa tua espera,
solidão.
Sou criança nas circunstâncias do tempo.
Respiro sequelas.
Murmuro abraços.
Dilacero interrupções,
proteção...

por Risomar Silva.

Inserida por risomarsilva

'BARCO'

Mundo sem continentes,
Fumaças de verbos.
O barco veleja sem linha de chegada.
Ventos sopram abrigos inexistentes,
Embriagando direções,
Satirizando lágrimas,
Velas chamuscadas...

Navegações sob escombros,
Tempo cerrado.
Razão devastada no entardecer.
À procura de tantos mares,
Terras submersas.
Sem tempo presente,
Sentidos microscópicos...

E o barco navega perpetuamente,
Sempre desvairado.
Levando os poucos homens solventes,
Sem almas,
Já cansados.
Á procura de abraços,
Uma ilha qualquer...

Inserida por risomarsilva

'SER PROFESSOR'

Ser professor,
é ser gigante.
Daqueles mirantes que veem o por do sol no infinito.
Força descomunal nos mares escaldantes.
Ensaios vários nos quadrângulos.
Investigador da essência dos homens.
Transformador de mundos...

Ser professor,
é ser explorador de mananciais a serem moldados.
Indagador das naturezas.
Na dor,
é um excepcional 'super humano'.
Com suas dormências,
melancolias...

Ser professor é ter passos largos,
talvez limitados.
Mas sempre em movimentos.
Poço de boas ações rigorosas e flamejantes.
Sorriso no rosto,
trabalho árduo,
Plantando vidas futuras...

Inserida por risomarsilva

'PAIXÃO'

Quando noites viram alvoradas,
e os dias crepúsculos.
Trilhas encontram-se sem planos,
corações colidem acelerados.
A harmonia da felicidade escorre pela face.
Reciprocidade no primeiro encontro,
nada forçado...

Quando os olhos discursam uma língua a dois.
E a vontade do abraço denota alimento.
Suspiros transformam-se delirantemente.
São paixões criando novos casulos,
sementes.
É a tortura dos enamorados à flor da pele,
sedentos na ausência do outro,
inseguros nos passos...

A paixão cria hifens,
ansiedades.
Terras inexploradas.
Mãos amparadas,
incessantes por juras de amor.
É a imaginação flutuando nos corações até então desconhecidos,
criando trama de futuros já traçados.
Quem sabe vidas,
novos escritos...

Inserida por risomarsilva