Reflexão Autoconhecimento
Quando acreditamos que ajudar ao outro significa resolver o problema dele, a possibilidade de nos sentirmos impotentes quando não conseguimos é bem grande.
Mas quando sabemos que nem sempre a ajuda vem na forma de resolução do problema, mas também pode vir com acolhimento, presença, abraço, validação, damos “adeus” ao sentimento de impotência e dizemos “olá” a grande potência que temos.
Explorar o labirinto da autoconsciência é uma jornada intrigante e necessária. Conhecer a si mesmo é desvendar camadas, é enfrentar a complexidade interna com coragem. Em cada reflexão, descobrimos facetas antes ocultas, compreendendo desejos, medos e anseios. É um diálogo silencioso, onde as perguntas ecoam nas câmaras da mente, e as respostas se revelam como estrelas em um céu íntimo. Confrontar a própria essência é transcender limites, é aceitar imperfeições como peças cruciais do que somos. Nessa jornada interior, construímos pontes entre quem éramos e quem podemos ser, transformando a busca pelo eu em uma odisséia de autodescoberta.
“Não se entende uma mente preparada sem ter preparo”
Por conta disso, muitas vezes o reconhecimento não vem antes do sucesso.
Você é uma força majestosa, uma criatura magnífica destinada a explorar vastos territórios da vida. Imagine, por um momento, um pequeno tigre que, ao se separar de sua mãe desde o nascimento, se integra a um rebanho de ovelhas, adotando a crença de que é uma delas.
Este tigre, crescendo entre os rebanhos, compartilhando seus medos e hábitos, um dia depara-se com outro tigre. O novo tigre inicia uma perseguição aos rebanhos, causando tumulto. Notavelmente, entre as ovelhas aterrorizadas, há um tigre que corre, iludido, como se fosse uma ovelha comum.
Surpreendentemente, o tigre intruso revela sua verdadeira intenção: caçar as ovelhas. O tigre que se identifica como uma ovelha, perplexo, questiona o motivo do medo. Esclarecido, o tigre revela a sua verdadeira natureza, conduzindo o "tigre-ovelha" até um lago, onde, ao contemplar seu reflexo, compreende que é tão imponente e poderoso quanto qualquer outro tigre.
A fábula, metaforizando a vida, destacada como a sociedade, por meio de uma “matriz” ilusória, pode nos fazer acreditar que somos impotentes. No entanto, assim como o tigre, você é dotado de um poder interior infinito. Desafie as limitações impostas, acredite na sua capacidade de cocriar sua jornada. Ao olhar o reflexo no espelho, proclame com verdade: "EU SOU O EU SOU!" Você é um tigre, pronto para conquistar seu próprio destino.
”O processo só é tão interessante e fascinante porque você tem que se tornar alguém que se conhece bem, para entender e suprir as suas próprias demandas.”
Sobre o demônio da comparação. A comparação é um dos sintomas dessa "possessão demoníaca" que causa o que chamo de "auto cegueira" que nos impede de enxergar quem somos e a contribuição que somos para o mundo.
A complexidade da saúde mental muitas vezes se revela na relação que estabelecemos com as personas que criamos para nós mesmos. Esses personagens, como cidadãos exemplares, pessoas honestas e justas, ou homens de família, tornam-se parte integrante de nossa identidade. No entanto, quando somos confrontados com uma faceta menos perfeita de nós mesmos, a estrutura desses ideais autoproclamados pode ruir, gerando um profundo desconforto e até mesmo ódio por quem ousa apontar uma possível imperfeição.
Em casos como esse, a resistência em aceitar nosso lado menos reluzente pode nos levar a projetar nossas inseguranças nos outros. Incapazes ou temerosos de confrontar nossa própria complexidade, é mais fácil culpar o espelho, destruí-lo e evitar o olhar reflexivo. Infelizmente, essa escolha nos condena a uma espécie de escravidão da incompletude, deixando-nos superficiais e distantes de nossa verdadeira essência.
A verdadeira beleza e completude emergem da coragem de explorar nossos porões internos, de encarar nossas imperfeições sem medo. Pessoas que abraçam sua complexidade e aceitam seus aspectos menos atraentes são, paradoxalmente, mais belas e completas. A maturidade se revela na capacidade de abordar as questões no momento certo, em vez de cultivar uma falsa bondade que apenas camufla um vulcão prestes a explodir.
Portanto, celebremos aqueles que abraçam sua imperfeição, pois são esses indivíduos que possuem a coragem de verdadeiramente amar, não apenas os outros, mas também a si mesmos. Que cada dia seja uma oportunidade para explorar nossa complexidade e aceitar a totalidade de quem somos, sem medo do que possamos encontrar nos porões de nossa alma.