Reflexão de Paulo Coelho
Não se deixe intimidar pela opinião dos outros. Só a mediocridade é segura. intimidar opinião, por isso corra seus riscos e faça o que deseja.
– Quem tentar possuir uma flor, verá a sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor num campo, permanecerá para sempre com ela. Porque ela combina com a tarde, com o pôr do sol, com o cheiro de terra molhada e com as nuvens no horizonte.
Brida olhava a flor. O Mago tornou a pegá-la e a devolveu para a floresta. Os olhos de Brida encheram-se de lágrimas. Tinha orgulho de sua Outra Parte.
– Isto a floresta me ensinou. Que você nunca será minha, e por isso terei você para sempre. Você foi a esperança dos meus dias de solidão, a angústia dos meus momentos de dúvida, a certeza de meus instantes de fé.
Na margem do rio Piedra eu sentei e chorei. O frio do inverno fez com que eu sentisse as lágrimas no rosto, e elas se misturaram com as águas geladas que correm diante de mim. Em algum lugar este rio se junta com outro, depois com outro, até que - distante dos meus olhos e do meu coração - todas as águas se confundem com o mar.
Que as minhas lágrimas corram assim para bem longe, para que meu amor nunca saiba que um dia chorei por ele. Que minhas lágrimas corram para bem longe, e então eu esquecerei.
Passaram pelos dois testes mais duros no caminho espiritual: a paciência para esperar o momento certo, e a coragem de não se decepcionar com o que encontraram. A vocês eu vou ensinar.
Certas coisas na vida foram feitas para serem experimentadas – nunca explicadas. O amor é uma destas coisas.
Seja feita a vossa vontade, Senhor. Porque Tu conheces a fraqueza do coração dos Teus filhos, e só entregas a cada um o fardo que pode carregar. Que Tu entendas meu amor - porque ele é a única coisa que tenho de realmente meu, a única coisa que poderei carregar para a outra vida. Faz com que ele se conserve corajoso e puro, capaz de continuar vivo, apesar dos abismos e das armadilhas do mundo.
O primeiro sintoma de que estamos matando os nossos sonhos é a falta de tempo. As pessoas mais ocupadas têm tempo para tudo. As que nada fazem estão sempre cansadas.
O segundo sintoma da morte de nossos sonhos são as nossas certezas. Porque não queremos olhar a vida como uma grande aventura a ser vivida, passamos a nos julgar sábios no pouco que pedimos da existência. E não percebemos a imensa Alegria que está no coração de quem está lutando.
O terceiro sintoma da morte de nossos sonhos é a Paz. A vida passa a ser uma tarde de domingo, sem nos pedir grandes coisas, e sem exigir mais do que queremos dar.
Quanto tempo viverei”? – perguntou, procurando saber se ainda seria capaz de controlar uma situação potencialmente explosiva.
- “Senhor, Deus lhe concedeu uma vida tão longa, que ultrapassará a geração dos seus filhos, e chegará a geração dos seus netos”.
Agradecido, o sultão mandou recompensá-lo com ouro e prata. Ao sair do palácio, um conselheiro comentou com o vidente:
- Você disse a mesma coisa que o adivinho anterior. Entretanto, o primeiro foi executado, e você recebeu recompensas. Por quê?
- Porque o segredo não está no que você diz, mas na maneira como diz. Sempre que precisar disparar a flecha da verdade, não esqueça de antes molhar sua ponta num vaso de mel.
Você pode mudar o seu futuro trazendo o passado para o presente. Passado e futuro existem apenas em nossa memória.
A Medida do Amor
"Sempre desejei saber se era capaz de amar como o senhor ama", disse o discípulo ao mestre. "Mas como vou saber se meu amor é grande o suficiente?"."Procure saber se você se entrega, ou se você foge de suas emoções. Mas não faça perguntas como esta, porque o amor não é grande nem pequeno; é apenas amoor, e não se pode medir um sentimento como se fosse uma estrada. "A medida do amor é amar sem medida."
Sede como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas.
(Maktub)
Um dos mais poderosos exercícios de crescimento interior consiste em prestar atenção às coisas que fazemos automaticamente – como respirar, piscar os olhos, ou reparar nas coisas à nossa volta.
Quando fazemos isto, permitimos que nosso cérebro trabalhe com mais liberdade – sem a interferência de nossos desejos. Certos problemas que pareciam insolúveis terminam sendo resolvidos, certas obras que julgávamos insuperáveis terminaram se dissipando sem esforço.
Diz o mestre:
Quando você precisar enfrentar uma situação difícil, procure usar esta técnica. Exige um pouquinho de disciplina – mas os resultados são surpreendentes.
Claro que o ciúme é normal, embora a vida já lhe tivesse ensinado que era inútil pensar que alguém pode possuir outra pessoa - quem acredita que isso é possível está querendo enganar a si mesmo. Apesar disso, não se pode reprimir a ideia do ciúme, ou ter grandes ideias intelectuais a respeito, ou, ainda, achar que é uma demonstração de fragilidade.
A Raposa e o lavrador
Cansado de ver sua colheita sempre sendo parcialmente destruída por aquele pequeno animal, o lavrador conseguiu capturar a raposa. Sem a menor piedade, colocou aguardente em seu corpo e ateou fogo.
Sabendo que ia morrer, ela começou a correr pelo meio da colheita, e tudo a sua volta começou a incendiar-se também. Enquanto se afastava, dizia:
- Da próxima vez, procura ser compreensivo e indulgente! É melhor sempre dar um pouco do que se tem, do que querer guardar tudo! Sempre que fazemos o mal, ele termina se voltando contra nós mesmos!
A Raposa e o rei macaco
Os animais decidiram que o rei do grupo seria eleito por aquele que dançasse melhor. Depois de uma grande festa, onde todos participaram, o macaco recebeu a coroa.
Ciumenta, a raposa foi passear pelas redondezas. Ali descobriu uma armadilha intacta, com comida dentro. Mais do que depressa, pegou-a e a trouxe até o grupo:
- Achei este banquete, e me vi na obrigação de entregá-lo ao nosso rei, que terá prioridade sobre tudo.
Sem pensar muito, o macaco colocou a mão para pegar a comida, e ficou preso na armadilha.
- Você me traiu! – gritava ele.
- Como assim? Eu nem tentei pegar a comida! Mas pelo menos vimos que não estás preparado para o cargo; um animal inteligente jamais toma uma decisão sem antes pensar muito sobre todas as possibilidades e perigos envolvidos.