Reflexão Autoconhecimento
Eu encaro a noite que habita em mim, vislumbrando as nuances dos sentimentos que nem sempre são belos. As vezes, cansada de temer ser humana, me pego pensando se o medo de encarar meu abismo não é só uma face de tudo o que me faz um ser humano normal.
Eu tenho medo de assumir minha imperfeição, e por vezes me cobro com a respiração falhando. Eu tenho medo do egoísmo que as vezes fica bem abaixo da pele, da raiva que tento manter enjaulada, da revoltada que não quero decifrar. Tento somente ser uma pessoa boa em um mundo que nunca foi bom comigo.
A ansiedade me sufoca de tanto que sinto medo...medo de ser humana.
Não me conheça
Eu sempre busquei ser mais reservado. Calado. Quieto. Sempre gostei da minha companhia. Gosto de autoconhecer-me.
Nunca fui um cara de pedir para que as pessoas me compreendam. Nunca fui de ter que me explicar quando alguém acha que me conhece, mas mostra-se equivocado quanto a isso.
Não quero que ninguém busque me entender sem antes entender-se. Sem antes entender as suas próprias emoções, sentimentos e desejos.
Não gosto que alguém chegue a mim julgando-me por eu ser assim (…). Não gosto de moldes, não gosto de molduras, não gosto de formas definidas que tentam me encaixar em padrões.
Eu gosto da minha liberdade. Gosto de fluir em mim. Gosto da minha intimidade. E eu vou lutar sempre para ser assim (…)
Entre reticências, eu posso caber sem fim em mim.
— Ruan Guimar
Mulher é alternante,
vive fases transitórias
e por orgulho vai a inconsequência.
Uma febre de impaciência,
excessos que por vezes definham.
Só de olhar se vê as ansiedades,
sede de impulsos.
Em silêncio castiga suas vontades.
De tanta coisa precisa resguardar-se,
em especial daquilo
que a inferioriza como ser.
Se confunde nas coisas irrefletidas,
pois ama amplificado,
tudo tende à maior dimensão.
Essa é a única razão pela qual,
há necessidade de flexibilizar
suas emoções.
Pra não subtrair sua capacidade.
Tem pessoas que preferem gastar dinheiro criando uma falsa aparência de si para ter uma boa imagem para os outros. Do que investir em se autoconhecer e valorizar a si próprias.
"Pequenas mudanças constroem grandes homens".
"Pequenas mudanças constroem grandes mulheres".
"Pequenas mudanças constroem grandes seres humanos".
A psicoterapia é um processo terapêutico que contribui para descobertas importantes sobre perspectivas de que a vida adulta é sempre menos adulta do imaginava-se antes... O autoconhecimento possibilita enxergar que, essa vida adulta que temos é o resultado final das memórias e atitudes que foram preenchendo e organizando a vivência desde a infância até a adolescência.
Te procurei em todos os lugares, em coisas e em todas as pessoas que cruzaram meu caminho. Precisei que todos soltassem a minha mão para que eu, finalmente, entendesse que você simplesmente está dentro de mim: enfim, o amor: aquele que me nutre e me faz viver.
Valor, é a qualidade nata e crescente que você possui. Preço, é o quanto os outros podem ou querem pagar pelo que você pode oferecer. Nunca permita que eles determinem nenhum dos dois. Valorize sua jornada, pois não há saldo suficiente que compense usufruir da sua experiência.
TERRA ÚMIDA
Eu me sentia em plena terra úmida,
a própria lama.
Então, me descobri semente,
comecei a crescer.
Elevei-me para algo que não compreendia
e, quanto mais me elevava,
mais sentia a necessidade de usar aquela terra úmida.
Era como se aquela lama me nutrisse e me fizesse crescer.
Comecei a tomar forma.
Era caule, era folha.
E, quanto mais me elevava, mais sentia a necessidade
de usar aquela terra úmida.
Comecei a ter a sensação
de que existiam outras como eu,
na mesma situação.
Eu as via.
E nossas raízes, em meio àquela terra úmida,
apoiavam-se umas nas outras,
tão conectadas que nos percebíamos uma coisa só.
Éramos caule, éramos folha, éramos flor.
E a terra úmida começou a perder seu aspecto de lama.
Florescíamos juntas: eu e as outras.
Nossas pétalas cobriam a terra úmida com suas cores
e com um perfume que transcendia qualquer compreensão,
reverberando por quilômetros, a milhas de nós.
Éramos árvores.
Ou, talvez, continuações umas das outras.
Éramos caule, éramos folhas, éramos flores, éramos frutos,
firmes, naquela terra úmida, que nos nutria
de algo que nos elevava.
Nossos frutos doces nutriam as mais variadas espécies de seres
que propagavam nossas sementes
por mais milhas de distância,
estávamos em toda parte.
Éramos caule, éramos folhas, éramos flores, éramos frutos,
éramos Tudo.
E, nesse Tudo, éramos também o Nada,
nem semente, nem caule, nem folhas, nem flores, nem frutos.
Sem definição.
Por toda a parte.
Simplesmente éramos.
O vento soprou
Levou pra longe,
mas não saiu de mim
Em meu peito ainda aflora a vontade,
a saudade,
a angústia que tira a liberdade
Liberdade de rir,
liberdade pra chorar
Só sei que o vento soprou,
soprou quem eu era,
quem eu estou tentando encontrar.
"...
É fato que somos fragmentos
De tantos que nos moldaram,
Mas somos também nossos momentos
Que somente a nós marcaram.
..."
Poema 'Sobre ser'
Fecho os olhos e me perco
Mergulho nos recônditos
Acesso o inacessível
A procura da raiz
Me agarro a utopia
Adentro mais fundo
Um escaninho descubro
Quase por um triz
Me solto da utopia
Nos recônditos me perco
O que faço? me pergunto
Não cai por um triz
Inerte fiquei por um tempo
Labirintos percorri
Até esbarrar com a utopia
E agarrar a motriz
Aos recônditos retornei
De medo paralisei
O que faço? perguntei
Ao encontrar a raiz