Reflexão sobre a Morte

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A morte faz parte da vida. É a parte mais triste, mas também é muito importante, pois nos dá a chance de lembrar o quanto nossos entes queridos significam pra nós. Por isso, mesmo sendo triste, ainda pode ser bela.

"⁠antes que eu morra a morte virá me buscar"

⁠Estou sentindo o gosto da morte sobre meus lábios , não sei se vou aguentar , e triste ter que ver tudo indo por água a baixo , nessa vida não se leva nada , apenas as memórias , que dor sinto muita dor lembranças machucam mais do que apertar o gatilho , em breve não estarei mais aqui.

⁠Você diz que morreria por amor , mais não sabe nada do amor e não entende nada da morte.

⁠A pior coisa da Morte
Não é a morte em si
Faz parte da vida....
O que me assusta é a
Solidão...
Precisamos cultivar
Sem orgulho ou vaidades
As verdadeiras amizades
Muitas vezes nos isolamos
do mundo.
Por algumas decepções..
Trazendo de verdade algumas desilusões....
Morrer sozinho e esquecido
É muito triste.....
Aprenda a cultivar os seus amigos
Dê valor a quem gosta de você
Não temos como viver sozinho no mundo..
Precisamos um dos outros até para morrer...

⁠A doce presença da morte
Não havia sinais que aquele seria o último dia dela, a manhã foi como todos as outras, levantou-se, lavou o rosto, preparou o café e foi trabalhar, nada indicava que aquele seria seu ultimo dia na terra dos vivos. Ela trabalhou como nunca, deu todos os telefonemas necessários, resolveu todas as pendências e foi pra casa no final do expediente e seguiu o mesmo caminho, mal sabia ela que naquela curva da avenida com uma rua qualquer, alguém fecharia os cruzamentos e bateria no seu carro, encerrando de vez o seu dia tranquilo e monótono. Se ela sofreu não se sabe, o que deu pra ver é que seu semblante era de um trabalhador cansado por um dia de trabalho exaustivo, 40 horas semanais, sem ir ao cinema, teatro, barzinho, sem tempo pra se divertir ou cuidar da família ou amigos, rosto de quem nunca teve tempo para viagens e bobagens deste tipo. Ninguém prevê os instantes, talvez se ela soubesse que seria seu último dia, ela sairia cedo do serviço e visitaria sua família ou faria algo que sempre quis fazer e nunca pode fazer por falta de tempo. Não dá pra mudar o momento, mas tudo seria diferente se ela soubesse antes que a vida pode ser mais leve, só dependia dela dividir os fardos. Descanse em paz, dizia a lápide dela.

A nossa cultura não nos instrumentaliza para lidarmos bem com a morte. Na verdade, a gente lida mal com a educação sentimental como um todo. Somos criados em um sistema que menospreza os sentimentos. A gente vive na barbárie. Somos profundamente carentes de ferramenta para trabalharmos as emoções.

Rita Von Hunty
AMARAL, Denise Meira do. Rita Von Hunty: Consciência de classe com humor. Tpm, 20 jan. 2021.

⁠Diferente da morte, o tempo segue em frente. Aqueles que ficaram parados com o tempo também seguem em frente... a menos que estejam mortos.

⁠Passei por aquela rua que disseram ser perigosa. Ali, fiquei esperando a morte.

Há uma hora propícia ao arrependimento: a da morte, quando já não é possível nos arrependermos dele.

Carlos Drummond de Andrade
O avesso das coisas: aforismos. Rio de Janeiro: Record, 1990.

A morte... A vida... Totalmente contrárias, mas a vida é dada à nós, a morte chega para retira-lá.⁠

Uma morte boa só vem depois de uma vida boa.

⁠UM POUCO DE MIM
Certa ocasião escrevi sobre a morte e reportei que a mesma era uma questão de opção. Na mesma senda, nossa vida também é repleta de oportunidades. Hoje, dia que para mim é como qualquer outro, apesar de estar encerrando mais um de tantos ciclos, reflito o que consegui conquistar e, sem qualquer sombra de dúvidas, primeiramente, a dignidade de estabelecer objetivos: escolares, familiares, fraternais, amorosos, de trabalho, projetos, enfim, aquilo que dependa de mim. Não me entendam como uma “mônada” isolada, que se julga capaz de conquistar o universo tateando sozinho na sua escuridão. Bem certo de que a solidão nos remete à reflexão, entretanto, as ações que mais nos permitem a evolução são aquelas que envolvem objetivos e ensinamentos coletivos. Apesar de ter o rótulo do filho mais folgado, nem sempre as coisas foram fáceis, ao que agradeço às orientações deixadas por meus pais, exemplos de superação, sonhos e realizações. Comparadas às provações que a vida lhes apresentou, deveria dizer que não tive sequer um grão de areia como obstáculo, em face do deserto pelo qual os mesmos tiveram que superar. Para tanto, família, trabalho, obstinação e amor, auxiliaram a matar a sede para a travessia. Aliás, quem caminha sedento e, a conta-gotas, com paciência e obstinação, vai buscando energias para chegar ao oásis, bem sabe que este é um caminho sem fim. Ao longo desse intervalo terreno, muitas situações inusitadas já passei. Várias “picadas” foram abertas nesse andar, muitas, deixando “grosseiras” provocadas por alguma aroeira no caminho. “Enxertos” desafiando as relações da própria natureza, como dar uma mãe (“Vaca Chaleira”) a um terneiro órfão (Takamanakira). Outro dia conto mais sobre isso, com detalhes. A tarefa diária, antes do “colégio”, não era lá das mais admiradas para um guri de parcos anos de idade – nem se fale nos dias de geada -, contudo, ao mesmo tempo, mostrava avanços inexplicáveis naquela relação que nasceu resistente, usando-se, inicialmente, a força de “acessórios” como cordas (sogas), maneias e palanques, até que um simples acompanhar daquele ritual mágico, se transformava em uma bela cena de total adaptação e, porque não dizer, evolução.
Afinal evolução de quem?
Nesse caminho vi nascer flores dos braços de minha mãe que, a malho, ferro e fogo, cortava e moldava arranjos que, mais tarde, eu via desfilar em bailes nas cabeças e vestidos de muitas “moçoilas” de minha geração. De alguma forma, eram “essas flores” que garantiam a minha presença em alguns desses eventos festivos. Muitas outras flores e projetos vi enfeitarem a vida dessa “jardineira”, o que daria um livro que não me atrevo a, sequer, principiar. O meu pai, por sua vez, altivo, nunca, jamais, me deixou sem amparo nos momentos mais difíceis que a adolescência insistia em “me aprontar”, mesmo acidentes que envolviam alguma “remontagem” material. Sabe-se lá se eu teria ou terei com meus filhos a mesma tolerância. Caso eu falhe, certamente, não estarei seguindo as diretrizes que me foram confiadas.
Seguimos lutando para vencer cada obstáculo!
Aos meus amados irmãos, agradeço a conjunção de esforços, de todas as formas: física, espiritual, material, emocional etc. Até mesmo às acaloradas brigas, onde sempre levava a pior, pois os “cascudos” vinham em cascata, dos maiores até o menor - no caso - eu mesmo! Aprendi muito e, como já ouvi dizer, vivi na “folga” em relação a muitos percalços ou carências que talvez tenham tido mais do que eu. De qualquer sorte, mais “liso” ou não, tenho a convicção de que fui “curtido” nessa santa troca de cumplicidade, desde as “pescarias” capitaneadas pelo pai, onde eram transformadas em “engenharias de aramados” que acabaram “tramando” homens de verdade! Obrigado a todos vocês: Pai, Mãe e meus Irmãos!
A lição disso tudo: “cultura”! Tanto a do cultivo da terra quanto do campo das letras; em ambas a arte da semeadura, da plantação, do cuidado, do controle das pragas e das rezas elevadas ao alto.
Graças aos exemplos que tive, sempre traduzo cultura como forma de comunicação, não só através de um modo eloquente e rebuscado, mas aquele em que se adapta ao meio onde estejamos, permitindo que haja entendimento: desde um diálogo com um heroico peão de estância, até o mais refinado desembargador em algum tribunal desse país.
Com essa “grande bagagem”, tive o alicerce seguro para sair de casa aos 14 anos, morar “sozinho” com meus irmãos, saindo dos braços de um lar, buscando um horizonte que dependesse somente de mim. Saído de uma escola onde a religiosidade era o mote central para a realidade de uma escola pública que, logo em seguida, emendei com o sonho de uma faculdade de direito, também pública.
Os amigos: onde teriam estado? Em tudo que me move! Os verdadeiros! Os de ocasião, nem os contaria!
Claro que nominá-los seria um desrespeito! Entretanto, a força motivadora desse laço extenso e infinito que se chama amizade é uma das insuperáveis demonstrações da presença de um Ente Supremo.
O mais incrível de tudo isso é que olho para as décadas que passaram e tenho a alegria de registrar que muitos amigos, de longa data, permanecem no meu convívio diário, que distância ou tempo nenhum separam. Outros tantos, agregaram-se nesse rol com uma intensidade que os coloca como partícipes das amizades que parecem transpor nossa própria existência terrena.
Até mesmo aqueles que partiram para o oriente eterno, tenho sempre vivas as lembranças boas e até passagens tragicômicas, que me fazem rir da vida quando ela nos apronta!
Acadêmicos, colegas de aula, colegas de especialização, de mestrado, colegas de trabalho etc. Nossos rastros ficaram vivos em cada lugar que passamos.
Aqueles que, eventualmente, não consegui agradar, tenham em mente que nunca tive como desiderato de vida fragilizar a vida dos outros, nem mesmo em pensamento.
Toda discussão que envolve rotular as pessoas procuro passar ao longe, pois sou adepto da discussão de ideias e não de preconceitos!
Porém, na lição de Confúcio, em os Anacletos, um aprendiz indagava ao mestre: uma injúria se paga com uma boa ação? Ao que o mestre respondeu: uma injúria se paga com retidão, afinal, com o que se pagaria, então, uma boa ação?
Nesse contexto, faço breve conexão sobre o perdão, que é algo salutar, em certa medida. Todavia, o perdão reiterado pode significar conivência, acabando por ceifar uma oportunidade daquele que necessita alguma evolução.
Aos meus filhos, não vou dedicar muito do que aqui escrevo, pois espero registrar a cada dia minha gratidão em gestos de amor e de carinho, que nos fortalecem para seguir empreendendo nessa aplicação Divina, cuja rentabilidade pode não dar inveja aos economistas mas me tornam uma pessoa repleta e muito rica: riquíssima!
Enfim, já plantei árvores, já escrevi livros e tenho meus amados filhos!
Com franqueza e escusas pelo lugar comum, minha maior ambição é a velha máxima popular de continuar agregando vida aos anos e não anos à vida!
Certa ocasião, em algum tempo dessas “décadas”, escrevi:
“Meu único amor
é amar ter muitos amores
este é o meu jeito de ser
‘eta’ jeitinho danado
me arrumou mais você”.
Clamo que não me entendam mal sobre o sentido de amor acima referido, pois deve ser entendido na plenitude que o amor merece.
Faz tempo que escutamos - e acreditamos - em “tempos modernos”, bem decifrados pelo poeta Lulu Santos. Contudo, se faz necessário impulsionar, na realidade, “um novo começo de era, de gente fina elegante e sincera, com habilidade pra dizer mais sim do que não...”.
Assim, com o “tempo voando e escorrendo pelas mãos”, vou encerrando esse pensar comigo mesmo, que ouso dividir com todos que me acompanham ao longo desses anos.
Espero, sinceramente, tenham servido para abrandar as arestas e imperfeições que tenho, nessa luta diuturna para tentar mitigá-las, para me tornar, cada vez mais, digno de conviver com pessoas tão especiais como vocês.
Obrigado a todos, TODOS MESMO, que me permitiram refletir para um sentido e para um sentimento, que ele seja: EVOLUÇÃO!
Alfredo Bochi Brum

⁠Independência é morte ?

Como falar em democracia, em independência, vendo tantos passando fome e morrendo pela covardia dos que estão sendo poder ?
Como dizer que somos livres, se estamos presos numa sociedade preconceituosa, machista, racista, homofóbica, doente por crenças que limitam os outros?
Como falar em liberdade, se na verdade vivemos enjaulados por detentores de poderes que não nos deixam falar, que não sabem ouvir e dar voz ao povo?
Como comemorar um dia que só representa a soberania dos que continuam olhando de cima para os que eles não deixam subir?

Nildinha Freitas

⁠A morte me chamou, mas eu estava de fone.

A morte é o aperitivo da vida.

Mario Quintana
A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

"A vida é um empréstimo no qual a morte são os juros."

⁠Trouxe flores para enfeitar o nosso fim.
Porque a morte de um amor bonito nem sempre precisa
parecer tão ruim.

⁠Limbo, o lugar que não é nada e tudo ao mesmo, o local entre a vida e a morte, o amor e o ódio. Limbo o pior lugar de se estar, o tudo e o nada.

⁠O medo da morte que há em nós é o que torna o Homem prisioneiro de si mesmo.