Reflexão de Solidão
Certas pessoas possuem uma aparência de dar inveja, mas isso acaba logo em seguida, ao descobrir que a pessoa é um túmulo repleto de palavras vazias.
Minha vida é um livro vazio, sendo escrito por mim mesmo. Eu apenas posso escrever, não posso arrancar páginas, apagar palavras, nada mais.
Cuidado, pense bem antes de dizer que é para sempre, pois algumas paixões parecem igual areia movediça, quanto mais você tenta prosseguir, mais a coisa complica.
Os erros do passado fizeram ser quem eu sou hoje. Assim, descarto a possibilidade de você ter sido culpada e eu, a hipótese de tudo ter sido um engano.
Sua integridade não é como uma parede qualquer, onde pessoas vão e picham, definem títulos, e ao passar uma tinta ficará tudo bem.
Algumas noites são simplesmente muito difíceis. Enquanto o dia ainda tem luz, nem sempre nossos fantasmas estão prontos para nos assombrar. Mas eu sei que hoje não é só eu que me sinto assim. Quando fecho os olhos posso sentir o coração de milhares outras pessoas batendo, no mesmo ritmo cansado do meu. Ele nem sequer quer bater. Cada respiração é mais difícil de continuar… Acho que a demora para cada batida acaba me dizendo o quanto ele está machucado. Sou muito sensível, preciso de alguém para respirar por mim. Me respire. Traga minha alma até seus pulmões, me sinta por dentro, expire o meu espírito. Me diga o que você sente. O que é? É doce, amargo? O que eu sou? Porque me sinto tão pequeno perto de um mundo tão grande. Mas eu sou o oceano, e não o mar. Eu sou a lua, e não as estrelas. Há um universo dentro de mim. Espero que eu possa me derreter no seu corpo, e me dissolver em você… Eu quero desaparecer em outra pessoa. Não há mais lugar no mundo para pessoas como eu. Intoxicado com a loucura, estou apaixonado pela minha tristeza… Me deixe estar em você… Nem que seja por um tempo. Você pode partir de manhã, mas antes me abra, me sinta… Me tenha. Me lave… Me revire por dentro, e me ame até o caminho da saída.
Ando me sentindo pouco original. Originalidade é algo escasso em tempos de crise. Meios termos, meias palavras, meios sentimentos. Não me contento com pouco, o tudo não é suficiente, a felicidade deixa a desejar.
Aprenda a amar aqueles que machucam você, porque provavelmente, eles são os mais próximos que caminham ao seu lado. Não importa o caminho ou como eles aprenderam a respeitar ou chutar pedras. Pense em todos que você já machucou e que agora, fazem o mesmo. Viver é uma prova de paciência, queimar pontes, reconstruí-las. E amar, amar é um veneno que pode ser também uma cura.
Estou selando portas ao invés de remendar rachaduras, portanto, se você não obter mais notícias minhas, saiba que ficou aprisionada no baú do esquecimento.
Ninguém gosta de ser controlado, é como colocar pássaros em gaiolas. Em seguida, tente queimar suas penas também.
Não pretendo ficar triste ou muito menos cansado quando as coisas não dão certo. Elas nunca disseram que dariam certo. Apenas pensamos demais, sofremos demais, criamos expectativas demais. E tudo que é demais, transborda pelas bordas.
Minha guerra não era real, era invisível. Os sentimentos eram pesados como chumbo e minha caixa de munição já estava vazia. Não havia outro jeito, eu precisava distribuir doses de emoção aniquiladoras como bombas, corrosivas como ácido. A dose letal era um pouco de atenção. Uma atenção que nunca existiu, uma atenção patética envolvendo pessoas. Eu só desejava sorrir, embora boas munições de verdade afastam qualquer um. E nessa guerra, nem todos entendem as razões. As emoções precisam ser livres, precisam fugir da guerra da solidão e encontrar um abrigo aconchegante ao seu lado.
A maioria das pessoas costumam abandonar o passado, mas esquecem que foi o mesmo que as trouxe até onde estão agora.
Talvez seus sentimentos estejam aprisionados numa caixa de vidro, embora em algum momento sua bela taça irá quebrar e levar embora uma represa de lágrimas.
É uma pena, muitas pessoas por aí irão acordar sem despertar para a realidade, falar sem poder ouvir e caminhar sem chegar à lugar nenhum. Você poderia ter eu, algo bom, algo ótimo. Mas eu tenho certeza que serei seu maior arrependimento. Não é uma pena? É uma pena, você escolheu se contentar com menos do que poderia ter. Eu era um oceano… e nos meus olhos você conseguiu se perder. Tentei te procurar, tentei te salvar e infelizmente, da sua companhia me perdi.
Assim, tento queimar as lembranças e abandonar um amor fosco, porque agora, quem anda às cegas sou eu.
Eu não sou como um livro, onde você pode ler coisas bonitas, me largar num canto infestado por traças e admirá-lo quando bem entender.
Reflito sobre os anos da minha vida com grande desdém. Ela é tão limitada, tão escassa, tão bela, mas às vezes, tão distorcida. Não existem palavras para definir o bem mais valioso que possuo. A vida é uma paixão e eu preciso seguir ela. Pergunto-me sobre o que eu gostaria de fazer hoje ou com quem eu gostaria de estar, pergunto-me sobre o tempo e meus sonhos, sobre o sentido dúbio das coisas: sonhar em ser escritor ou escrever de verdade, tocar uma vida ou trocar de vida, fazer valer a pena ou fingir congelar as horas. Meu tempo é algo muito precioso e por sinal, astuto. Ele rege a minha existência, embora no fim das contas eu mesmo dou as ordens. Sou o dono do meu destino, sou o tempo que escorre pela ampulheta, sou o prisioneiro da minha alma. O desdém é pasmo, mas para ele mesmo.