Reflexão sobre a Morte
E eu não pude me despedir de você ... Parece mentira que você se foi , que eu nunca mais o verei , nunca mais escutarei a sua voz me chamando .Lembro-me dos momentos em que passamos juntos e é inevitável que as lágrimas rolem . Poderia ter passado mais tempo com você , mais nunca na minha vida imaginei que você iria antes de mim , tão jovem! Pensava eu que nós ainda teríamos muito tempo pela frente , para rirmos , brincarmos e brigarmos também , afinal de contar é isso que os irmãos fazem.Meu irmão querido , que logo cedo não quis mais ser criança ,resolveu levar a vida com as responsabilidades de um adulto.Um menino cativante , falava com todos , sorria para todos , se fazia notar pela sua simpatia e carisma . Menino de muitos amigos...Ah meu irmão , eu rezei para que você crescesse e se tornasse uma pessoa de bem , para que você nunca se envolvesse com más companhias , mas eu nunca rezei para que Deus te livrasse de doenças ...e não me perdoo por isso!
Queria acordar e vê que você esta aqui , mais eu já dormi e acordei e nada ...Rezo a Deus para que você esteja em paz e feliz.Para que você esteja bem .Prefiro imaginar que você apenas foi para outro lugar e que continua vivo como sempre .
Sua partida , foi inesperada , dilacerou meu coração , peço a Deus forças para continuar a viver , não sinto vontade de nada , mais a vida me empurra para frente , pois , não sou apenas eu , tenho que cuidar dos meus , os meus que você tanto amava...E é por isso que eu estou seguindo ...Vou seguir e vou levar você para sempre comigo , como sempre levei , nos meus pensamentos e orações , até o dia em que Deus permita novamente o nosso encontro.
em simbologias um dom
no amor um norte
na nossa vida o escuro tom
de ter sempre que contar com a sorte
nas correntes a força
e na voz uma cançao
a boca que tanto se abria
hoje é o silencio que tira minha atencao
o amargor da imobilização
ou o triste ardor do vento
no peito leve e breve
uma palha do meu talento
julgamentos a parte de 6 vezes
36 a 38 Lucas ja dizia...
leia com amor
e viva com armonia
minhas palavras não são limpas
sao como um andarilho a luz da lua
mendigando o minimo de atenção
e sofrendo enquanto a vida continua
um timbre grave
uma voz forte
um filme na mente do juiz
e em seu apito ecoa a morte
a morte daquele tolo
que um dia me fiz
Procurando na saliva o Consolo
Porem ate hoje nao sendo feliz.
Não espere aquela pessoa que você ama morrer pra dizer tudo que tem vontade, pra dizer o quanto ela é especial, o quanto ela te faz bem, o quanto ela te irrita, o quanto você sofreria se ficasse sem ela... Aproveite porque depois da morte essas palavras não terão efeito algum na vida dela... Afinal ela já se foi...
Onde está minha salvação?
Eu fui cuspido aqui de qualquer jeito
E então me deixaram ser diferente
Meu clã está morto
Em meus sonhos eles correm sobre a água
E eu encaro a distância quando eles afundam
Conto os dias em que tenho me sentido um fantasma
Mas eles dizem que é mentira
Que uma espada não pode cortar uma alma
Dito que é verdade
Eles dizem que o oceano vai cair
Oh, eles dirão tudo
E eu caminharei pra sempre por aqui
Fora de seus limites
No lugar onde ninguém pode ver
No lado após a linha da realidade
Eu perdi meu tempo dormindo
Enquanto todos caçavam seus destinos
Foram mortos pela morte
Mas eu fui feito pra restar
Nascido pra achar o que perdi e perdê-lo outra vez
Acho que estão escrevendo o último capítulo do livro de minha vida. Preciso enganar que valeu a pena.Kkkkk...
Se eu soubesse qual seria o último dia da minha vida, eu faria três coisas. Infelizmente não posso compartilhar isso com você. Desculpe!
Muitos podem ter lhe esquecido e não os culpo. É preciso amor sincero e verdadeiro para sobreviver após a perda. É fácil amar o que se tem por perto. Difícil é amar o que já não se toca, não se vê, mas se sente com tal intensidade que chega a doer o coração. Amei você nesta vida e amo você além dela também.
Por que as pessoas buscam sempre simplificar as coisas? Tudo bem a foto ser entendida como resultado final de alguma coisa, ou mesmo um recorte ou congelamento de um espaço do tempo, mas é só isso?
O ato de fotografar algo não é começo ou fim, mesmo que seja o fim ou o começo. Antes de fotografar é preciso reconhecer os elementos, ter por conta própria um entendimento de vida, de mundo, de espaço. É fácil fotografar com intenção de registrar apenas, fazer-se prova de que esteve como testemunha daquele tempo. Difícil é levar as pessoas a lerem imagens sem saber ler imagens, levá-los por um instante a questionarem algo nem que seja a si mesmo, transformar uma fotografia impressa, algo material, um fim como queiram em sentimento.
Não terei mais medo.
...nem do nada, nem do tudo,
nem do que está entre o tudo e nem do que está entre o nada,
nem do que está para além do tudo e nem do que está para além do nada.
Porque tudo o que existe aí, é Fé.
Quando se evolui na divina arte - a música - já não compomos mais, a altura dos dedos, dos acordes que conhecemos, mais sim, a altura do SOM.
É certo que essa vida é passageira. Principalmente para aqueles que como eu, já vêm o prazo de vida útil reduzida, pré-estipulada pelo fabricante.Rs rs rs...
Há quem tome tanto café, que depois de morrer, nem ao menos será cremado. Mas devidamente torrado, moído e empacotado a vácuo.
É estranho pensar em como a vida é frágil e como nós, mesmo sabendo disso, não aproveitamos as oportunidades que ela nós da de criar mais e mais lembranças...e então, em um instante tudo muda e simplesmente não há mais nada que possamos fazer...apenas lamentar...
Deixar partir...
Ante o sofrimento daqueles que amo, quando todo o possível já tiver sido feito, por amor eu clamarei, não sofras mais, de nada adianta ver definhar alguém que amo, rogarei a Deus a libertação das amarras que a matéria simboliza.
A morte física é prenúncio de uma nova vida, verdadeira e plena, afinal, o que nos impede de continuarmos nos amando?
A ausência não deve nos remeter à dor sem fim, ao vazio ou ao desespero do não desapego.
Sentiremos a falta um do outro em todos os cantos por onde tenhamos andado, revivendo nossos cheiros, afagos e nossas lágrimas compartilhadas.
Permanecerá vivo o sabor de nossos lábios.
Ao lembrarmo-nos do mar, do por do sol, e daquela vez em que a chuva repentina nos fez correr às gargalhadas teremos a certeza, será egoísmo não deixar partir.
Para que prolongar um sofrimento sem razão?
A escolha não pertence a quem quer sair de cena na frente, ao chegar à nossa finitude que saibamos estar com aqueles que mais amamos, os que nos antecederam e os que ainda precisam continuar.
Compartilharemos nossas lágrimas mais uma vez, sem desespero...
Ana Julia...
Ana Júlia já percebera em seu corpo alguns sinais do tempo, as mulheres são mais atentas, normalmente cuidam-se mais, mas suas mãos evidenciavam o que os afazeres de todos os dias vinham adiando, ter a consciência de que anos se passaram.
Sem saber ainda porque, em plena manhã de domingo, esse olhar mais atento para essa parte de seu corpo fez com que pensasse em como estava sua vida frente aos planos de sua juventude, quando imaginava para si um mundo sem limites e uma certeza de que poderia ser e fazer o que quisesse de sua vida.
Estava só, o esposo e as três filhas, jovens adultas, haviam saído para fazer algumas compras necessárias para uma pequena viagem de fim de semana numa casa de campo cedida por amigos.
Um pouco confusa com essa inquietação aparentemente sem motivo buscou em uma gaveta da cômoda uma delicada caixa de música, cuidadosamente guardada, ainda envolvida em tecido aveludado.
Mesmo sem acionar o mecanismo daquele relicário ouvia a suave música a tocar, lágrimas e uma intensa tristeza a envolveram no mesmo ambiente onde crescera e presenciara a lenta agonia de seu pai, época em que a tuberculose assombrava as famílias.
Nunca o perdoara pela vida boêmia e descuidada que o afetara e também à toda família, só não ficaram sem um teto porque a casa era fruto de herança de sua mãe, que mantinha o básico lavando, passando e costurando roupas para famílias de posse das redondezas, logo que aprendera Ana Julia também participava desse ofício.
O que mais a incomodava naquela época era a postura de sua mãe que, em muitas das noites que passara acordada preocupada com o marido, ficava em oração sem reclamar e de onde se abastecia de toda a energia de que precisava para continuar.
Ana Julia ainda mantinha vivas as lembranças das várias madrugadas quando, acordada e envergonhada, ouvia o pai entoar músicas ininteligíveis, enquanto era uma vez mais carregado pelos amigos da noite casa adentro, com as vestes sujas e cheiro forte de bebida, Ana Julia, observara incontáveis vezes daquele quarto sua mãe, gentil e resignada, o acolher e o acomodar como podia no surrado sofá da sala.
Durante anos e inúmeras noites em que a mesma cena se repetia sua mãe com o passar dos anos adoecera, e, enquanto seu pai estivera vivo, ela, com o que lhe restava de forças, dele cuidava sem reclamar.
Logo após o falecimento de seu pai sua mãe também se despediu de sua vida de entrega e amor, em seu leito Ana Julia a questionara uma única vez, porque permitira tanto sofrimento e humilhação sem reagir ou reclamar, em resposta ouvira, “sempre soube que você esperava uma reação minha, me perdoe, chegará o dia em que você entenderá”.
Ana Julia buscava ainda a compreensão de tanta abnegação, doação e amor em meio à doença, restrições e vergonha ao longo de tantos anos com o consequente afastamento da maioria dos familiares e amigos.
Finda em sua mente a música suave e delicada, com mais atenção olhava para a caixa de música e relia uma frase por seu pai gravada, “Meu amor me perdoe por todo o sofrimento que te causarei”.
Sua mãe fizera uma escolha consciente, sabendo o que enfrentaria na vida ao lado do companheiro que amava.
Iguais à ela quantas pessoas mais possuem essa força que, para quem está de fora observando sem compreender, beira à loucura, à baixa autoestima e ausência de amor-próprio?
Ana Julia, logo após a morte de sua mãe, decidira que não repetiria aquela história e hoje ainda busca a sua resposta, “...chegará o dia em que você entenderá”.