Reflexão sobre a Morte
Adão
Pai Adão, mãe Eva!
Porque a morte escolheste!?
Estado de vida perdeste.
Vós, filhos vossos, toda a terra
Ai se mal, não escolheras!
Também, eu mal não tivera...
Neste imundo ser.
Que o bem, fazer não quer.
Mas sabei vós filhos de Eva!
Que nossa morte,
Vitória não tivera!...
Porque vencida, a vencera,
Jesus, Deus forte!...
Que virá, é e era!...
Se as aguas do mar da vida quiserem te afogar,se pelo vale da sombra da morte, você tiver que andar; não temas meu irmão, minha irmã,porque quem te guarda é o Leão da tribo de Judá.
Tocando minha boiada enfrentei os perigos da estrada, no sertão selvagem e deserto vi a morte de perto, enfrentei vacas brabas, fugi de cornadas,coices e chifradas, lacei muitos bois xucros na invernada, mas não fugi do laço de uma Mulher apaixonada.
Siga adiante, vá deixando pra trás a vaidade e a morte, não seja arrogante alegando personalidade forte, peça perdão quando chegar a sua vez, inflexibilidade no coração é estupidez.
A morte sempre esteve muito presente para mim, já me imaginei do outro lado, caminhando em uma manhã cinzenta e chuvosa.
Se por algum motivo, você descobrisse o dia da sua morte, sem segunda chance, sem acréscimo, o que você faria de diferente? Você está vivendo de forma correta?
Penso na morte com frequência, ela tem algo misterioso, me intriga, não que eu queira tirar minha vida, não mais. Não tenho dúvidas que existe algo do outro lado, que a vida é um percurso, uma trajetória findável. Sim, estou ancioso para esse dia, que pode ser amanhã, ou daqui 50 anos.
Enquanto você dorme, o tempo passa e a morte se aproxima. Não me preocupo com ela, pois a morte é um fato, me importo em ser lembrado, não ser famoso, mas ser lembrado, por ter tido uma vida digna e que de alguma forma, fiz minha memória ser relevante, a ponto de fazer falta.
“A escrita é a forma mais bela de vencer a morte: sua voz continua a falar, mesmo que o autor descanse.”
Ainda vou andar muito sozinho
Estas ruas ainda não conhecem minha sola
A morte ainda passará bem mais de perto
Do que das outras vezes
Ainda vou dormir num cantinho
Verei o sol nascer no seu todo
Nesses dias não haverá nada sobre mim
Os que em outros tempos me viram dirão
Não pode, é ele!?, é ele?, não pode
E nesses dias, os meus ainda existirão
Perguntando-se, "onde ele estará ?"
Sem exatidão
Pois continuarei mudo e indiferente, como se com eles não me interessasse
Ainda serei uma vagabundo
Estarei em sítios
Que só por não saber não cito
Mas, dessa vocês devem se lembrar:
"Quando esses dias chegarem e eu me afastar, até desaparecer, se de mim essas terras, esse céu, esse universo. Tiver piedade e não me levar
Eu vou voltar
Lembra-te do que em tempos me pediste
Porque eu vou dar
Sim, eu vou dar
Porque até lá eu terei pra dar
E aqueles que ficaram, não me esqueci,
Lembrem-se vou voltar
Voltar e vos levar
Levar pra onde prometi
Pra onde em tempos pediste
Não sei se será assim
Mas sei que serão tempos negros
Tempos negros...