Reflexão sobre Mim
Tenho aprendido coisas que ainda estão vagas dentro de mim, mal comecei a elaborá-las. São coisas mais adultas, acho. Tem sido bom.
Não se prenda a mim, não se limite, não pare de olhar para fora. Daqui a pouco vai ser muito tarde, eu sei que é assim porque eu sinto isso.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso dos outros, tão mim-mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
Da sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.
Amigo pra mim é aquele que te coloca pra frente, que ajuda você a subir, e não aquele que te coloca pra baixo. O amigo tem que andar do seu lado, e não na sua frente e nem atrás de você. Se eu me torno antipática? Desculpe, o nome disso é amor próprio.
Sabe aquelas pessoas que ficam falando de mim e bisbilhotando minha vida? Pois é, elas me idolatram em silêncio! Confundem inveja com admiração... a inveja delas é uma forma intensa de me admirar! Não admitem... mas no fundo sabem da pura realidade! Que pena!
Às vezes, quando oro, é como se Deus estivesse em todas as partes, sempre perto de mim, tão perto que não digo amém. Dizer amém é como terminar uma conversação telefônica com Ele. Seria maravilhoso se, em vez de desligar o telefone, pudéssemos estar conectados sempre. Assim, cada vez que nos aproximássemos do telefone, escutaríamos Deus respirando do outro lado.
você teria ido sem mim
mesmo que eu não me atrasasse
você teria dito tudo aquilo
mesmo que eu não te ofendesse
você teria me deixado
mesmo que eu não propusesse
você faz tudo o que quer
mas sou eu que deixo tudo preparado
E assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque é assim que és e unicamente assim é que me queres e me utilizas todos os dias, e nos usamos honestamente assim, eu digerindo faminto o que teu corpo rejeita, bebendo teu mágico veneno porco que me ilumina e me anoitece a cada dia....
Não perguntavam por mim,
mas deram por minha falta.
Na trama da minha ausência,
inventaram tela falsa.
Teu olho bate em mim e logo se desvia, como se em minhas pupilas houvesse uma faca, uma pedra, um gume.