Reflexo no Espelho
Quando menos esperarmos o tempo terá passado e olharemos no espelho o reflexo de alguém que já fomos e não somos mais.
Nildinha Freitas
Reflexo interior
Diante do espelho não me reconheci
Quando viajei para dentro de mim
Lá então pode ver
Que eu não era quem pensava ser
Vagando nos pensamentos eu fico
Uma vida sem rumo eu vivo
Queria saber aonde ir
Tantas dúvidas parar de sentir
Olhei para o relógio
Os ponteiros se mexiam
Mas meu corpo parado permanecia
Então levantei e falei para mim
Que não iria mais viver assim
Alan Alves Borges
Livro No Olhar Mergulhei
MINHAS PERSONALIDADES
Em frente ao espelho, reflexos se desdobram,
Dois Nyckollas no mundo, dualidade que encantam.
Um rebelde audaz, na sombra ele caminha,
Enquanto o exemplar, na luz, reluz e brilha.
O trabalhador incansável, dedicação sem par,
Enquanto o covarde, receios a superar.
O romântico sonhador, coração a palpitar,
O realista pragmático, a realidade a encarar.
Nessa dança de opostos, na vida a navegar,
Dois Nyckollas se entrelaçam, sem se separar.
Numa poesia que tece os fios do destino,
A dualidade se revela, um enigma divino.
Na encruzilhada do destino, mais Nyckollas se desvelam,
Um aventureiro destemido, pelas estradas que revelam.
Explorando o desconhecido, sem medo do que há por vir,
Enquanto o cauteloso pondera, a decidir e refletir.
O Nyckollas artista, pintor de sonhos com cores mil,
Dando asas à imaginação, criatividade sem fim.
Enquanto o cientista, com método e precisão,
Desvenda os segredos da natureza, com dedicação.
Nessa constante metamorfose, na vida a dançar,
Nyckollas múltiplos se entrelaçam, sem se separar.
E na poesia que é a vida, a dualidade a encantar,
Um mosaico de experiências, a se desenrolar.
À Porta das Manhãs -
Fixei no espelho o meu reflexo, reparei
que p'lo meu rosto havia passado o tempo
mas não me reconheçi, não me encontrei
e apenas me invadiu um pensamento:
a vida fez-me parar à porta das manhãs
porque nunca fui capaz de ser o primeiro
a penetrar os sonhos em horas vãs
para conseguir ser um Ser inteiro!
No espelho pus a mão na minha mão
os dedos pareciam retesados, hesitantes,
nesse instante tremi, cai no chão
e lá estava eu como sempre, como dantes.
Senti medo, fel, solidão, fome ...
Noutro tempo, quando eramos os dois,
bastava chamar pelo teu nome
e desvaneciam o antes e o depois.
Quis partir, pus a vida sobre a mesa
com dor, amargura, sofrimento,
e quis morrer ali, tive a certeza
mas adormeci nesse momento.
Se já não posso estar contigo
ter de volta tudo o que foi nosso
embora ninguém oiça o que digo
chorar sobre este espelho ainda posso.
As redes sociais não representam o reflexo fiel da realidade, mas o espelho distorcido de nossos anseios e aspirações, pintando um retrato não tanto do que somos, mas do que desejamos ser.
Espelho dupla face
Refletir é o reflexo do eco de palavras que feriram
Refletir é renascer de pensamentos destrutivos
Refletir é sinônimo de mudança
Refletindo a imagem do espelho sob distorção.
No outro lado do espelho, onde a realidade encontra o reflexo, uma imagem única ganha forma. É nesse reino de infinitas possibilidades que reside algo especial e verdadeiramente magnífico: você. Um espelho não apenas reflete a aparência física, mas também captura a essência interior, a alma que pulsa em cada batida do coração.
Olhe atentamente para além das camadas superficiais do reflexo e mergulhe profundamente no que está em ti. Desperte a autenticidade que reside em seu âmago, permitindo que suas cores brilhem e se misturem em uma sinfonia única. Não se restrinja pelas expectativas impostas pelo mundo, mas em vez disso, abrace a liberdade de ser genuinamente você.
Nessa jornada pela autenticidade, você descobrirá que a verdadeira beleza transcende qualquer fachada construída pela sociedade. É nas pequenas peculiaridades e nas imperfeições que você encontrará a autêntica expressão de sua singularidade. Cada riso, cada lágrima, cada cicatriz conta uma história que é unicamente sua. Permita-se ser um livro aberto, revelando as páginas que compõem a narrativa da sua vida.
Deixe seu coração conduzir seus passos, abraçando a paixão que pulsa através de suas veias. Permita-se explorar e descobrir seus talentos ocultos, abrindo as asas da criatividade e voando para territórios inexplorados. Liberte-se das amarras do medo e da dúvida, confiando em sua própria voz interior como um guia confiável.
A autenticidade é um convite à conexão, uma ponte que une corações e mentes em um abraço acolhedor. Ao se permitir ser autêntica, você se torna um farol para outros navegantes que buscam sua própria verdade. Você irradia uma energia magnética que atrai almas afins e inspira aqueles que estão ao seu redor a se libertarem de suas próprias correntes.
No outro lado do espelho, onde a autenticidade floresce, a vida se torna uma dança mágica de autoexpressão. Você é a protagonista dessa dança, envolvida por melodias que só você pode criar. Seja corajosa e abrace a jornada de autodescoberta, lembrando-se de que não existe um molde único para o que está em ti.
Então, olhe para além do reflexo e abrace quem você é verdadeiramente. Deixe sua autenticidade brilhar, pois é nessa luz que você encontrará a plenitude, a felicidade e o propósito. Você é única, e é exatamente isso que o mundo espera e anseia.
O espelho carrega sobre seu reflexo a responsabilidade de revelar a imagem de alguém desconhecido por ele mesmo. Nesse momento percebe-se que temos a mesma característica, e a única coisa capaz de distinguir o homem vive apenas no íntimo da sua alma e que espelho nenhum será capaz de refletir, Caráter.
Inflexão de reflexos
Como ondulações causadas em um espelho d'água, a imaginação flui a partir do desejo.
Essas ondulações refletem infinitas possibilidades de existência, de criação e destruição.
Ondas carregadas do mais puro desejo de criar, transbordam realidades até que, no ponto de inflexão, um novo desejo surge, o de viver o que foi imaginado.
Neste momento, a consciência que pairava por sobre as águas do seu fluído imaginar, imagina-se no início do seu pensar, com vontade de vivenciar tudo o que sonhou e ainda assim, continuar sonhando.
Um paradoxo entre liberdade e auto-contenção, uma nova luz que brilha em meio as trevas, deixadas pelo vazio das memórias ainda não vividas e então um intenso desejo começa a ganhar forma através de fractais de matéria luminosa, atraídos pela intenção de experienciar uma possibilidade.
O mesmo e ainda assim, diferente. Novas memórias criadas através da experimentação de memórias realizadas. A coexistência entre o eu e o não-eu.
Os céus da imaginação continuam a se ondular infinitamente, enquanto que a matéria, ainda um puro desejo informe, unifica-se formando uma sutil projeção mental, uma ilusão, que quando confrontada ao limite, deixa de existir.
Insatisfeito com o não pertencimento em sua própria ilusão, escolhe vivenciar sua própria criação, desencadeando caos e ordem, decide elevar a criação ao ápice do conhecimento a fim de deleitar-se do prazer de uma companhia.
Com muita astúcia, desenha um ser semelhante a si e dentro dele define a existência de um paradoxo.
O masculino e o feminino, a atração e a repulsão, a construção e destruição. Mas assim como em si, em sua mais perfeita criação, também residia a solidão.
Então um se tornou dois, um espelho pra um reflexo, um todo complementar.
E assim a ilusão criada vivenciou o perfeito prazer, a não-solidão, até que as suas existências são postas a prova: deixar de ser quem somos pra nos tornar uma ideia de quem podemos ser.
A imaginação, agora inserida na criação, gera camadas infinitas de possibilidades e escolhas que podem ser materializadas através do desejo.
Uma ondulação que permeia a ilusão da existência, refletindo a infinita onda exterior de possibilidades.
A união entre a matéria ilusória e o divino.
Eis então a primeira escolha: ser mais!
E, ao almejar o infinito, reconhece então sua própria finitude. Paredes de ilusão que antes representavam liberdade, agora representam grades para sua percepção. Ao ser questionado sobre sua escolha, escolhe a amargura como resposta, semente que imaginou ao ressentir seus limites.
Um plano, regado a suor e sangue, começa a se desenrolar. Dois se tornam três, quatro, milhares, milhões, até que o criador desta ilusão decide vivenciar a ilusão que criara e assim, por um breve período, coexistem apenas as ondulações dos céus da imaginação, a ilusão da existência de possibilidades escolhidas e uma consciência singular que agora possui fractais de lembranças do futuro, do passado e do presente.
Novamente uma nova existência, nomeada, ilusória, mas tangível pela própria ilusão, percebe o amor, a fúria, a dor, a tristeza, a alegria e o silêncio.
Até que, desperto novamente no início, compreende o sentir e sente-se verdadeiramente vivo, vivo de tudo.
Ele então começa a compor, não mais um plano, mas uma música. Uma música capaz de tocar todas as possibilidades simultaneamente, onde cada existência representa suas próprias escolhas como vibrações melódicas do concerto cósmico.
Infinitas realidades vivas coexistindo, ainda sem interagir, até que o maestro, dotado de reflexos, diga: fim.
Como um espelho que distorce a imagem, o falso amigo cria reflexos distorcidos de nossa verdadeira essência, desencadeando mal-entendidos.
SOBRE MIM...
Hoje eu me olhei no espelho... não só para o meu reflexo, mas olhei profundamente para mim mesmo... e sabem o que eu vi? Eu vi um homem... não mais um menino, um garoto ou um cara. O reflexo não é mais o mesmo de um tempo atrás, algumas marcas apareceram, logico... o corpo também não tem mais a mesma performance. Envelheci sim, mas mais do que isso, amadureci.
Tempos atrás eu via, mas não enxergava como o tempo passou. Hoje sou mais maduro, tenho mais responsabilidades, cresci como ser humano. Consigo olhar o reflexo no espelho e ver que o tempo passou de todas as formas possíveis. E sou grato a isso, pois muitos que conheci não conseguiram chegar tão longe.
Já errei muito na vida, superei alguns obstáculos, mas hoje sinto que como ser humano, evolui bastante, apesar de ter muito a evoluir ainda. Traumas foram abandonados, medos foram esquecidos, pessoas entraram e saíram da minha vida... e a vida continuou.
Aprendi a pedir perdão, mais do que isso, aprendi a me perdoar. E é interessante olhar para o meu reflexo e lembrar todo o percurso percorrido, relembrar os bons momentos, falar dos problemas superados sem mágoas e entender como cheguei até aqui.
Seguir adiante é entender que as coisas nunca voltam a ser como foram um dia, é aprender que coisas boas e ruins acontecem com todos o tempo todo, vitórias e derrotas. É aceitar que o tempo traz sabedoria e conhecimento, mas cobra um preço, que é a juventude, que quando somos jovens, achamos ser eterna... Viver não é apenas sobreviver, é aprender, é evoluir, é vivenciar o dia a dia sem ter uma certeza de como será o futuro, pois o mundo gira e estamos em constante mudança.
Espero poder viver muitas coisas boas ainda, espero ter o privilégio de poder um dia contar com orgulho as minhas histórias, compartilhar as experiências boas da vida com as gerações futuras e continuar aprendendo coisas novas, evoluindo como ser humano.
Acredito ser essa a nossa missão na Terra.
Obrigado!
O que diabos está acontecendo comigo? Enquanto fito meu reflexo no espelho, sorrio, tentando esconder a agonia que me consome por dentro. Meu coração parece uma âncora, mas meu rosto é um disfarce perfeito, uma máscara de felicidade falsa. Eu continuo fingindo, mesmo quando a tristeza me sufoca, um espetáculo de hipocrisia, um sorriso de fachada. Às vezes, é mais cômodo fingir alegria do que explicar o porquê da minha alma dilacerada, o porquê dessa dor insuportável.
Fechei os olhos e somente agora, depois de alguns segundos encarando o meu reflexo no espelho, foi que notei que o tempo passou como um raio que surge entre as nuvens escuras que domina o céu em época de tempestade. Parece estranho narrar algo tão perceptível, mas o que me leva por essa narrativa tão profunda é a sensação de que nada mais importa, pois sinto que nessa linha do tempo, meus sonhos não podem ser considerados apenas fantasias, pelo simples fato do desacreditar de algumas pessoas que acham que estou vivendo apenas uma ilusão passageira, por mais nítido que seja essa minha ânsia pela conquista.
Eu sou
O espelho, não tem o reflexo de minha alma, de minha forma.
A mim não importa o que ele reflete, é só o tempo.
Sempre e ainda, sou o melhor de mim.
Enquanto houver a luz de minha razão, serei.
Não me importa os passos trôpegos. Não me importa a visão turva. Não me importa os olhares em reflexo de tua observação.
Ainda serei eu.
Respeito a forma que me vê.
Porém, não aceitarei perder a forma que me vejo.
Por isso, te vejo no teu melhor.
Se as suas palavras fossem ditas em um espelho, para o reflexo delas voltarem para você, e lhe causar uma reação de acordo com o que você diz. Como você iria ficar?
Alegre? Edificado? Triste? Assustado? Pasmo? Sensação de impunidade e injustiça? Repugnado?
(DVS)