Reflexão William Shakespeare
"Que doce som de prata faz a língua dos amantes à noite, tal qual musica langorosa que ouvido atendo escuta"
Que à união de espíritos puros
eu não aceite impedimentos.
Não é amor o amor
que muda quando mudanças encontra,
ou se curva a quem quer extingui-lo.
Oh, não! O amor é um marco eterno
que inabalável enfrenta as tormentas.
É a estrela de todo barco errante,
de brilho certo, mas valor inestimável.
O amor não é joguete do tempo, embora
ao envelhecer os lábios nos entorte.
O amor não muda conforme o dia e a hora,
mas chega inalterado até o fim dos tempos.
Se me provarem que isto está errado,
então nunca escrevi
nem ninguém jamais amou.
Quando jura ser feita de verdades,
Em minha amada creio, e sei que mente,
E passo assim por moço inexperiente,
Não versado em mundanas falsidades.
Mas crendo em vão que ela me crê mais jovem
Pois sabe bem que o tempo meu já míngua, Simplesmente acredito em falsa língua:
E a patente verdade os dois removem.
Por que razão infiel não se diz ela?
Por que razão também escondo a idade?
Oh, lei do amor fingir sinceridade
E amante idoso os anos não revela.
Por isso eu minto, e ela em falso jura,
E sentimos lisonja na impostura.
A suspeita sempre persegue a consciência culpada; o ladrão vê em cada sombra um policial
Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez.
Sobre todas as coisas, para que alguém se torne digno de confiança, tão certo quanto a noite sucede o dia, é preciso nunca ser falso consigo mesmo.
Ser ou não ser... Eis a questão.
Que é mais nobre para a alma: suportar os dardos e arremessos do fado sempre adverso, ou armar-se contra um mar de desventuras e dar-lhes fim tentando resistir-lhes?
Morrer... dormir... mais nada...
Imaginar que um sono põe remate aos sofrimentos do coração e aos golpes infinitos que constituem a natural herança da carne, é solução para almejar-se.
Morrer.., dormir