Reflexão de Paulo Coelho
Ter a coragem de dar os passos que sempre desejamos é a única maneira de mostrarque confiamos em Deus.
O novo paganismo mostra que o homem é capaz de viver sem uma religião instituída, e ao mesmo tempo continuar na busca espiritual para justificar sua existência.
Nós, as mulheres, quando buscamos um sentido para nossa vida, ou o caminho do conhecimento, sempre nos identificamos com um dos quatro arquétipos clássicos. A Virgem (e aqui não estou falando de sexualidade) é aquela cuja busca se dá através da independência completa, e tudo que aprende é fruto de sua capacidade de enfrentar sozinha os desafios. A Mártir descobre na dor, na entrega, e no sofrimento, uma maneira de conhecer a si mesma. A Santa encontra no amor sem limites, na capacidade de dar sem nada pedir em troca, a verdadeira razão de sua vida. Finalmente, a Bruxa vai em busca do prazer completo e ilimitado - justificando assim sua existência. Athena foi as quatro ao mesmo tempo.
Só existe uma coisa importante em nossas vidas: viver a nossa lenda pessoal,
a missão que nos foi destinada. Mas sempre terminamos nos sobrecarregando
de ocupações inúteis, que acabam por destruir nossos sonhos( Maktub )
Um reino dividido não resiste às investidas do adversário. Um ser humano dividido não consegue viver com dignidade.
"Queria não controlar meu coração. Penso: se pudesse entregá-lo ao menos por um final-de-semana, esta chuva caindo em meu rosto teria outro sabor. Se amar fosse fácil eu estaria abraçada com ele, e a letra da música contaria uma história que é a nossa história."
O espírito não tem nome, é a verdade pura, está habitando aquele corpo por determinado período, e um dia o deixará - sem que Deus se preocupe em perguntar "quem é você?" quando a alma chega diante do julgamento final. Deus perguntará apenas: "Você amou enquanto estava vivo?" A essência da vida é essa: a capacidade de amar, e não o nome que carregamos em nossos passaportes, cartões de visitas, carteiras de identidade.
" O rapaz se virou então para a Mão que Tudo havia Escrito. E ao invés de falar qualquer coisa, sentiu que o Universo ficava em silêncio, e ficou em silêncio também.
Uma força de Amor jorrou de seu coração, e o rapaz começou a rezar. Era uma oração que nunca tinha feito antes, porque era uma oração sem palavras ou sem pedidos.
Não estava agradecendo pelas ovelhas haverem encontrado um pastor, nem implorado para vender mais cristais, nem pedindo para que a mulher que havia encontrado estivesse esperando sua volta. No silêncio que se seguiu, o rapaz entendeu que o deserto, o vento, e o sol também buscavam os sinais que aquela Mão havia escrito, e procuravam cumprir seus caminhos e entender o que estava escrito numa simples esmeralda. Sabia que aqueles sinais estavam espalhados na terra e no espaço, e que em sua aparência não tinham qualquer motivo ou significado, e que nem os desertos, nem os sois, e nem os homens sabiam porque tinham sido criados. Mas aquela Mão tinha um motivo para tudo isso, e só ela era capaz de operar milagres, de transformar oceanos em desertos, e homens em vento.
Porque só ela entendia que um designio maior empurrava o Universo a um ponto onde os seis dias da criação de transformariam na Grande Obra.
E o rapaz mergulhou na Alma do Mundo, e viu que a Alma do Mundo era a parte da Alma de Deus, e viu que a Alma de Deus era sua propria alma. E que podia então realizar milagres.
O Alquimista
O amor é cheio de armadilhas. Quando quer se manifestar, mostra apenas a sua luz – e não nos permite ver as sombras que esta luz provoca.
"Quando nos encontramos com alguém e nos apaixonamos, temos a impressão de que todo o Universo está de acordo; hoje eu vi isso acontecer no pôr do Sol. No entanto, se algo corre mal, não sobra nada! Nem as garças, nem a música ao longe, nem o sabor dos lábios dele. Como é que pode desaparecer tão rapidamente a beleza que ali estava há poucos minutos? A vida é muito veloz; faz-nos ir do céu ao inferno numa questão de segundos."