Reflexão sobre a Morte

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⁠A vida é construída a partir da morte de outra vida. Se está disposto a matar, então tem a obrigação de comer.

A morte é mais reconformante do que o amor não correspondido.

Às vezes a origem do bem produz o mal, no mesmo lugar em que nasce a vida se cria a morte; as coisas que são contrárias no fim, às vezes são as mesmas no princípio.

Schopenhauer disse que depois da morte seremos o que éramos antes de nascer e tentou provar que só pode haver um nada.

A morte só pode causar pavor àqueles que não sabem como preencher o tempo que é dado para viver.

Atrasar a morte é um dos meus passatempos favoritos.

O Ministério da Saúde adverte: Praticar o bom humor evita fadiga, estresse, encrencas e até mortes.

Contemplar a morte sempre me leva de volta ao amor.

bell hooks
Tudo sobre o amor: Novas perspectivas. São Paulo: Elefante, 2021.

Os meios de comunicação são ao mesmo tempo nossa salvação ou nossa morte. Gosto de pensar que são nossa salvação.

David Bowie
COPETAS, Craig. Beat Godfather Meets Glitter Mainman: William Burroughs Interviews David Bowie. Rolling Stone, 28 fev. 1974.
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Se me amas, não chores mais!

A morte não é nada.
Apenas passei ao outro mundo.
Eu sou eu. Tu és tu.
O que fomos um para o outro ainda o somos.

Dá-me o nome que sempre me deste.
Fala-me como sempre me falaste.
Não mudes o tom a um triste ou solene.
Continua rindo com aquilo que nos fazia rir juntos.
Reza, sorri, pensa em mim, reza comigo.

Que o meu nome se pronuncie em casa,
como sempre se pronunciou.
Sem nenhuma ênfase, sem rosto de sombra.
A vida continua significando o que significou:
continua sendo o que era.
O cordão de união não se quebrou.

Porque estaria eu fora dos teus pensamentos,
apenas porque estou fora de tua vista?
Não estou longe,
Somente estou do outro lado do caminho.
Já verás, tudo está bem.

Redescobrirás o meu coração,
e nele redescobrirás a ternura mais pura.
Seca as tuas lágrimas e, se me amas,
não chores mais.

A morte do pudor acaba por gerar o desinteresse pelas mulheres.

A morte é que está morta
Ela é aquela Princesa Adormecida
no seu claro jazigo de cristal.
Aquela a quem, um dia - enfim - despertarás...

E o que esperavas ser teu suspiro final
é o teu primeiro beijo nupcial!

- Mas como é que eu te receava tanto
(no teu encantamento lhe dirás)
e como podes ser assim - tão bela?!
Nas tantas buscas, em que me perdi,
vejo que cada amor tinha um pouco de ti...

E ela, sorrindo, compassiva e calma:

- E tu, por que é que me chamavas Morte?
Eu sou, apenas, tua Alma...

"Não devo ter medo. O medo mata o pensamento. O medo é a morte antecipada que nos aniquila. Hei de encarar meu medo, deixar que ele me perpasse, que me atravesse, e quando houver passado, olharei bem dentro de mim para conferir seu trajeto. Por onde passou o medo, não haverá nada… resto apenas eu."

"O mais terrível não é a morte; mas a maneira de viver."

"A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.”

"O que você diz ( fala) pode salvar ou destruir uma vida; portanto, use bem as suas palavras e você será recompensado.” –

⁠Que bons ventos levem quem não presta! // Livro: A dança da morte

O arranco da morte

Pesa-me a vida já. Força de bronze
Os desmaiados braços me pendura.
Ah! já não pode o espírito cansado
Sustentar a matéria.

Eu morro, eu morro. A matutina brisa
Já não me arranca um riso. A rósea tarde
Já não me doura as descoradas faces
Que gélidas se encovam.

O noturno crepúsculo caindo
Só não me lembra o escurecido bosque,
Onde me espera, a meditar prazeres,
A bela que eu amava.

A meia-noite já não traz-me em sonhos
As formas dela - desejosa e lânguida -
Ao pé do leito, recostada em cheio
Sobre meus braços ávidos.

A cada instante o coração vencido
Diminui um palpite; o sangue, o sangue,
Que nas artérias férvido corria,
Arroxa-se e congela.

Ah! é chegada a minha hora extrema!
Vai meu corpo dissolver-se em cinza;
Já não podia sustentar mais tempo
O espírito tão puro.

É uma cena inteiramente nova.
Como será? - Como um prazer tão belo,
Estranho e peregrino, e raro e doce,
Vem assaltar-me todo!

E pelos imos ossos me refoge
Não sei que fio elétrico. Eis! sou livre!
O corpo que foi meu! que lodo impuro!
Caiu, uniu-se à terra.

Isso é parte do que eu gosto no livro, em alguns aspectos. Ele retrata a morte com sinceridade. Você morre no meio de sua vida, no meio de uma frase.

As rosas brancas, agora manchadas de sangue, completando a bela imagem da morte em sua melhor face. O amor. Uma forma de morte. Uma forma de morrer. Uma forma de matar. Mata-se por tão pouco. Morre-se por tão pouco. Por que não por amor? As rosas apodreceram, o sangue secou. Talvez nada tenha restado ali, talvez não para olhos superficiais. Talvez aquele amor nem tivesse existido, talvez não tivesse tido tempo para isso. Mas eles tentaram. Tarde demais, mas tentaram. Como dizem? Nunca é tarde demais.

O sono é primo da morte