Reflexão de Paulo Coelho

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"Depois que o conheci, entendi também que minha busca estava terminada. Não precisava mais de uma explicação para o mundo, nem me sentia frustrada por viver aqui, entre as mesmas pessoas, e fazendo as mesmas coisas. Cada dia passou a ser diferente, por causa do imenso amor que eu tinha por ele."

Eu te amo porque todo o universo conspirou para que eu chegasse até você.

Certas coisas na vida foram feitas para serem experimentadas – nunca explicadas. O amor é uma destas coisas.

Quanto tempo viverei”? – perguntou, procurando saber se ainda seria capaz de controlar uma situação potencialmente explosiva.

- “Senhor, Deus lhe concedeu uma vida tão longa, que ultrapassará a geração dos seus filhos, e chegará a geração dos seus netos”.

Agradecido, o sultão mandou recompensá-lo com ouro e prata. Ao sair do palácio, um conselheiro comentou com o vidente:

- Você disse a mesma coisa que o adivinho anterior. Entretanto, o primeiro foi executado, e você recebeu recompensas. Por quê?

- Porque o segredo não está no que você diz, mas na maneira como diz. Sempre que precisar disparar a flecha da verdade, não esqueça de antes molhar sua ponta num vaso de mel.

O primeiro sintoma de que estamos matando os nossos sonhos é a falta de tempo. As pessoas mais ocupadas têm tempo para tudo. As que nada fazem estão sempre cansadas.

O segundo sintoma da morte de nossos sonhos são as nossas certezas. Porque não queremos olhar a vida como uma grande aventura a ser vivida, passamos a nos julgar sábios no pouco que pedimos da existência. E não percebemos a imensa Alegria que está no coração de quem está lutando.

O terceiro sintoma da morte de nossos sonhos é a Paz. A vida passa a ser uma tarde de domingo, sem nos pedir grandes coisas, e sem exigir mais do que queremos dar.

Paulo Coelho

Nota: Trecho adaptado do livro "O diário de um mago".

O homem nunca pode parar de sonhar. O sonho é o alimento da alma.

Não se deixe intimidar pela opinião dos outros. Só a mediocridade é segura. intimidar opinião, por isso corra seus riscos e faça o que deseja.

Não perca seu tempo explicando; as pessoas só ouvem o que querem ouvir.

– Quem tentar possuir uma flor, verá a sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor num campo, permanecerá para sempre com ela. Porque ela combina com a tarde, com o pôr do sol, com o cheiro de terra molhada e com as nuvens no horizonte.

Brida olhava a flor. O Mago tornou a pegá-la e a devolveu para a floresta. Os olhos de Brida encheram-se de lágrimas. Tinha orgulho de sua Outra Parte.

– Isto a floresta me ensinou. Que você nunca será minha, e por isso terei você para sempre. Você foi a esperança dos meus dias de solidão, a angústia dos meus momentos de dúvida, a certeza de meus instantes de fé.

Paulo Coelho
Brida. Rio de Janeiro: Editora Rocco. 1990.

Na margem do rio Piedra eu sentei e chorei. O frio do inverno fez com que eu sentisse as lágrimas no rosto, e elas se misturaram com as águas geladas que correm diante de mim. Em algum lugar este rio se junta com outro, depois com outro, até que - distante dos meus olhos e do meu coração - todas as águas se confundem com o mar.
Que as minhas lágrimas corram assim para bem longe, para que meu amor nunca saiba que um dia chorei por ele. Que minhas lágrimas corram para bem longe, e então eu esquecerei.

Passaram pelos dois testes mais duros no caminho espiritual: a paciência para esperar o momento certo, e a coragem de não se decepcionar com o que encontraram. A vocês eu vou ensinar.

Paulo Coelho
Veronika Decide Morrer. Rio de Janeiro: Objetiva. 1998

A Medida do Amor

"Sempre desejei saber se era capaz de amar como o senhor ama", disse o discípulo ao mestre. "Mas como vou saber se meu amor é grande o suficiente?"."Procure saber se você se entrega, ou se você foge de suas emoções. Mas não faça perguntas como esta, porque o amor não é grande nem pequeno; é apenas amoor, e não se pode medir um sentimento como se fosse uma estrada. "A medida do amor é amar sem medida."

Sede como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas.

(Maktub)

Seja feita a vossa vontade, Senhor. Porque Tu conheces a fraqueza do coração dos Teus filhos, e só entregas a cada um o fardo que pode carregar. Que Tu entendas meu amor - porque ele é a única coisa que tenho de realmente meu, a única coisa que poderei carregar para a outra vida. Faz com que ele se conserve corajoso e puro, capaz de continuar vivo, apesar dos abismos e das armadilhas do mundo.

Paulo Coelho

Nota: Trecho de "Na Margem do Rio Piedra eu Sentei e Chorei"

Claro que o ciúme é normal, embora a vida já lhe tivesse ensinado que era inútil pensar que alguém pode possuir outra pessoa - quem acredita que isso é possível está querendo enganar a si mesmo. Apesar disso, não se pode reprimir a ideia do ciúme, ou ter grandes ideias intelectuais a respeito, ou, ainda, achar que é uma demonstração de fragilidade.

Você pode mudar o seu futuro trazendo o passado para o presente. Passado e futuro existem apenas em nossa memória.

A Raposa e o lavrador

Cansado de ver sua colheita sempre sendo parcialmente destruída por aquele pequeno animal, o lavrador conseguiu capturar a raposa. Sem a menor piedade, colocou aguardente em seu corpo e ateou fogo.

Sabendo que ia morrer, ela começou a correr pelo meio da colheita, e tudo a sua volta começou a incendiar-se também. Enquanto se afastava, dizia:

- Da próxima vez, procura ser compreensivo e indulgente! É melhor sempre dar um pouco do que se tem, do que querer guardar tudo! Sempre que fazemos o mal, ele termina se voltando contra nós mesmos!

A Raposa e o rei macaco

Os animais decidiram que o rei do grupo seria eleito por aquele que dançasse melhor. Depois de uma grande festa, onde todos participaram, o macaco recebeu a coroa.

Ciumenta, a raposa foi passear pelas redondezas. Ali descobriu uma armadilha intacta, com comida dentro. Mais do que depressa, pegou-a e a trouxe até o grupo:

- Achei este banquete, e me vi na obrigação de entregá-lo ao nosso rei, que terá prioridade sobre tudo.

Sem pensar muito, o macaco colocou a mão para pegar a comida, e ficou preso na armadilha.

- Você me traiu! – gritava ele.

- Como assim? Eu nem tentei pegar a comida! Mas pelo menos vimos que não estás preparado para o cargo; um animal inteligente jamais toma uma decisão sem antes pensar muito sobre todas as possibilidades e perigos envolvidos.

Se você pensa que a aventura é perigosa, experimente a rotina. É letal!

Quando você repete um erro, já não é mais um erro: virou uma decisão...

Já que não tinha mais nada a perder, estava livre.

Paulo Coelho
Onze Minutos